( À minha mãe, mulher forte deste povo, e às minhas irmãs Fátima e Ana que todos os dias também fazem com que Portugal aconteça)
A propósito de uma consulta do expresso online sobre o que de melhor Portugal tem, alguns comentadores com redundância paroquiana, disseram que o que Portugal tinha de melhor eram os portugueses, como na França serão os franceses e no Iraque os iraquianos, só por uma questão patrioteira isso seria diferente, connosco.
Agora, na minha opinião, nós, os portugueses, temos na nossa maior qualidade o nosso maior defeito que é a extrema generosidade e ingenuidade como seguimos os sermões dos padres das aldeias e as falsas promessas dos políticos, e a completa descontracção, por ignorância ou irresponsabilidade, como vivemos as crises sociais e económicas.
Parece que nada é connosco, o que, faz deste país um paraíso de cigarras, sem cidadania, e nos torna simpatiquíssimos para toda a gente, menos para aqueles que trabalham para nós que são sempre os piores trabalhadores do Mundo, enquanto, nós, quando falamos de nós próprios, somos os mais sábios e eficazes. Vá lá Freud dizer porquê.
Também como comemos de mais e bebemos ainda melhor fertilizávamos as terras para a agricultura, o que ao nível da de subsistência era importante adubo orgânico e barato, hoje, com esta agricultura morta, poluímos o ambiente.
Temos belos monumentos que os portugueses não conhecem nem pelos nomes, nem pelas visitas, e o Estado e as autarquias deixam cair, e como também não há nenhum mecenas, que os salve do musgo e da ferrugem, lá vão morrendo, como acontece na Senhora da Agonia, mas também o mesmo por toda a parte.
O único mecenas que existe em Portugal é o Sr. Belmiro de Azevedo que com os monstros dos shoping’s destruiu todas as muito belas lojinhas do Chiado, das ruas e das praças, enfim o que era único e fazia parte da nossa identidade cultural e histórica. Nada de assim muito importante, quando a divindade suprema é o lucro.
Temos uma paisagem exuberante, com matas dignas do pincel do maior pintor, só que ficam todas cheias de lixo, após os piqueniques dos portugueses que tão garbosamente confirmam quanto respeitam as plantas e promovem a limpeza das florestas. Depois de passarem pelos parques, além das flores espezinhadas, o chão torna-se um verdadeiro chiqueiro. Sermos assim parece ontológico, será?
Temos muito Costa completamente abandonada, como a da Caparica que tem projectos de reabilitação para aí, desde 1977, altura em que, por lá, fiz um estudo sociológico.
Também temos um lindo Algarve com sobre construção e uma rede de hotéis de 5 ou 4 estelas, faltando os médios de 3 e 2 estrelas, como na vizinha Espanha.
Temos extensos areais, onde, convivemos a paredes meias com lixo e caca de cão, porque os donos dos mesmos, muito humanamente, os levam às praias, mas esquecem-se de levar os saquinhos de plástico para recolherem os produtos orgânicos, dos nossos melhores amigos.
Sou um amigo dos cães e dos gatos que tanto sofrem com o massivo abandono pelos seus donos na época de férias. Um comportamento que seria inaceitável numa Bélgica, é uma normalidade em Portugal. Tudo numa boa. Só que exigem as regras de convívio e de saúde que onde estendo o corpo, não haja porcaria desses queridos amigos.
Somos pessoas de gostos simples, sardinhas, pão, tinto, telenovelas, futebol e temos uns cromos maravilhosos como um programa, a liga dos últimos, revelou, pondo todos os burgueses de Lisboa à beira de um ataque de nervos. Aquela gente não existe, é a vergonha da cara das suas aldeias e dos portugueses.
Enfim, alguns comentadores intelectuais falaram de Siza Vieira, Eça, Fernando Pessoa, mas estes não são os mais conhecidos. Na arquitectura e artes plásticas todos são uns notáveis desconhecidos. Na literatura o monstro sagrado é a Sra. Margarida Rebelo Pinto, nas canções o Toni Carreiras e o Quim Barreiros. Somos, de um ponto de vista da cultura popular genuína, uma potência com uma dimensão que ultrapassa a nossa dimensão geográfica e demográfica. Valha-nos isto.
Somos de um humor transbordante, logo que nos lixam no trânsito disparamos a apitar e a chamar palavras muito simpáticas aos outros, de FP para cima. Um esmero linguístico nacional, mas para compensar nas romarias e nas festas populares depois de bem bebidos lá damos beijos a tudo quanto é rabo-de-saia, e no entusiasmo lá vai um beijo a um barbudo, obeso.
Somos um verdadeiro hino ao que de mais essencial e primitivo existe no Homem. Somos tão extraordinários que nos convertemos num caso de estudo para sociólogos e outros curiosos de fora fronteiras.
Como grande curiosidade nacional actual temos os jardins cheios de idosos e de gente com quarenta anos que foram para o desemprego, porque não têm qualquer competência para os novos empregos.
Como os Magalhães chegaram tão tarde ( mas ainda bem que chegaram, é um grande feito), toda este gente tira o seu doutoramento em Sueca que o nosso Presidente da República pedirá internacionalmente para que se torne numa disciplina olímpica. Veremos.
Também temos uns simpáticos que batem nas mulheres e maltratam gravemente as crianças, mas fora isto, este pequeníssimo senão, são muito simpáticos para as amantes e as vizinhas.
Enfim, Portugal é o mais belo País de Mundo, e nós, os Portugueses e as Portuguesas (sobretudo estas, são maravilhosas, como Diana e Vénus), somos os mais dilectos filhos de ZEUS.
Por tudo isto, se PORTUGAL não existisse o Mundo seria outra coisa, mas nunca um Mundo com uma menina de olhos como, Portugal é para ele. Um assombro de Glória, Maravilha, Sonho, Sedução e Eternidade.
VIVA PORTUGAL, “DITOSA PÁTRIA AMADA”, ÉS ÚNICO NESTE PLANETA.
Somos os grandes Gamas de todos os tempos. Amo-te Portugal. Somos quase uma sociedade agrafa com um capitalismo quase- selvagem instalado e muitas catedrais de consumo quase-superfluo. SOMOS Uma QUASE- MARAVILHA DA NATUREZA E DO HOMEM. SOMOS DE FACTO QUASE TUDO E QUASE NADA. SOMOS ESTA EQUAÇÃO QUE SÓ DEUSES SÁBIOS, MUITO SÁBIOS, PODIAM CRIAR.
SOMOS PORTUGAL. AMO-TE QUERIDO E ÚNICO PORTUGAL .
andrade da silva
2 comentários:
Caro Andrade da Silva,
Só posso dizer:
"Sem comentários, para não estragar."
Lembra-te algo ?
É facto. Surpreendes-me pela segunda vez hoje.
Força Amigo. Continua.
Grande Abraço.
Jerónimo Sardinha.
Caro Companheiro e amigo Jerónimo
Obrigado.
Abraço
asilva
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