quarta-feira, 31 de dezembro de 2008

05 - POEMÁRIO * Pátria




A minha pátria foi a tentação de um cais
que se inventou num caos de angústias e sinais!

No instante marulhar, o pélago profundo
trazia, nas marés, as seduções remotas
de mundo mais além do limitado mundo
que errava, resignado, o voo das gaivotas.

No longe, em seu ousar de estrénuo vagabundo,
o vento adivinhava enfeitiçadas rotas!...
Que terras pode haver além de mim ignotas?
Assim sondava o cais o pélago profundo.

E, um dia, disse ao lenho atávico que fosse
em busca da visão plantada nos pinhais...
E o lenho foi e, quase alucinado, trouxe
a nova de que ousar é ir além do cais...




José-Augusto de Carvalho

27 de Dezembro de 2008.
Viana * Évora * Portugal
Do livro em construção: DO MAR E DE NÓS

1 comentário:

Anónimo disse...

Caro Companheiro
se dum lenho a flutuar inventámos o Mundo, duma semente de Esperança ergueremos a FRATERNIDADE UNIVERSAL!

Marília Gonçalves