"Lembro as nossas irmãs e irmãos hospitalizados e doentes, mas também os bons
médicos, enfermeiros e auxiliares que nos tratam. Ao nível médico lembro a minha
irmã, Ana Paula, médica no Hospital de Faro, e a Luisa, entre os enfermeiros o meu amigo
Alberto Pereira, e o meu filho João, destinatário principal desta carta.
Abençoados sejais. Abraço-vos.
LEMBRO, AO VER OS MORTOS, EM GAZA AS VÍTIMAS DA GUERRA.
LEMBRO, AO VER OS MORTOS, EM GAZA AS VÍTIMAS DA GUERRA.
MALDITOS TERRORISTAS, DE UM E DO OUTRO LADO, ABANDONAI
A MATANÇA, PORQUE MORREM INOCENTES”
Lisboa 19 de Outubro de 1989
Mais uma vez estou no Hospital. Desta feita para uma intervenção mais chata, mete anestesia geral. Estou tranquilo, mas nada contente. Não quero pensar em nada, e acabo por pensar em tudo. Tenho alguns receios que quase parecem impensáveis em pleno século XX, seriam mais naturais na Idade Média. Todavia por aquilo que oiço, em matéria de medicina, Portugal é também um país atrasado.
Sei que a operação que vou fazer é simples, porém nestas também acontecem os azares. Se vier a acontecer o pior, gostei do bom e do mau que a vida me trouxe, este valorizou mais aquele. Se tudo tivesse sido bom, teria sido melhor, mas ao não sê-lo, tal facto não eliminou nunca em mim o gosto de viver. Não farei nenhum balanço. Tudo fica dito nesta simples afirmação do amor pela vida.
Se partir aos que cá ficam e em especial ao meu filho (então, com 4 anos de idade), a quem quereria dizer muitas coisas (mantém-se de pé este desejo), mas que correriam o risco de em relação ao futuro serem desactualizadas, assim, refiro simplesmente os grandes princípios que devem nortear uma vida:
Ter Prazer em Viver;
Ser Justo;
Dar e Receber Amor;
Desenvolver o corpo e o Espírito;
Olhar com atenção a Natureza e com ela travar um diálogo constante;
Amar o Belo, para além das fronteiras sexuais, rácicas, ou outras.
O Belo é sempre Belo seja masculino ou feminino, oriental ou ocidental, branco ou negro.
Vivei quanto mais puderdes, e se possível com o máximo prazer. Será tanto melhor.
Um abraço do
João António
Lisboa 19 de Outubro de 1989
Mais uma vez estou no Hospital. Desta feita para uma intervenção mais chata, mete anestesia geral. Estou tranquilo, mas nada contente. Não quero pensar em nada, e acabo por pensar em tudo. Tenho alguns receios que quase parecem impensáveis em pleno século XX, seriam mais naturais na Idade Média. Todavia por aquilo que oiço, em matéria de medicina, Portugal é também um país atrasado.
Sei que a operação que vou fazer é simples, porém nestas também acontecem os azares. Se vier a acontecer o pior, gostei do bom e do mau que a vida me trouxe, este valorizou mais aquele. Se tudo tivesse sido bom, teria sido melhor, mas ao não sê-lo, tal facto não eliminou nunca em mim o gosto de viver. Não farei nenhum balanço. Tudo fica dito nesta simples afirmação do amor pela vida.
Se partir aos que cá ficam e em especial ao meu filho (então, com 4 anos de idade), a quem quereria dizer muitas coisas (mantém-se de pé este desejo), mas que correriam o risco de em relação ao futuro serem desactualizadas, assim, refiro simplesmente os grandes princípios que devem nortear uma vida:
Ter Prazer em Viver;
Ser Justo;
Dar e Receber Amor;
Desenvolver o corpo e o Espírito;
Olhar com atenção a Natureza e com ela travar um diálogo constante;
Amar o Belo, para além das fronteiras sexuais, rácicas, ou outras.
O Belo é sempre Belo seja masculino ou feminino, oriental ou ocidental, branco ou negro.
Vivei quanto mais puderdes, e se possível com o máximo prazer. Será tanto melhor.
Um abraço do
João António
3 comentários:
COMPANHEIRO
Pesença e coragem, homem de todas as horas
a minha estima e aqui fica um poema de Poeta algarvio de S. Bartolomeu de Messines
com o meu abraço
Marilia
A Vida
A vida é o dia de hoje,
A vida é ai que mal soa,
A vida é sombra que foge,
A vida é nuvem que voa;
A vida é sonho tão leve
Que se desfaz como a neve
E como o fumo se esvai:
A vida dura um momento,
Mais leve que o pensamento,
A vida leva-a o vento,
A vida é folha que cai!
A vida é flor na corrente,
A vida é sopro suave,
A vida é estrela cadente,
Voa mais leve que a ave:
Nuvem que o vento nos ares,
Onda que o vento nos mares,
Uma após outra lançou,
A vida - pena caída
Da asa da ave ferida
De vale em vale impelida
A vida o vento levou!
João de Deus
Boa sorte Andrade da Silva. E que continue connosco, que bem precisamos de si
ABAIXO A COBARDIA DAS BOMBAS
PALESTINA
Observadores da União Europeia no Médio Oriente ?
Conselho do Blogger: "Observem bem!..."
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