sábado, 3 de janeiro de 2009





Alerta


Grita filha !

há uma aranha

Na brancura da parede

Que peçonhenta tamanha

Vai tecendo sua rede.

Grita filha !

Essa fobia

É protecção natural

Contra a aranha sombria

Que além de símbolo

é mal !

Grita com todas as forças !

Grita porque há mesmo perigo

Essa aranha uma cruz negra

é o pior inimigo.

Por meu amor não te cales !

Grita filha

Tua mãe

Impele-te pra que fales :

Contigo grito também !

Essa aranha que se estende

Tem o passo marcial

Com fúria que surpreende

O incauto em voz fatal.

Grita filha

O bicho imundo

Sai vertiginosamente

Da sombra vinda do fundo

Em veneno de serpente.

Tal a jibóia medonha

Enrola-se abraça o mundo

Pra ir crescendo em peçonha.

Introduz-se em toda a parte

Tudo corrói e desfaz

É inimiga da Arte

Do Ser Humano da Paz.

Grita filha !

Mas tão alto

Num grito tão verdadeiro

Que desperte em sobressalto

O que não quer ver primeiro.

Essa aranha pestilenta

Odeia a própria Cultura

Em fogueira que alimenta

Livro após livro censura.

Opõe à Humanidade

A sua força brutal

Por onde ela passa invade

Mata o constitucional !

É um monstro repelente :

Primeiro ataca o mais fraco

Para ir seguidamente

Oculta em cada buraco

Destruir a Liberdade.

Inimiga da diferença !

Grita !

Minha filha Grita !

Faz ouvir tua presença.

Aponta o bicho feroz

Mostra-o sacode os amigos

Com a força da tua voz !

Grita !

Esse enredo de perigos !

Grita filha ! Desta vez

Esse grito é racional

Porque essa aranha é o não

Ao direito Universal.

Sem medo abre tua boca !

Grita alto ! Grita forte !

Porque toda a força é pouca

Para lutar contra a morte.

Grita ! Grita minha filha

não te cales nunca mais :

não se veja outra Bastilha

Prendendo os próprios jornais !

Que teu grito seja infindo

Circule dê volta ao mundo

Jovem voz entusiástica

Erguendo o povo profundo

Contra a bandeira suástica.


Marília Gonçalves

4 comentários:

Jerónimo Sardinha disse...

Minha Cara Marília,

Este simbolo, antes de ser manipulado pelos "amigos do homenzinho", teve muitos e vários significados para a espécie humana. É muito antigo e em boa verdade, nem sempre se relacionou com o melhor da humanidade.

Mas, em meu entender, não só não devemos esquecer, como é nossa obrigação passar para as gerações vindouras o que simbolizou, quem e como o utilizou e principalmente, as legiões de incautos que o serviram.
Devo dizer-lhe, que apesar de tudo o ocorrido, falo com pleno àvontade, em todas as circunstâncias, de Oliveira Salazar e dos seus amigos e servidores. Só assim, lembrando, posso evitar (ou tentar) a repetição de novo crime contra o meu (nosso) Povo. E transmitir aos novos, que não viveram esse tempo, muitos nem acreditam que tenha existido, que se não deixem encantar com novos contos da sereia.

Fez bem!
É oportuno! Muito!
E sobre as palavras, não há comentário. O melhor comentário, são elas próprias e a mensagem que transmitem.

Bem haja. Coragem e vamos em frente. Contra eles. Todos. E por nós.

Abraço fraterno e companheiro,

Jerónimo Sardinha

Marília Gonçalves disse...

VIVA O POVO DE PORTUGAL. SOMOS NOS TAMBÉM!
Viva o Direito Universal de TODOS OS POVOS DO MUNDO

abraço a todos e vamos em frente
e o Caminho será nosso

Marília

andrade da silva disse...

CARA MARILIA

O fascismo de hoje, fascismo social, fascismo branco limpo,faz-se pela segregação espacial, urbanistica; pela discriminação positiva a uns e negativa a outros no acesso ao crédito; no contolo total da vida dos cidadãos, através dos sistemas informáticos, câmaras de video, hoje, a suastica circula muito alegremente nas nossas mãos num cartão de crédito com desenhos muito aprazíveis e sem qualquer aspecto agressivo.

Eles hoje usam como disfarce palavras com sentido muito ambiguo como democracia, e convencem muita gente que são democratas, quando são de facto fascistas-sociais. Um real perigo, porque muito subtil.
abraço.
asilva

Jerónimo Sardinha disse...

Cara Marília,

Verifico, com desgosto, que substituiu o símbolo que encimava e identificava, muito bem, este artigo.

A que se deveu?
Esconder as agressões nunca foi boa política, nem serviu para prevenir nada. Pelo contrário!

Devo dizer-lhe que fui dos poucos "palermas" de esquerda que foi frontalmente contra a destruição das estátuas: do Salazar; do Carmona e outras tantas, por esse país fora.
Esse gesto só serviu para branquear um período negro, fazendo-o esquecer, pela nossas gerações e ser ignorado pelas vindouras. Deveriam estar onde foram colocadas, apostando-lhe um placard metálico de bom tamanho, denunciando quem foram e o que fizeram.
A direita concordou, em silêncio, porque mais objectiva do que a esquerda, percebeu a vantagem do futuro.

Sugiro-lhe que retorne ao original.
EXISTIU! E DEIXOU UM PROFUNDO RASTO DE DESTRUIÇÃO E SANGUE HUMANO! Até depois da sua pseudo-extinção.

Abraço fraterno e companheiro, do,
Jerónimo Sardinha