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Em cada esquina sentinelas vigilantes incendeiam olhares em cada casa se substituem apressadamente os fechos velhos das portas e em cada consciência fervilha o temor de se ouvir a si mesma
A historia está a ser contada de novo
Medo no ar!
Acontece que eu homem humilde ainda mais humilde na pele negra me regresso África para mim com os olhos secos.
Infelizmente por vezes a alma do poeta se desencontra com a desalma do político, o que parece que foi o triste e dramático caso.
Quem consente na execução dos opositores políticos com o rotúlo de que seriam rapazolas, como ao que consta aconteceu com Nito Alves não merece perdão.
E isto confirmou a mulher de Agostino Nerto, embora diga que ao palácio presidencial só chegava o silêncio, mas os presidentes têm de romper o slêncio.
Um dia também gostei bastante de Agostino Neto,por isso a minha desilusão foi maior e a condenação mais total se é que o pode ser.
Estranhos Poetas parece have epidemia de amnésia politica entre poetas de esquerda? Medo? de quê? Toca a agir, senão quanto se escreva fica desmentido, como dom que se tenha enganado de destinatàrio Mailia Gonçalves
Um olhar firme e directo Para dizer o teu nome O respeito só completo Ao dizer a tua fome. Se falar da tua história Dói a quem lhe sente a culpa Se em mar de tua memória Tua inocência resulta; Se te escrevem e descrevem Sem chegar ao que tu és É que ficaram aquém Da essência das marés. Lavraste a história do mar Com o teu nome cativo, Mas trazes no teu olhar O mundo em que sobrevivo. Tu sim, conheces o preço Do amor e da família Perdidos desde o começo Dos que eram tua matilha. Tu que és ainda o olhar Da frescura juvenil Que semeaste no mar O teu coração viril Tu meu irmão, que és o filho Da mãe de todas as mães Trazes nos olhos o brilho Dessa ternura que tens. Tu que da tua pobreza Fazes riqueza de tantos E abres a tua mesa Ao causador de teu espanto Tu que sabes repartir Dando do pouco que tens E que choras a sorrir Porque sabes donde vens; Eu quero ser tua irmã Tua mulher, tua amiga Pra levantar amanhã Ao que hoje o pensar me obriga. Mas eu nem sei se o mereço... Apesar de querer o esforço Pró mundo futuro e moço. É a ti negro, que falo É a ti que me dirijo Pois cada verso que calo No porão do esconderijo Não vê nunca a luz do dia Não chega à tua verdade Nem à voz que principia Numa nova sociedade. Tu tens o valor da terra Trazes o respeito em ti Numa alegria sincera Que extravasa quando ri. Como é pequeno o poema Para dizer coração Pra cantar pele morena Do negro que é meu irmão.
3 comentários:
cara Marilia
Infelizmente por vezes a alma do poeta se desencontra com a desalma do político, o que parece que foi o triste e dramático caso.
Quem consente na execução dos opositores políticos com o rotúlo de que seriam rapazolas, como ao que consta aconteceu com Nito Alves não merece perdão.
E isto confirmou a mulher de Agostino Nerto, embora diga que ao palácio presidencial só chegava o silêncio, mas os presidentes têm de romper o slêncio.
Um dia também gostei bastante de Agostino Neto,por isso a minha desilusão foi maior e a condenação mais total se é que o pode ser.
abraço
asilva
Estranhos Poetas
parece have epidemia de amnésia politica entre poetas de esquerda?
Medo? de quê?
Toca a agir, senão quanto se escreva fica desmentido, como dom que se tenha enganado de destinatàrio
Mailia Gonçalves
Negro irmão
Um olhar firme e directo
Para dizer o teu nome
O respeito só completo
Ao dizer a tua fome.
Se falar da tua história
Dói a quem lhe sente a culpa
Se em mar de tua memória
Tua inocência resulta;
Se te escrevem e descrevem
Sem chegar ao que tu és
É que ficaram aquém
Da essência das marés.
Lavraste a história do mar
Com o teu nome cativo,
Mas trazes no teu olhar
O mundo em que sobrevivo.
Tu sim, conheces o preço
Do amor e da família
Perdidos desde o começo
Dos que eram tua matilha.
Tu que és ainda o olhar
Da frescura juvenil
Que semeaste no mar
O teu coração viril
Tu meu irmão, que és o filho
Da mãe de todas as mães
Trazes nos olhos o brilho
Dessa ternura que tens.
Tu que da tua pobreza
Fazes riqueza de tantos
E abres a tua mesa
Ao causador de teu espanto
Tu que sabes repartir
Dando do pouco que tens
E que choras a sorrir
Porque sabes donde vens;
Eu quero ser tua irmã
Tua mulher, tua amiga
Pra levantar amanhã
Ao que hoje o pensar me obriga.
Mas eu nem sei se o mereço...
Apesar de querer o esforço
Pró mundo futuro e moço.
É a ti negro, que falo
É a ti que me dirijo
Pois cada verso que calo
No porão do esconderijo
Não vê nunca a luz do dia
Não chega à tua verdade
Nem à voz que principia
Numa nova sociedade.
Tu tens o valor da terra
Trazes o respeito em ti
Numa alegria sincera
Que extravasa quando ri.
Como é pequeno o poema
Para dizer coração
Pra cantar pele morena
Do negro que é meu irmão.
Marília Gonçalves
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