sábado, 7 de fevereiro de 2009

05 - POEMÁRIO * Pátria minha!





O vento, rijo, as ondas encapela.

Aflitos, gemem mastros e velames.
À capa, marinheiros! Aos cordames!
E sobre a barca abate-se a procela.

As vagas galgam já as amuradas
e banham o convés, enraivecidas.
Há preces de temor entretecidas
e angústias de paragens assombradas!

Indómita, à deriva, a barca aguenta
as investidas múltiplas do mar.
Ah, pátria minha, urgente é navegar
até além do medo e da tormenta!

E quando forem horas de render,
oh pátria, que nos saibam merecer!...


José-Augusto de Carvalho
7 de Fevereiro de 2009.
Lisboa * Portugal

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