Caros amigos
Jaime Cortesão, Raul Brandão e outros falam de tortura no regime salazarista, mas esses tempos de que falam, foram tempos ensombrados, mas nunca existiram, tudo mentira, como louca e psicótica alucinação, mesmo delírio esquizofrénico, digo-o, como psicólogo, é testemunhar-se que alguma vez houve um 25 de Abril de 74 em Portugal. Tudo foi uma alucinação, ou na versão poética um dia inteiro com sol e festa, mas veio a noite e o dia esfumou-se. ( Não há nostalgia. Há fome e sede de decência, será querer muito? Não falo de PREC, falo de dignidade, probidade, mesmo, desse mínimo ético, de decência)
Tempos ensombrados esses, escondidos na penumbra e pela cobardia dos democratas envergonhados do Portugal dito democrático, mas era assim que o regime tratava os opositores, mas era assim que a PIDE e a sua tropa, os flechas, matavam os "pretos turras", às postas, como se faz ao peixe, disse-me com honra um dos torcionários da PIDE, mas era assim que o ten-cor Gorgulho governador de S.Tomé tratava os "pretos" dissidentes, mas era assim que Salazar tratava a gente honesta, o Brig. Themudo Vera que foi investigar os crimes de Gorgulho, embarcou em S.Tomé, mas nunca chegou a Lisboa, os peixes do Atlântico dele se alimentaram, vivo ou morto, mistério…. mas era assim que no norte de Angola, no Negage, o guia do capitão Robles me contou que se fazia: OH Pessoal, pose para uma foto!... mas a máquina fotográfica era uma metralhadora, dizem que estes crimes nunca prescrevem, mas a TV mostra-os, mas que se saiba a Procuradoria Geral da República não instaura nenhum processo ( coisas), mas se era deste perfil o Ditador, porque agora no regime democrático, ao invés de se julgar o fascismo, louva-se o ditador, e Nogueira Pinto não se cansa de o cantar. Mas quem, vivo, o acusa?
Mas quem, vivo, é cúmplice por estes crimes que o juiz Barata, dos tribunais militares absolveu e que Novembro calou, como também calou a minha prisão, às mãos de um juiz o Sr. Rui Gonçalves Pereira, prisão de um inocente, como se provou e o próprio presidente do 3º tribunal Militar, Cor. Cruz Novo, da Força Aérea, o disse, aos doutores Xencora Camotim e Goucha Soares e a mim próprio.
Mas porque gozam, entre nós, de tanto prestígio, poder e liberdade os fascistas? Será que houve em Portugal, alguma vez o 25 de Abril de 74?
Tudo isto diz que não. Mas o que será que dizem os sucessivos escândalos dos poderosos que nunca são julgados com prisão, à excepção dos mártires Vale de Azevedo e Oliveira e Costa, os Cristos da direita, crucificados para salvar as aparências, mas porquê estes?
asilva
Jaime Cortesão, Raul Brandão e outros falam de tortura no regime salazarista, mas esses tempos de que falam, foram tempos ensombrados, mas nunca existiram, tudo mentira, como louca e psicótica alucinação, mesmo delírio esquizofrénico, digo-o, como psicólogo, é testemunhar-se que alguma vez houve um 25 de Abril de 74 em Portugal. Tudo foi uma alucinação, ou na versão poética um dia inteiro com sol e festa, mas veio a noite e o dia esfumou-se. ( Não há nostalgia. Há fome e sede de decência, será querer muito? Não falo de PREC, falo de dignidade, probidade, mesmo, desse mínimo ético, de decência)
Tempos ensombrados esses, escondidos na penumbra e pela cobardia dos democratas envergonhados do Portugal dito democrático, mas era assim que o regime tratava os opositores, mas era assim que a PIDE e a sua tropa, os flechas, matavam os "pretos turras", às postas, como se faz ao peixe, disse-me com honra um dos torcionários da PIDE, mas era assim que o ten-cor Gorgulho governador de S.Tomé tratava os "pretos" dissidentes, mas era assim que Salazar tratava a gente honesta, o Brig. Themudo Vera que foi investigar os crimes de Gorgulho, embarcou em S.Tomé, mas nunca chegou a Lisboa, os peixes do Atlântico dele se alimentaram, vivo ou morto, mistério…. mas era assim que no norte de Angola, no Negage, o guia do capitão Robles me contou que se fazia: OH Pessoal, pose para uma foto!... mas a máquina fotográfica era uma metralhadora, dizem que estes crimes nunca prescrevem, mas a TV mostra-os, mas que se saiba a Procuradoria Geral da República não instaura nenhum processo ( coisas), mas se era deste perfil o Ditador, porque agora no regime democrático, ao invés de se julgar o fascismo, louva-se o ditador, e Nogueira Pinto não se cansa de o cantar. Mas quem, vivo, o acusa?
Mas quem, vivo, é cúmplice por estes crimes que o juiz Barata, dos tribunais militares absolveu e que Novembro calou, como também calou a minha prisão, às mãos de um juiz o Sr. Rui Gonçalves Pereira, prisão de um inocente, como se provou e o próprio presidente do 3º tribunal Militar, Cor. Cruz Novo, da Força Aérea, o disse, aos doutores Xencora Camotim e Goucha Soares e a mim próprio.
Mas porque gozam, entre nós, de tanto prestígio, poder e liberdade os fascistas? Será que houve em Portugal, alguma vez o 25 de Abril de 74?
Tudo isto diz que não. Mas o que será que dizem os sucessivos escândalos dos poderosos que nunca são julgados com prisão, à excepção dos mártires Vale de Azevedo e Oliveira e Costa, os Cristos da direita, crucificados para salvar as aparências, mas porquê estes?
asilva
39 comentários:
Poetas exilados
quando regressais?
que vos prende no longe
na distância
da luz de vossa infância
proibida
que oculta força
vos segura
longe de Portugal
da vossa vida
Marília Gonçalves
Fascismo em Portugal? sim houve duma hipocrisia sem par, com gente fingida de falsas e adocicadas maneiras, quando às ocultas eram o terror, de que afinal todos tinham conhecimento, como se viu pelo silêncio a que o povo de Portugal se obrigava, por medo de falar, ora para justificar tal medo só um monstro histórico
poderia ditar esse silenciar de qualquer dor ou queixa,e não é porque uns sádicos saudosistas abrem a boca, que o povo pode esquecer o seu velho medo de tudo, de todos e de cada palavra proferida.
25 de Abril Sempre
em frente por Abril
Marilia Gonçalves
Acuso eu! pelos meus, pela minha infância roubada, anterior à prisão de meu pai, minha vida decorria alegre e descuidada entre amor, ternura , poesia e as aulas, meu pai chefe de escritório dum conhecido laboratório, despedido no primeiro dia em que se apresentou ao trabalho, após a saída da prisão, nunca mais conseguiu emprego que nos trouxesse a mesma maneira de viver e eu, com doze anos no EXTERNATO em que estudava aos dozes anos, contra proibições da Mocidade portuguesa, vendia às escondidas a colegas e professoras bolos e batatas fritas que minha mãe e minha avó faziam pela noite fora.
Só assim não morremos de fome.
Depois com catorze anos, com meu pai com vômitos de sangue, vim com minha mãe trabalhar para França, até que meu pai se veio juntar a nós, para nunca mais recuperar a saúde, extração de rim, trombose logo em seguida, e sô o amor à vida, a Portugal e à luta o mantiveram vivo e entre os que o amaram até ao ultimo instante e continuam enternecidos a respeitar-lhe a memória.
Feliz viu Abril! A recompensa de tanto sofrimento! O nosso 25 de Abril de 1974
Valeu-me saber ao que devia tanto sofrer, ao Salazar e à corja imunda que o seguia, esse conhecimento permitiu-me saber dirigir a minha raiva unicamente contra os responsáveis sem nunca ter o mais leve pensamento de amargura contra o mundo que me rodeava
permitiu-me continuar a amar o ser humano e a construir-me como adolescente a caminho da Mulher, com a poesia por companhia e os poetas levando-me pela mão, para esse mundo de beleza e fraternidade em que continuo a acreditar e pelo qual me bato e baterei até morrer e talvez pela voz dos meus poemas ainda um pouco depois
Marília Gonçalves
Meu Cor. esté muito desanimado. Inflizmente há outros a pensarem diferente de nós. Alguns até negam o Holocauto. Como é possível? Parabens à Marília Gonçalves. Não a conheço, mas já a admiro, entre outras coisas por continuar a sorrir à Vida
Fernanda Neves
E ainda há quem diga que não houve? E ainda há os que dizem que o que faz falta hoje em Portugal é o Salazar!
Só podem falar assim porque não passaram o que eu e miutos outros passámos. Sou filha de um oficial do exército, que foi preso político quando eu tinha 6 anos. Meu pai só foi libertado quando eu já tinha 12 anos. Durante todo esse tempo a nossa vida foi muito complicada tanto a nível económico como a nível pessoal. Eramos vigiados e as escutas telefónicas eram diárias. Quando ele saíu em liberdade, não pôde regressar ao Exército pois tinha sido expulso, e ninguém lhe dava emprego pois tinha cadastro e ainda por cima político (ainda faltavam alguns anos para a Liberdade).
O meu obrigada (com letra bem grande) aos militares e a todos os que nos livraram daqueles fascistas imundos.
25 de Abril, Sempre!
Em Portugal, há uma dívida e vergonha...
O povo deve consideração e respeito a todos os cidadãos que "fizeram o 25 de Abril"!
Tolerar idiotas que ainda veneram o sovina incompetente que criou a ignorãncia e pobreza dos portugueses... (desculpe mas não consigo escrever o nome de tal ser,... seria dar-lhe importância e significado)
Ao idolatrar ditadores do passado desconhecido, os jovens de agora, nada mais fazem que reproduzir comportamentos e atitudes assimiladas...
Resultados inconscientes da fraqueza de seus supostos educadores, que com a sua ignorância, não lhes souberam transmitir capacidade de interpretar ou de se afirmar, enquanto personalidades e valores próprios.
Na ramificação de todos os presentes, descendentes de vitimas do fascismo, pergunto; "Serão as intervenções por escrito, inuteis e insuficientes, na interminável vontade que tantos cidadãos têm, de ver Portugal continuar a magnifica e exemplar tentativa humana que foi o 25 de Abril?"
Abraço,
Pierrot le fou, (neto de prisioneiro político...)
Cara Dra. Fernanda não sei se estou deasanimado ou não, sei, somente sei, que continuo a lutar.
Todavia não nego o cerco, luto por um impulso vital e nunca deixei de sorrir à vida, como o constatou durante quase 20 anos e como estes farrapos de estórias (escritas há muitos anos) do quotidiano o irão dizendo, as da guerra e as de 2 anos de prisão.
Não desanimo, denúncio e revolto-me contra o inimigo insidioso das democracias.
Claro que sei que há muita gente a pensar de modo diferente, uns negam o holocausto, mas, entre nós, negam-se os massacres e as torturas da Pide.
Aqueles negam,outros recordam que houve esses crimes e que quem aplaude Salazar assina por baixo aqueles crimes, seria bom lembrar isto, porque muitos não sabem e outros vão-se esquecendo.
Mantenho perante tanta ignominia e uma destruidora pirâmde de corrupção e corruptos que 0 25 de Abril 74 está esfrangalhdo, puder falar-se, mas a caravana passar, quanto vale para quem tem fome, está desempregado e o Sr.Cadilhe por seis meses para gerir uma falência ganha 10 milhões de euros?
Sei que no fascismo não se podia dizer,mas no fascismo também dizia o que era proibido,cantava nos quarteis o que era proibido, convivia comn os meus subordinados o que também era proibido, portanto se alguémn sabe que hoje é diferente, naturalmente que sou um deles e que digo que valeu a penao 25 de Abril.
Todavia quando os vampiros regressam é preciso dizer nõ passarão, resistir e lutar.
abraço
asilva
PURA COINCIDÊNCIA ESCRITO em 28 Maio,aniversário do trágico 28 Maio de 1926.
Um abraço a todos os capitães de Abril que nos antecederam Varela Gomes e Pestana,às suas familias e filhos e aqui recordo a muito querida amiga Isabel Pestana, que por causa do assalto ao Quatel de Beja soube o que era o fascismo, eu também como filho de um capitão que morreu cedo, sei para quê em1963 chegava uma pensão de 100 escudos com um desconto de um escudo para imposto de selo.
MALDIDOS OS FASCISTAS DE ONTEM, OS DE HOJE E OS DE SEMPRE NÂO NOS CALARÂO.
abraços
asilva
"Não amaldiçoe a escuridão.
Acenda uma vela
Provérbio Chinês
Povo Português, meu irmão e meu pai, Nos teus caminhos, onde te levam os passos, ergues países!
Que estranha força te impede de levantar Portugal?
que é o teu pai e tua História, tua origem e teu sangue?!
Marília Gonçalves
aqui volto com um abraço especial para a amiga filha de Oficial do Exército preso durante o fascismo, e espero que mais filhos de presos políticos aqui venham testemunhar do que foi o sofrimento das famílias dos presos, de seus filhos, o que era uma forma mais de tortura sobre o próprio preso politico, que bem sabia a dor que lhe ia por casa!
a desmoralização era também uma das armas repelentes do salazarismo, que tentava pelos mais cobardes meios, enfraquecer a vontade e a resistência dos presos políticos
O meu fraterno abraço a todos os familiares que sofreram com a prisão e tortura dos seus, mas que convictos sabem que nos cravos de Abril flutua para sempre o nome de cada corajoso e honesto Resistente
e a todos os RESISTENTES o meu muito obrigada
e para a DR Fernanda Neves, o meu abraço também, porque todos os antifascistas, todos os que amam o ser humano são irmãos
e o mundo que sonhamos havemos de vê-lo surgir fraterno e generoso de cada palavra de cada gesto nascidos da nossa vontade de um mundo belo, justo e recto
Marilia Gonçalves
Ai PELA NET
lembrem-se como foi
Às vezes apetece-me agarrar em certas pessoas e levá-las numa viagem no tempo. Há filmes para isso, e até séries de TV - do Conta-me como Foi aos domingos na RTP1 à Guerra, o espantoso documento de Joaquim Furtado sobre a guerra colonial que está de novo a ser transmitido pela RTP2. Mas sei que não funcionam. Nem funcionaria, sequer, uma viagem aos anos pré-1974. Se nem a memória funciona para quem os experimentou, como esperar que alguma coisa funcione?
http://209.85.229.132/search?q=cache:arI0nhAfFgcJ:5dias.net/2008/04/25/lembrem-se-como-foi/+PROIBIDOS+DURANTE+O+SALAZARISMO+O+COISO+NA+MAO+A+MAO+NO+COISO&cd=12&hl=fr&ct=clnk&gl=fr
Excelente post, Fernanda.
É o retrato de gente desmemoriada que habituados aos benefícios do desenvolvimento catapultado pela democracia não se querem lembrar do tempo em que comiam uma sopinha e ainda não iam de férias para o Algarve.
Eu até percebo que não lhes apeteça lembrar. Mas deviam morder a língua de cada vez que dão um suspiro saudoso pelos dias do Salazar. Esses dias cheios de Marias, nas casas de meia dúzia de senhoras. Para um certo tipo de pessoas até se tornou chique dizer mal da democracia. Quem não os conheça ainda corre o risco de pensar que faziam parte das cem famílias que perderam alguma coisa com o 25 de Abril. Mas a liberdade tem destas coisas…é-se livre para ser amnésico, ingrato e nostálgico de um país que só existiu nos livros da propaganda.
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Minderico: Concordo consigo, sobretudo na parte em que afirma que um dos piores legados de salazar é a pouca importância que se dá à liberdade, o pouco cuidado com que se trata dela e se explica o conceito aos mais novos. Como filha e sobrinha de refractários ainda hoje há quem me diga que os responsáveis pelas muitas más memórias e ‘mutilações’ que me ficaram da infância não são nem salazar nem o fascismo mas sim “os que tinham a mania de se meter em políticas em vez de tratarem das famílias”. Esta escala, em que o mais importante não é a soberania individual ou o direito à escolha mas a segurançazinha, termos quem pense por nós, sermos, individual e comodamente, um protectorado do estado, esta preguiça, esta abdicação, é a pior vampirização das ditaduras. É quando da liberdade fica apenas a noção de que se pode insultar políticos e ser malcriado com os vizinhos.
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Quando oiço ou leio elogios a Salazar e ao “outro tempo” a gente que tem idade para se lembrar, fico estupefacta. Nunca deixa de me espantar que se considere que “se vivia melhor” ou “havia mais segurança”. É que não é uma questão subjectiva: não me venham com questões subjectivas. Nada há mais objectivo que os indicadores do Instituto Nacional de Estatística, e a forma como nos últimos 34 anos as provas do bem-estar dos portugueses aumentaram de modo quase milagroso. A mortalidade infantil e materna, por exemplo: passámos de um índice de país do Terceiro Mundo para um dos mais honrosos da UE. A esperança de vida. A electricidade, a água canalizada, as casas de banho dentro das casas. A quantidade de jovens que conseguem aceder ao ensino superior. Quem acha que isso não tem nada a ver com a democracia e que era inevitável deve questionar-se, por exemplo, sobre o motivo pelo qual em quase todos os países totalitários, independentemente da sua riqueza, a maioria das pessoas vive tão mal.
Porque antes da democracia a esmagadora maioria dos portugueses vivia mal. Havia miséria como não há, nem por sombras, hoje. Havia pobreza como não há, nem por sombras, hoje. Há gente a viver mal hoje, idosos com reformas miseráveis. Mas antes da democracia não havia sequer reforma garantida para todos - lembram-se? E podia não haver carjacking - não havia sequer carros que chegassem para isso - mas havia tropa obrigatória, lembram-se? E minas nas picadas, e emboscadas na selva. Quantos portugueses morreram, obrigados, na guerra? Quantos voltaram deficientes? Quantos tiveram de fugir para não serem enviados para África? Quantos fugiam, “a salto”, para tentar uma vida melhor no estrangeiro? Quantos morriam de medo de dizer alguma coisa errada que os levasse a serem considerados anti-regime, a perder o emprego, a serem presos? Era seguro, ser português? Era seguro, viver numa ditadura?
e facto as pessoas têm a memória curta quando lhes convém e habituam-se muito depressa ao que é bom, esquecendo completamente o passado, como se, num mundo de direitos, não houvesse também obrigações.
Comentário de minderico
As pessoas “esquecem-se”. Muitas querem novamente a ditadura salazarista. Um dos piores legados de uma ditadura é deixar pessoas com saudade dessa ditadura. E isso acontece em Portugal.
Por culpa da anterior ditadura e , também, muito por culpa de democratas arrivistas.
A democracia não tem sabido manter a memória do horror salazarista.
A iliteracia civil e social existente só se “mata” com democratas exemplares. Como a Fernanda Câncio.
O resto são “santanices bolorentas” que perpetuam as “más memórias” da longa noite fascista.
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Há, claro, sonhos que se perderam e traíram. Não somos todos felizes - mas só nos cartazes das ditaduras toda a gente sorri. Os amanhãs cantaram, mas desafinados para muitos ouvidos. Desafinam ainda, e ainda bem - porque agora depende tudo de nós, e cada voz canta diferente. Sobretudo, não me digam que “há medo de falar” nem usem a palavra “fascismo” a torto e a direito. Porque é ridículo, demasiado ridículo, mas porque, sobretudo, é um insulto a todos os que realmente souberam o que era ter medo e viver num regime totalitário, todos os que no “dia inicial, inteiro e limpo” de Sophia se sentiram, enfim, inteiramente inteiros.
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E ultimamente tem havido um recurso leviano e até insultuoso a comparações com esse tempo antes. Como muito bem diz, parece que não se lembram do país pobre, medíocre, da chapelada, triste, embrulhado em trapos, a morrer em África, em que meia dúzia ia à escola e muitos ficavam nas enxergas das mães que pariam em casa… Para não falar de que quando se juntavam 3 ou 4 pessoas aparecia logo alguém a dizer que não convinha (?)… e muito mais que não dá para escrever agora.
Se há aspectos a melhorar? Se há mazelas e problemas graves? Claro que há. Mas essa é outra discussão e outro combate!
Nunca entendi como é que o dia 25 da Abril não é consensual. Mas, pelos vistos há quem não goste de LIBERDADE!
Comentário de Amarino Sabino
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E para aqueles que acham que a política não lhes interessa relembro (e só para falar daquilo a que eu assisti) que as calças de ganga eram proíbidas, a coca cola era proíbida, nos escaparates das revistas só havia 3 ou 4 títulos, era obrigatório ter licença de isqueiro e licença para ter cão. Nos colégios as raparigas não podiam vestir calças, os recreios eram separados e só nos colégios mais modernaços as aulas eram mistas e mesmo assim havia filas de carteiras para as raparigas e filas de carteiras para os rapazes. Nem na fascista espanha de Franco - que visitei muitas vezes antes do 25 d eu vivi em portugal até aos 17.
Lembro-me de ir para a escola primária e de ver amigos meus descalços, de ver os almoços dos pais (pão de milho e alguns carapaus-chicharros com pimenta), de ver muitas casas sem casa de banho (casas com chão de terra batida), dos “mendigos” , de médicos a serem pagos com “bens” (oratórios, por exemplo) da tuberculose, da emigração en masse, da avarentos que deitavam fora a fruta que não vendiam…para que o preço do “mercado” não baixasse…enfim…apanhei com os restos do salazarismo e não gostei nada…só queria era sair dali para fora…a maior parte dos trabalhadores eram contratados no “canto” (se chovesse, não ganhavam nada)….
Comentário de fatimarosado
Data: 25 de Abril de 2008, 13:15
não sabe o que foi a PIDE, ignora as suas atrocidades ou então finge que desconhece.
A PIDE não se limitava a prender uma ou outra pessoa que se expressasse contra um ou outro assunto.
A PIDE era uma cola política alicerçada em inúmeros informadores. A PIDE caía em cima de qualquer pessoa à mínima palavra ou frase com a mínima conotação ligeiramente diferente dos ideais político-sociais de Salazar. A PIDE vigiava pessoas dia e noite. A PIDE torturava incansavelmente cidadãos comuns que não haviam cometido crime algum.
Se houvesse PIDE o resultado não era o mesmo. Afrimá-lo é o mesmo que afirmar que Fernando Pessoa e Tony Carreira são a mesmíssima pessoa.
O Mario Machado não está preso (preventivamente - convém referir que não se trata de pena de prisão por punição de crime, mas de uma medida de coacção) suas opiniões politicas. O Mario Machado foi acusado de diversos crimes (de agressões físicas, de ameaças, de discriminação racial..)tendo chegado a ser apreendidas armas ilegais e propaganda nazi. Isso é um bocado diferente do simples expressar de ideias e pensamentos políticos.
O primeiro dia de um julgamento em matéria penal é sempre dedicado “ao que ele pensa” (o arguido) e nao “ao que ele fez” (arguido). A parte dedicada “ao que ele pensa” tem como objectivo conhecer a mente do possível criminoso, como forma de conhecer e compreender o possível cenário de crime.
A perda de empregos devido a comentários não tem a ver com democracia nem com Salazar, tem a ver com o ser humano em si.
Comentário de Ana Matos Pires
Caras amigas e amigos
Neste pequeno forum que saúdo, venham sempre e mais vezes, cumpriu-se e estamos cumprindo o provérbio chinês acenderam-se velas por entre a escuridão.
Desejariamos que fossem 10 milhões em Portugal e bilhiões no Mundo, fazemos o que podemos e tanto pode o acaso, iniciamos este forum no dia 28 de Maio de 2009, 83 anos depois do golpe militar de 28 Maio de 1926, se tantos anos depois não formos nós os que vivemos a noite escura a falar desta maldição quem vai falar.
Pessoalmente aos 25 anos ajudei o país a libertar-se dessas malditas grilhetas que volto a amaldiçoar para todo o sempre, procurando acender todas as velas possíveis e todos os anti-ciclones possíveis que varram para todo o sempre essa maldição que aqui e além não se extinguiu, e que parece ter um certo encontro, hoje, na história lá para a bandas de um dos seus berços - Itália - com as politicas racistas contra os imigrantes.
Enfim acendamos muitas velas, mas as velas podem poder pouco, porque também têm uma vida efémera.
Divulguemos a história, pelo menos para que conste.
abraços
asilva
omentário de Saloio
Data: 28 de Abril de 2008, 22:23
Estimada Dra. Fernanda Câncio: acabo de chegar de fora e leio este seu post…e fico com um sorriso triste na cara. Muita desta gente não sabe do que fala, ou ainda está ressabiada de alguns percalços há 30 anos.
Por isso, vou abusar da sua paciência e vou voltar a falar de mim.
Em minha casa vivia-se bem. O meu pai era “doutor” - e ser doutor há 50 anos era como ser barão ou conde na antiguidade. Vivíamos numa vivenda em Lisboa e tínhamos duas empregadas domésticas - apelidadas de “criadas”, vindas da zona de Viseu por 300 escudos por mês, e cujos pais ainda deram à minha mãe uns chouriços e queijos pelo “grande favor” que lhes estávamos a fazer.
Como a vida social era muito injusta, era aos meus pais que ofereciam ovos, galinhas e outros presentes, ou nada pediam por pôr uns protectores nos sapatos - em vez de fazeram tais ofertas e borlas a quem realmente precisava.
Contudo, só um cego é que não percebia que Portugal era uma coisa esquecida, dominado pelo medo e pelo obscurantismo. Os filmes não vinham para cá e aos livros mais especiais só tinha acesso quem tinha dinheiro e um amigalhaço em Paris ou Londres.
O pauperrismo das populações, aliado à sua completa ignorância e a um temor canino por tudo o que era padre e polícia, fazia do país real um povo ainda agricultor de enxada e de trabalhar de sol-a-sol. E não se diga que era só no Alentejo - lá para Trás-os -Montes também havia muita fome. Faltava a electricidade, a água canalizada, e na zona rural poucos tinham casa de banho.
Nas zonas urbanas (como eu), o sonho de qq rapaz era tirar o 5º ano do liceu (antigo 2º Ciclo): com este “canudo”, já iamos para Furriel na tropa, com possibilidades de ir a oficial, e se não deixássemos o canastro em África, no regresso podíamos arranjar emprego num banco ou numa companhia de seguros, e vir a comprar um apartamento de 2 assoalhadas na Reboleira (”Pois…pois…J. Pimanta, Lda.” - dizia o anúncio em 1973, apregoando o referido apartamento por 190.000$00). Ce. Já nessa altura olhávamos um pouco de lado para a malta que idolatrava os Doors…mas quando saiu a 2ª versão de “Rayders on the Storn”, a de 1966, aquela com o som forte da chuva a cair e o Morrison a cantar sem música, com voz de aguardente…todos baixámos a tola em sinal de respeito.
Antes do rock, dominava em Portugal o “Yé-Yé”, de origem francesa. Portugal até 1964 fora dominado pela cultura francesa. Dava-se françês logo no 1º ano do liceu. E os franceses eram a Sylvie Vartin (Si je chante , cest pou toi…), a Francoise Hardy (Tous les graçons et les filles de mon age), o Richard Antonhy (C ést ma fête, Donnes moi ma chance), e o Adamo (tombe la nege, vous permetez, Paola, une meche de tes cheveux). Nós, os do rock, não gostávamos do “yé-yé”, mas as miúdas gostavam - elas, de camisa branca, saia de xadrez escossês com um alfinete, meias até ao joelho e mocassans, se tivessem a franginha penteada, até pareciam a Sylvie na revista “Salut les Copains” e a malta, nos convívios do Charles Lepierre, abanava também com aquilo.
Foram os Beatles, a mini-saia (da Mary Quant), o Mini Coopers, o 007 e o estilo de vida londrino com Andy Warhol a divulgar a bandeira inglesa por tudo o que era sítio, que derrotaram a cultura francesa, os verbos com muitos tempos, o Flaubert e os escritores de 800 e a restante cangalhada clássica que cá ficara depois das invasões com Soul, Junot e Massena. Foram precisos quatro gadelhudos de Liverpool para correr em Portugal com 200 anos de exageros na retórica e nas boas-maneiras exageradas.
Bom, estou a dispersar-me: a verdade, é que até para os que viviam um pouco “melhor”, Portugal era um atraso. Só os filhos dos ricos podiam estudar nas universidades - os outros tinham de trabalhar para ajudar os velhos. A guerra fazia as sua vítimas físicas, e muito mais psicológicas. Os empregos não abundavam…e para se ser despedido bastava um dedo em riste a apontar a porta da rua.
Daí a emigração - quer à procura de melhor vida, quer para fugir à tropa.
É verdade que havia mais respeito…por causa do medo da Pide e dos bufos que se moviam entre todos, nas fábricas, nos escritórios e nas escolas. Era uma profissão como outra, pois parece que se recebia bem por denunciar os outros - até havia comissão nas multas.
Acho que o país estava dividido em dois: os com mais de 35 anos que ainda idolatravam Salazar por esta ou aquela razão. E os com menos de 35 anos que não compreendiam o atavismo, a incultura, os tribunais plenários, a bufaria e a guerra.
Como diz o povo, o maior cego é o que não quer ver.
Digo eu…
Comentário de jaime roriz
Data: 29 de Abril de 2008, 17:10
excelente texto saloio fizeste-me viajar no tempo :-)
om um emprego num banco, já não comprávamos um Fiat 600 ou um Diane, mas sim um Fiat 128 ou mesmo um Toyota 1.200, ambos na casa dos 65.000$00).
E podíamos também casar com a Isabel, que andara connosco no D. Pedro V, pois o chato do pai dela não queria cá gajos apenas magalas e empregados de escritório.
Por isso, só quem não viveu naqueles tempos é que pode dizer que a coisa era boa. Se andávamos a jogar à bola na rua, vinha o chúi que nos roubava a bola e ainda ameaçava com o casse-tete. Se pisávamos a relva, podíamos ir presos - Portugal era o único país onde a relva não era para pisar, e onde o uso de um isqueiro obrigava a ter uma licença anual caríssima.
A televisão só tinha dois canais, qual deles o mais anémico. Era de bom tom não ver televisão - preferíamos o café e o bilhar. Só se via o Festival da Canção, para podermos atirar umas bocas contra aqueles de que não gostávamos. Sendo oriundo de um bairro da classe média, não gostávamos do “parolos” (Tonicha, Calvário, Artur Garcia), e apoiávamos os que vestiam calças à “boca-de-sino” e mini “pulls”, amarelos e azúis-bébé, como mandava o figurino de Londres e uma loja na baixa chamada “Por-Fi-Ri-Os”: Paulo de Carvalho, Tordo, Carlos Mendes, Duarte Mendes, Hugo Maia de Loureiro, …
Os heróis dos estudantes do meu bairro eram dois poetas: José Carlos Ary dos Santos, e Alexandre O Neil. O primeiro com um vozeirão imponente e letrista de muito boas canções, o segundo com um sorriso cínico. Nos anos 70, no liceu, havia grupos “especializados” autónomos: os das motos (só falavam em cramalheiras, pinhões de ataque, cambotas de alumínio e pneus mandrake especiais,…); os das miúdas (sabiam a altura da saia de uma do 4º B, do que é que outra lia, de frases delas, de onde iam da parte da tarde,…); do futebol; dos aptins; etc.
O meu grupo era o da música rock, que ia de Bob Dylan aos Gentlle Giant, passando pelo pelos Deep Purple, os Emerson Lake and Palmer e pelos Buchman Turner Overdriv
É verdade, João, o assalto ao quartel de Beja! Meu pai faz hoje 87 anos e é um dos tais oficiais do exército do tal "assalto" em 1961! Com o decorrer dos anos foi-se notando as marcas deixadas pela PIDE nos seus tempos de cativeiro, sobretudo as do foro psicológico! Foi muitas vezes torturado e suportou a pior das torturas (a do sono ou estátua) por 2 ou 3 vezes! Mas ainda há quem diga que nem sabia da existência da PIDE e dessas coisas!
Sofri, sofremos todos, mas uma coisa boa aconteceu: a nossa formação política! A nossa forma de ver os outros, o que se passa à nossa volta, a nossa revolta perante injustiças sociais, o não podermos sequer ouvir falar nesses fascistas.
Meu pai com o seu exemplo é,para mim, um heroi, apesar do objectivo não ter sido concretizado naquela altura. É um heroi, porque nos ensinou a estar na vida, a não nos conformarmos, a lutarmos pelos nossos ideais, a não nos calarmos, a não pactuar!
Com ele aprendi que não podemos esquecer o passado e a luta pela liberdade, e é isso que transmito aos meus alunos e sobretudo aos meus filhos.
"Mais vale morrer de pé do que viver de joelhos"
Isabel Pestana
O pior analfabeto é o analfabeto político.
O pior analfabeto é o analfabeto político.
Ele não ouve, não fala, nem participa dos acontecimentos políticos.
Ele não sabe que o custo de vida, o preço do feijão,
Do peixe, da farinha, do aluguel, do sapato e do remédio
Dependem das decisões políticas.
O analfabeto político é tão burro que se orgulha e estufa o peito dizendo que odeia
política. Não sabe o imbecil que da sua ignorância política nasce a prostituta,
O menor abandonado, e o pior de todos os bandidos que é o político vigarista,
Pilantra, o corrupto e lacaio dos exploradores do povo."
Nada é impossível de Mudar
"Desconfiai do mais trivial, na aparência singelo.
E examinai, sobretudo, o que parece habitual.
Suplicamos expressamente: não aceiteis o que é de
hábito como coisa natural, pois em tempo de desordem
Sangrenta, de confusão organizada, de arbitrariedade consciente,
De humanidade desumanizada, nada deve parecer natural
Nada deve parecer impossível de mudar."
Privatizado
"Privatizaram sua vida, seu trabalho, sua hora de amar e seu direito de pensar.
É da empresa privada o seu passo em frente,
Seu pão e seu salário. E agora não contente querem
Privatizar o conhecimento, a sabedoria,
O pensamento, que só à humanidade pertence”
Bertolt Brecht
QUEM VEM LÁ?
Quem vem lá? – Inquiriram com voz rouca,
vendo na nossa sombra uma ameaça,
com suspeitas do vento que perpassa
e vigorosamente nos desloca.
Quem vem lá? – É um tremor que vem da boca
de quem se arregimenta na desgraça.
Daí o toque a reunir na praça,
de armas em riste, numa fúria louca.
Acalmai vossos ânimos! Lançai
o vosso medo ao mar! E pendurai
de novo a adaga, a cimitarra, a lança.
Somos gente de paz. Por essa estrada
carregamos connosco a madrugada
e trazemos o Sol, a Paz, a Esperança.
Carlos Domingos
Cara Isabel
O sacrificio do teu pai não foi em vão. Todas as pessoas livres os reconhecem.
Um grande abraço de parabéns para ele e para todos vocês.
Quis o acaso que se falasse do ditador no dia do aniversário do golpe do 28 de Maio, quis o mesmo acaso que esta discussão tivesse lugar em vésperas do aniversário do teu pai, nós por aqui erguemos a nossa taça em honra do teu pai, e lavramos um libelo ao Ditador, e o acusamos, a ele e aos seus cúmplices por todos os crimes que cometeu e de que aqui se deu notícia objectiva, com pessoas reais,o que constitui um bom material para aptesentares aos teus alunos, a que puderás juntar outros depoimentos, como os referentes à guerra e falaremos do 25 de Abril no concreto.
abraço
asilva
O que me vale é que não estou sozinho,
ainda se encontram alguns pés de linhos
crescendo não sei como na estrumeira.
ARY
Ao meu falecido irmão Manuel Maria Barbosa du Bocage
ARY DOS SANTOS
Meu sacana de versos! Meu vadio,
Fazes falta ao Rossio. Falta ao Nicola.
Lisboa é uma sarjeta. É um vazio.
E é raro o poeta que entre nós faz escola.
Mastigam ruminando o desafio.
São uns merdosos que nos pedem esmola.
Aos vinte anos cheiram a bafio,
têm joanetes culturais na tola.
Que diria Camões, nosso padrinho,
ou o Primo Fernando que acarinho
como Pessoa viva à cabeceira?
O que me vale é que não estou sozinho,
ainda se encontram alguns pés de linhos
crescendo não sei como na estrumeira.
Caríssima Amiga Isabel Pestana
peço-lhe transmita a seu pai o meu abraço antifascista e respeitoso
assim como a todos os seus
a si minha amiga também
Marilia Gonçalves
Os Livros e a Censura em Portugal
Censura
OS LIVROS E A CENSURA EM PORTUGAL
http://www.vidaslusofonas.pt/livros_e_censura.htm
Com o advento do Estado Novo, a situação da mulher regrediu. Em 1932, em resposta a uma pergunta de António Ferro sobre qual seria o papel destinado à mulher no novo governo e regime, o recém-empossado Presidente do Conselho de Ministros, Oliveira Salazar, afirmou que «…a mulher casada, como o homem casado, é uma coluna da família, base indispensável de uma obra de reconstrução moral» e «a sua função de mãe, de educadora dos seus filhos, não era inferior à do homem». Segundo ele, devia-se deixar «o homem a lutar com a vida no exterior, na rua… E a mulher a defendê-la, no interior da casa».
Para Salazar, os homens e as mulheres não eram encarados como indivíduos mas como membros da família, o núcleo primário «natural» e «orgânico» do Estado Novo corporativo. As mulheres, que constituíam o «esteio» dessa família tradicional defendida pela ideologia salazarista, tinham sido atiradas pelo regime liberal para o mercado de trabalho onde entravam em concorrência com os homens e por isso, com o novo regime, deveriam regressar ao «lar». Para defender esse regresso à família e a separação de esferas de actuação entre homens e mulheres, Salazar aparentemente valorizou o papel de mãe e de esposa.
Mas a apregoada «superioridade» feminina era derivada da sua função «natural» – portanto biológica. Como a ideologia salazarista não se pautou pelos conceitos de «cidadania», de «igualdade» e de «liberdade», só aceitou o princípio da «diferença sem a igualdade» em vez «da igualdade na diferença», reservou às mulheres uma esfera própria de actuação – privada e pública – mas não atribuiu ao espaço feminino um valor igual ao do masculino porque o subalternizou hierarquicamente em função do sexo.
As mulheres, na Lei salazarista
As leis que, no regime salazarista, regularam os direitos políticos das mulheres e a sua situação na família, no trabalho e na sociedade basearam-se na Constituição de 1933. Embora afirmando a igualdade de todos os cidadãos perante a lei e negando «o privilégio do sexo», esta incluía uma cláusula que consagrava as excepções ao princípio de igualdade constitucional: «salvo, quanto às mulheres, as diferenças da sua natureza e do bem da família». Ou seja, em nome de um factor biológico – a «natureza» – e de um factor ideológico – o «bem da família», as mulheres seriam discriminadas.
http://caminhosdamemoria.wordpress.com/2008/07/07/a-situacao-das-mulheres-no-seculo-xx-em-portugal-1/
Como é possível que os Portugueses esqueçam 49 anos de um regime que prejudicou o seu desenvolvimento, tratou a maioria dos Portugueses como escravos do seu pensamento e da sua mente. Como é possível conceber-se que este passado de ignorância e de escravidão do pensamento e do desenvolvimento possa ser perpetuado num museu. Será mais um ultraje ao sonho de Abril e uma traição aos Capitães, que de forma muito generosa, arriscaram tudo para libertar o POVO do tirano. Em nome da LIBERDADE que nos foi devolvida lutemos juntos contra esta afronta.
Julieta Sampaio
em
http://www.contraofascismo.net/opinioes.html
General Humberto Delgado
(Manuel Augusto Dias)
O conhecido General sem Medo nasceu no dia 15 de Maio de 1906, há, portanto, 100 anos. Ele foi um dos maiores lutadores pelo fim do regime salazarista, evidenciando uma coragem que lhe custou a vida.Humberto da Silva Delgado nasceu no lugar de Brogueira, em Torres Novas (Ribatejo). Aos 16 anos de idade entrou na Escola do Exército, concluindo, com apenas 19 anos, o Curso Militar. Em 1926, participa na Revolução do 28 de Maio
continua**
http://www.netsaber.com.br/resumos/ver_resumo_c_3683.html
O Tarrafal - No contexto da versão salazarista de fascismo
O Tarrafal constitui a mais completa expressão da natureza do regime fascista que no segundo quartel do século passado se implantou em Portugal, impondo durante cerca de meio século uma ditadura fascista a povos de dois continentes, até ao seu derrubamento pela revolução de 25 de Abril de 1974. A sua história atravessa as várias fases desse regime, reflectindo também de certo modo a sua evolução, revelando muitas das suas características, expondo a natureza fascista do regime, o papel dos métodos repressivos na sua política.
O Tarrafal é, pois, um espaço em que o dever de memória nos confronta directamente com o passado histórico dos povos que aqui deixaram memória, na luta pelos seus princípios e ideais.
Aqui se cruza a história de dois continentes e a luta daqueles que em Portugal e em Africa se levantaram contra um regime caduco de ditadura fascista e colonialista, lutando pela liberdade, a democracia e a soberania, num século onde estiveram em causa questões fundamentais da sociedade humana.
O regime fascista português foi implantado no terreno político criado pela ditadura militar estabelecida com o golpe de Estado de 1926, que derrubou o regime republicano português. A ditadura militar dissolveu o Parlamento, instalou a censura à imprensa, proibiu os partidos políticos, iniciou a perseguição às organizações sindicais, aos sindicalistas, aos democratas.
Vivia-se no mundo, nesses anos 20 do século passado, um período de grandes crises sociais e políticas.
http://www.urap.pt/index.php?option=com_content&task=view&id=243&Itemid=37
Para que serviam as prisões políticas, em Portugal?
A detenção política, em Portugal, combinou três lógicas. Uma primeira lógica de afirmação da autoridade, com carácter dissuasivo, preventivo e de intimidação, era utilizada para a população em geral. Sobre esta, pairava a ameaça do que poderia acontecer, caso se metesse em «política» e, por isso, as detenções e julgamentos eram noticiados oficiosamente na imprensa.
A segunda lógica de carácter correctivo era reservada aos que tinham sido «momentaneamente transviados» e, através do «susto» da prisão preventiva e correccional, ficariam vacinados para nunca mais terem a ousadia de actuar contra o regime. A larga maioria dos presos só permaneceram detidos durante os seis meses da prisão preventiva, apenas 15% foram levados a julgamento e cerca de 23% dos indivíduos julgados foram absolvidos, amnistiados, soltos ou apenas condenados a multas.
Por outro lado, cerca de 20% foram condenados a penas de prisão correccional até um ano e seis meses de prisão.
Finalmente, a terceira lógica, de neutralização, tinha como objectivo retirar do espaço público os dirigentes e funcionários dos partidos subversivos, nomeadamente os comunistas, de extrema-esquerda e de organizações de luta armada, através da prisão maior e das medidas de segurança. Cerca de 5,5% dos presos foram condenados a penas de dois anos de prisão maior e, nesse caso, apenas era contada metade do tempo de detenção preventiva cumprida, além de lhes ser habitualmente acrescida uma medida de segurança. Num universo de 12.385 presos, pouco mais de 4% dos detidos foram condenados a medidas de segurança, mas, entre estes, mais de 90% cumpriram entre um ano e três anos de cadeia a mais do que o tempo a que haviam sido condenados por sentença judicial.
A PIDE/DGS também usou e abusou da prisão preventiva, excedendo o seu prazo legal de seis meses. Num universo estudado de cerca de 1.800 presos, apenas cerca de 15% foram julgados dentro desse prazo e houve mesmo alguns, que esperaram, na cadeia, mais de quatro anos, até serem levados a julgamento. O facto de, em Portugal, as penas não serem de longa duração, como foi sempre apregoado pelo regime, não deve fazer esquecer que muitos detidos políticos acabaram por ficar muito tempo atrás das grades, devido às medidas de segurança
http://caminhosdamemoria.wordpress.com/2008/07/03/o-aparelho-torcionario-da-pidedgs-2/
A todos um grande abraço, foi um dos maiores depoimentos sobre o fascismo que em directo assisti e participei, eles, os vendidos e vira-casacas do 25 de Abril também estão calados que nem ratos enquanto se esfrangalha e quase mata o 25de Abril - isto não é desanimo - é denuncia. É um grito, mas eles e os seus cúmplices não instalarão entre nós o fascismo social que Boaventura Santos já denunciou em obra publicada, aquele mesmo fascismo chamei sem o ter ainda lido de fascismo branco.
Isabel ficas com uma boa resanha, Professores que lerem estas notas dêem atenção.
Companheiros não conhecemos o desanimo e muito menos a traição.
Divulguem, divulguem este espaço, para ajudarmos a vencer ao ALVORECER.
Asilva
O antes e o depois do 25 de Abril
Por José Ferreira
24 de Abril de 2007
Como foi a sua vivência no Antigo Regime?
Não lhe chame antigo regime, mas sim fascismo ou salazarismo. Foi uma ditadura terrível, dos ricos, dos muito ricos, opressora e exploradora da maioria.
Eu fui preso três vezes pela PIDE: em 1955, logo após a minha formatura, como advogado estagiário ao lado do meu patrono, Dr. Armando Bacelar, no Tribunal do Plenário do Porto, na defesa dos elementos da Comissão Central do Movimento Nacional Democrático, presidida pelo Prof. Ruy Luís Gomes, figura inesquecível de democrata e anti-fascista.
A minha actividade principal consistia ali no acompanhar de todas as audiências, fazendo um apanhado geral da prova produzida.
Dessa Comissão Central também faziam parte excelentes intelectuais que naquela altura já previam a Guerra Colonial, como veio a acontecer poucos anos depois . No fim desse julgamento a Pide para eu não poder entregar esses apontamentos aos advogados prendeu-me e a dois outros colegas. Estive 6 meses no Aljube de Lisboa e no Forte de Caxias.
A segunda vez que fui preso foi após as ditas eleições fascistas com a candidatura de Humberto Delgado. Eu apoiei de inicio a candidatura do Dr. Arlindo Vicente e por isso fui preso e passei por dificuldades sérias. Fui torturado, impedido de dormir durante 150 horas; e após isso, os pides nos dias seguintes punham-se durante três, quatro e mais horas à minha volta massacrando-me a cabeça com perguntas. Foi terrível. Faz pensar no Busch actual, nos EUA e em Guantenamo, etc.
A terceira vez, foi no ano de 1964, como represália ou de castigo por defender uma senhora de seu nome Maria da Piedade Gomes dos Santos, que era a esposa de uma camarada meu, Joaquim Gomes que havia fugido com Álvaro Cunhal, e outros dirigentes comunistas do Forte de Peniche. Não a soltavam pois era uma forma de pressionar para que o marido aparecesse. Queriam prorrogar-lhe as chamadas medidas de segurança políticas, na prática equivalentes à prisão perpétua. Era a Pide! Ou seja, uma atitude bárbara, verdadeiramente à hitlariana, mas conseguiu-se a sua libertação. Esta situação bárbara apareceu em todo o mundo, criando até movimentos em vários países. Os fascios julgavam que era eu que enviava as informações, e em parte era verdade, mas havia muitos mais a fazê-lo, em quem nunca falei, claro.
Ao todo sofri 24 meses de prisão, às ordens da PIDE, e fui depois muitíssimo perseguido, posso dar-lhe este exemplo: a Pide colocava-me à porta de casa e do escritório, durante semanas e meses, falsos pedintes a ver quem entrava e saía e para onde eu ia. Era terrível! Isto é, era o fascismo em toda a sua crueza.
Como descreve Lousada, antes da revolução?
Naquela altura não havia indústria, e mesmo ainda hoje a base é a agricultura, e se formos analisar quem esteve na Câmara eram os grandes senhores feudais (os chamados senhorios ricos, ou fidalgos, grandes proprietários) que prosseguiam a política da sua classe, não estavam interessados no desenvolvimento do concelho. As quintas eram muitas e pagava-se mal o trabalho dos caseiros e dos jornaleiros, que nelas trabalhavam.
Também houve na vila algumas manifestações contra a ditadura?
Estávamos em 1973 e como responsável pela Câmara Municipal estava o dono da Casa da Costilha, o então muito conhecido Joaquim Burmester.
Politiqueiro como era, percebeu que estaria para vir em breve a revolução e permitiu a meu pedido, que a Comissão Democrática Eleitoral fizesse um comício em frente aos antigos Bombeiros Voluntários. O que sucedeu foi que a Guarda Nacional Republicana, vinda expressamente do Porto para isso, investiu sobre os manifestantes acabando o comício de uma forma drástica “ferindo e partindo as cabeças dos presentes com as suas armas”. Resultaram daí muitos feridos que tiveram de ser socorridos quer no hospital quer noutros lados. Era eu que presidia à mesa, tendo ao meu lado o Sr. Manuel Mota, antigo director do seu Jornal, o qual aderiu mais tarde ao Partido Comunista, velho revolucionário do 7 de Fevereiro que lutara de armas nas mãos contra a ditadura e que eu muito prezava. É claro que não fomos ouvidos sequer nos protestos que fizemos.
Marcelo Caetano sentia-se isolado na Europa e no mundo e precisava à outrance de criar uma ilusão de eleições mais ou menos sérias. Mas o que se passou em Lousada deixou desmascarada a burla eleitoral que tinha preparada.
E após o 25 de Abril a mudança foi calma, o que sucedeu?
Após o 25 de Abril, Lousada estava calma e serena. Parecia que nada tinha acontecido. Não havia sequer, aparentemente, quem se dispusesse a tomar a Câmara. Acabamos por ser nós, elementos da CDE e do PCP a ocupá-la, fazendo breves intervenções esclarecedoras nas escadarias de acesso ao edifício.
Após isto foi para lá uma infeliz comissão. Como presidente ficou Rui Feijó; e com ele também foi o Dr. Adérito Guerra a quem antes certos mal intencionados chamavam de “mordomo da fascistada”; e após a saída do Rui Feijó, que fora ocupar um outro cargo no Porto, salvo erro, o Dr. Adérito Guerra tomou conta do concelho até às eleições legislativas que deixaram bem claro como a fascistada ainda dominava tudo. Houve eleições numa tasca, ou coisa parecida, que tive de impugnar e que foram repetidas. Quase o mesmo sucedeu em Lodares com propaganda eleitoral ao redor da própria escola onde se realizou o acto eleitoral. Etc.
Nas primeiras eleições democráticas, mas não livres, nós, forças de esquerda, fizemos um novo comício no mesmo sítio, nos Bombeiros, no qual, os fascistas nos criaram problemas sem conta; também fizemos um comício na minha terra, na Aparecida, e ai, se não fosse o Movimento das Forças Armadas ter-se-ia passado às vias de facto, determinadas pelos caciques da ANP e quejandos.
E o momento actual?
É claro que a direita avança cada vez mais, agora sobre a cobertura do neo-liberalismo de José Sócrates. Independentemente disso, é uma vergonha o que uma televisão (a estatal!) fez, ao promover a figura do ditador a grande figura nacional. Veja-se ao que chegou o descaramento da fascistada que agora até quer reunir em Lisboa o seu escol europeu, assim afrontando o que resta da nossa democracia.
Quanto ao que se passou logo depois do 25 de Abril em Lousada, permita-me, para acabar, que lembre só que o PPD para ganhar os 3 primeiros actos eleitorais, foi socorrer-se da figura de Amílcar Neto, o qual de facto não será fascista, mas colaborou na Câmara Municipal intimamente os que o eram, isto é, antes do 25 de Abril, assim recolhendo, pode dizer-se a totalidade dos votos dos apaniguados desse tempo.
http://www.jornaldelousada.com/siteantigo/index.php?option=com_content&task=view&id=1169&Itemid=211
Uma estória...
Por Maria das Dores Pires Teixeira da Mota
01 de Setembro de 2006
Não me recordo da fundação do Jornal de Lousada porque ainda não era nascida. Mas sei que foi em 1907, pelas mãos do meu pai – José Teixeira da Mota.
Lembro-me que ele gostava muito do jornal, era quase como um outro filho. A dedicação do meu pai era tanta... Não podia, nem admitia falhar. Nunca esteve ligado à política, nunca fez disso profissão, mas era contra a ditadura.
No Jornal de Lousada escrevia sobre várias coisas. Dava a sua opinião, mas dedicava-se principalmente a Lousada e aos lousadenses. Nessa altura, e já mais crescida, eu nunca perdia um número do jornal, adorava lê-lo.
Uns anos mais tarde, por vontade própria, também o meu irmão – Manuel Teixeira da Mota – escreveu para o Jornal de Lousada. O mano gostava de política, mas também escrevia sobre as pessoas da terra. Lembro-me dessa época, lembro-me do Salazar, vivia-se a ditadura. A expressão e a opinião eram proibidas, as pessoas eram presas por tentarem ser livres. O meu irmão sofreu com isso pois esteve pronto a embarcar para o terrível Tarrafal. Felizmente o meu pai salvou-o, levando-o para o Brasil.
O meu pai... tenho tantas saudades! Era uma pessoa que vivia rodeada de amigos, falava com toda a gente, era simpático, mas era exigente, queria tudo à sua maneira e bem-feito. Era um homem culto, dedicava muito tempo à leitura na sua imensa biblioteca.
Pela história e pelas estórias, fico muito feliz com esta continuação. Espero que o JL – Jornal de Lousada seja livre, aberto a toda a gente, que não se ligue à política, mas que olhe à terra e às gentes.
Muitas felicidades!
Amigos, Leitores
política é tudo o que nos rodeia e molda e modela a vida de cada um de nós, desde o emprego, ao direito a férias e a divertimentos e espectáculos,que temos ou não,a que vamos ou não, desde a carestia da vida, desde o acesso à instrução, à educação e ao conhecimento, desde o desperdício das águas indispensáveis à sobrevivência, desde a sujidade que se esgueira no ar,desde os mares que se esvaziam do peixe alimento e vida do oceano, desde o ar que respiramos, desde a boa ou má assistência médica,desde os hospitais que existem e os que querem fechar, desde Centros de saúde insuficientes, que deveria haver em cada bairro, desde a Esperança cada dia assassinada, desde a corrupção, desde as causas da violência, tudo o que nos toca directa ou indirectamente é política!
politica é tudo o que dirige a nossa vida e nos permite ou impede de ser quem somos e nos deixa ou não avançar pelo caminho que queríamos que fosse o nosso
Por isso atentos e Unidos, para que a nossa vida possa cumprir-se e seja a de um ser humano digno e livre!
UNIDOS COMO POVO lutando pelos nossos Direitos Fundamentais, ninguém poderá vencer a nossa vontade, a força dum povo que sabe quem é e o que quer é invencível!
Marilia Gonçalves
À Marília,
O meu muito obrigada pelas suas palavras, sobretudo as dirigidas ao meu pai. Foi bom ter vindo ao blog do João e poder ler tudo o que tenho lido e começar a conhecer tanta gente com experiências de vida parecidas com a minha ou pelo menos com um laço comum: o termos crescido no fascismo, o não podermos nem querermos esquecê-lo de tão mau que ele foi.
Aqui onde nasci, onde agora vivo e trabalho, a "democracia" teima em não vingar! (Madeira)
Mas vingará!
Não deixarei que me controlem! Resistirei! Optarei pela Vida!
Um beijo
Isabel Pestana
Marília
Pelo que andei a pesquisar parece que o tal poema Maldição de Jaime Cortesão, está na contra capa deste livro:
Democratisação [da] República: programa da oposição para todos . - Newark : Comité Pro-Democracia, 1961.
Pelo que consegui ver, o livro está na biblioteca do centro de documentação 25 de Abril, da Universidade de Coimbra.
Não sei se esta informação é suficiente, mas foi a que até agora consegui arranjar.
Bjs
Isabel Pestana
fascismo em portugal houve e ainda há só não vê quem não quer
Caro Andrade da Silva
Ainda bem que não houve esse 25 de Abril, houve outro, é sinal que continuamos a ter uma meta para o alcançar: aquela que era esse 25 de Abril e que vocês ajudaram a que o tivéssemos sonhado. Nunca deixarei de o ver desta forma. E termos nós como país pequeno que somos a chance de ter na nossa história uma data destas, que por breves momentos julgamos ter alçando, é já muito bom! Tantos países e povos que o não têm. E não se penalize tanto por não estarmos lá, haveremos de lá chegar um dia. É esta esperança que precisamos para continuar todos os dias esse caminho. Penalize-se por não ter levado uma máquina fotográfica para nos poder ter deixado umas fotos da sua aventura de Vendas Novas até à colina sobranceira ao Terreiro do Paço, naquela noite de todos os sonhos. Mais um obrigado por isso.
João Grazina
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