segunda-feira, 8 de junho de 2009

DEMOCRACIA E DESENVOLVIMENTO AMEAÇADOS NA EUROPA E EM PORTUGAL.




Como as eleições europeias puseram a nu, a Europa e Portugal caminham a passos largos para uma tragédia. A vitória conservadora perante tanto voltar de costas à Europa só quer dizer que a Europa interessa aos eurocratas, aos que mais benesses tiram da União Europeia, e esses são os Durões Barrosos, os banqueiros e os grandes empresários. Grande parte das classes médias e operárias não acreditam nem nestes políticos, nem na Europa dos cidadãos, e voltaram costas.

Os 63% de abstenção deviam de encher de vergonha estes líderes partidários, porque esta abstenção revela que eles estão a governar sem qualquer base social de apoio. Todavia, ao invés, fazem discursos ridículos e indecentes, como se os 30% de votantes fossem numa eleição com uma votação com a participação de 100% do universo dos cidadãos. Esquecem-se de olhar que os tais 30% dos seus votos, são sobre uma pequena amostra de 37% da totalidade dos cidadãos, isto é, a eleição, tecnicamente foi por amostragem e daí, como se faz em qualquer estudo extrapolou-se, através de uma sobregenerlização para toda a comunidade.

Tudo isto é uma mero exercício de ciência aplicada, uma virtualidade democrática, teatro, encenação, no fundo uma grave aberração. Alienados querem alienar, quando as eleições europeias significam uma estrondosa derrota eleitoral do Projecto Europeu, agora, agravada pela vitória grave dos conservadores, o que vai trazer mais sofrimento para os povos europeus, e pode descambar em tragédia.

Todavia estas eleições são para Portugal um grave sintoma de que a mudança politica poderia acontecer, de acordo com a alternância do rotativismo, para uma situação mais desastrosa do que a actual, o que se deverá à justa penalização das politicas arrogantes e erradas do Sr. Eng. Sócrates, apoiadas por um discurso do ideólogo desta maioria, o Sr. ministro SANTOS Silva, que ainda torna o neo-liberalismo mais insuportável; à total capitulação do PS de esquerda que julgou que o primeiro ministro seria quem lhes manteria os lugares – triste e desgraçado erro de cálculo de quem tem dos portugueses uma visão paroquial -; e ao facto da continuação de Manuel Alegre no PS não segurar votos, o que aproveitou ao BE e à abstenção

Perante uma situação de crise do neo-liberelismo, este, incarnado no PS, PSD e CDS, os Portugueses podiam vencer ao ALVORECER, mas morremos, porque:


“QUEM DA LUTA FICA FORA
NESTE JOGO (da LIBERDADE E DA DIGNIDADE) NUNCA MEDRA".
MAS COM TANTA GENTE A SE EXIMIR, A PROTEGER, PORQUE É SEMPRE MAIS SEGURO ESTAR DEBAIXO DE TECTO QUANDO O GRANIZO CAI, DIFILCILMENTE, VENCEREMOS NA ALVORADA .


E porque a verdade de muitos dos nossos dirigentes é o que o caso paradigmático do BPN revela. Segundo eles próprios, os srs Dias Loureiro ( as reuniões de accionistas durante a noite) e o sr. Oliveira e Costa tudo seriam bandos, atrás de bandos ( os do 4, depois dos dez), gente com graves disfuncionalidades na personalidade e na maturidade moral.

Quanto a estas disfuncionalidades como técnico, psicólogo cognitivo-comportamental, que estuda, analisa e procura tratar estas disfuncionalidades, diria que estas pessoas ou deviam estar a tratar-se ou presas, mas o que acontece é que ganham milhões, são protegidos e tratados por excelência;

E também tudo isto acontece, porque quando há um apelo à consciência colectiva regista-se o silêncio, como se a coisa fosse pouca, como se não estivesse nesses apelos a radiografia de um pais subdesenvolvido politica e moralmente a caminho da Somalização. E se há o silêncio, as pessoas não serão cúmplices disto tudo?

Prefere-se falar de coisas que enchem o ego, mas nada mudam. As pessoas instaladas preferem manter-se instaladas e o país que se lixe, até quando puderem argumentar e contra-argumentar, manter os seus privilégios e tiverem a ideia que participam do poder, porque criticam, são a consciência critica, tudo vai bem, muito obrigado e VIVA o PÂNTANO!

Por certo, clamo no DESERTO de TUDO, DA VONTADE, DA MORAL E DAS IDEIAS. QUE FAZER, se até encartados democratas me querem calado, porque atento contra os seus pergaminhos históricos?

É como se não tivesse história, mas a verdade é que desde sempre lutei pela coerência entre práticas e princípios, desde pelo menos os meus 15 anos, e pela democracia desde os 23 anos.


A tragédia é que estamos a perder o sentido da história e a desbaratá-la. Como Alexis Tocqueville previu no século XIX, um dia havíamos de chegar a este desastre politico, com os deputados do País transformados em funcionários dos respectivos partidos, com um contrato a prazo, pelo que cumprem as ordens do chairman do partido, ou findo o contrato a prazo são despedidos.

É grave que os lideres se tenham transformado em administradores da empresa -partido, mas mais grave é que o parlamento se tenha convertido no centro operacional da empresa- partido, com os deputados convertidos em meros operários daquele centro, trabalhando na linha de montagem legislativa do governo. Mas isto foi o que aconteceu antes do 25 de Abril e deu no que deu.

Consequentemente pôr cobro a este estado de coisas mais de que uma UTOPIA é uma EMERGÊNCIA DEMOCRÁTICA, desde já, ao NIVEL NACIONAL, mas também ao EUROPEU
.


asilva

2 comentários:

Marília Gonçalves disse...

ADIANTE COMPANHEIRO

somos muitos, o que alguns não perceberam ainda é que ser é estar de pé e acordado, senão comem-nos as feras as crias!
Aqui d'el-rei que anda o lobo pela serra grita o pastor... vai senão quando abre-lhe a porta do redil.
olhai que sempre é mais lesto o final
e era uma vez uma vaquinha chamada Vitória, morreu a vaquinha e acabou-se a HISTÓRIA

VIVA O 25 de ABRIL de 1974

ABRIL Vencerá

ABRIL O NOSSO ABRIL SEMPRE


Marília Gonçalves


































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Santana Tomé disse...

maldito seja o poder do dinheiro
que compra e vende a mente dos desgraçados e dos burros

Santana Tomé

Toada Para as Mães Acalentarem os Filhos

Ó Desgraça! Vai-te embora,
Que esta linda criancinha
Andou no meu ventre e agora
Trago-a nos braços. É minha!…

Do berço, segue-me os passos;
Onde eu vou, seus olhos vão…
E quando a aperto nos braços
- Abraço o meu coração.

Quando o seu choro receio,
Embalo-a, faço que aceite
A alegria do meu seio
Na brancura do meu leite…

E quando assim não descansa,
Que tristezas me consomem!
- Mas antes chore em criança
Que depois, quando for homem…

Se ao dá-lo ao mundo sofri
Tormentos, ânsias mortais,
Desgraça, vai-te de aqui,
O que pretendes tu mais!?

Bate as asas, mas ao voares
Não me apagues esta estrelha.
Se alguém de aqui precisares,
- Aqui me tens, em vez dela.

Tocam à ave-marias.
Foi-se o sol. Não vem a lua.
Luzinha que me alumias,
Que sorte será a tua?…

Riquezas tenhas tão grandes,
E tal bondade também,
Que ao redor donde tu andes
Não fique pobre ninguém.

Que a todos chegue a ventura:
Toda a boca tenha pão,
Toda a nudez cobertura,
Toda a dor, consolação…

Mas se o oiro é mau caminho,
- Antes tu venhas a ser
O pobre mais pobrezinho
De quantos pobres houver.

Iremos por esses montes
Altos e azuis como os céus…
Que onde há frutos e onde há fontes,
- Está a mesa de Deus!

E, quando a neve cair
E as seivas adormecerem,
Iremos então pedir…
(Aceitar o que nos derem!)

Andaremos à mercê
Dos génios bons e dos falso,
Léguas e léguas a pé,
Rotinhos, magros, descalços…

E onde houver urzes e tojos,
Pedras que rasgam a pele,
Porei o corpo de rojos
- Passarás por cima dele!

Dorme, dorme, meu menino,
Foi-se o sol. Nasceu a lua.
Qual será o teu destino?
Que sorte será a tua?…

Se um crime tens de fazer,
Antes fique vago um trono,
Antes um palácio a arder,
Do que uma enxada sem dono…

Se, porém, no teu destino,
Há tão cruentos sinais,
Dorme, dorme, meu menino,
- Não tornes a acordar mais!…


Augusto Gil