O- Bolinha Vermelha
“Meu Deus!
Espanta-se Felícia Cabrita na sua obra “ Massacres em África”, em que os massacres são afirmados por soldados, talvez com stresse pós traumático ( PTSD) e negados pelos respectivos comandantes, que um alferes miliciano com 23 anos possa ter comandado, na guerra, 30 militares com pouco menos anos que eles.
Mas o que diria esta repórter se lhe tivessem dito que com os mesmos 23 comandei, como outros, 200 homens mais novos e uns sargentos muito, muito mais velhos e no meu caso todos eles quase veteranos de guerra, na zona de acção, onde, aterrei com uma pequena e simples agravante, era o maçarico da Academia Militar que tinha sido o instrutor deles. Foi uma difícil prova de fogo que venci. A instrução tinha valido e a minha competência fora reconhecida. Os meus comandantes nunca deram a menor atenção a este pequeno e insignificante pormenor. Para quê valorizar estas coisas?
Mas estes jovens alferes e furriéis foram muito grandes e a eles se deve o se terem poupado muitas vidas, como aos grandes capitães que pela guerra passaram.
De qualquer modo espanta-me que a repórter Felícia e este tão generoso país não se espante que muitos dos que fizeram o 25 de Abril e por ele reclamaram tinham de 25 a 30 anos. Grandes caiptães-generias que os poderes emergentes do 25 de Abril esqueceram e até mesmo e, mais grave, perseguiram, no que foram acompanhados por outros capitães de Abril que esqueceram a sua gesta. É isto,no seu melhor, o poder em Portugal.”
Espanta-se Felícia Cabrita na sua obra “ Massacres em África”, em que os massacres são afirmados por soldados, talvez com stresse pós traumático ( PTSD) e negados pelos respectivos comandantes, que um alferes miliciano com 23 anos possa ter comandado, na guerra, 30 militares com pouco menos anos que eles.
Mas o que diria esta repórter se lhe tivessem dito que com os mesmos 23 comandei, como outros, 200 homens mais novos e uns sargentos muito, muito mais velhos e no meu caso todos eles quase veteranos de guerra, na zona de acção, onde, aterrei com uma pequena e simples agravante, era o maçarico da Academia Militar que tinha sido o instrutor deles. Foi uma difícil prova de fogo que venci. A instrução tinha valido e a minha competência fora reconhecida. Os meus comandantes nunca deram a menor atenção a este pequeno e insignificante pormenor. Para quê valorizar estas coisas?
Mas estes jovens alferes e furriéis foram muito grandes e a eles se deve o se terem poupado muitas vidas, como aos grandes capitães que pela guerra passaram.
De qualquer modo espanta-me que a repórter Felícia e este tão generoso país não se espante que muitos dos que fizeram o 25 de Abril e por ele reclamaram tinham de 25 a 30 anos. Grandes caiptães-generias que os poderes emergentes do 25 de Abril esqueceram e até mesmo e, mais grave, perseguiram, no que foram acompanhados por outros capitães de Abril que esqueceram a sua gesta. É isto,no seu melhor, o poder em Portugal.”
MUCABA uma vila perdida no Norte de Angola rodeada por uma serra alta e altaneira, a serra de Mucaba, muito acidentada, com uma floresta virgem impetuosa, nem na minha Madeira havia tanto verde.
A vila tinha duas filas de casas da população branca, na ordem de umas 30 moradias. Num extremo ficava a companhia e no meio da vila a messe de sargentos, onde, celebrávamos os famosos casamentos por procuração que na ausência da amada, por vezes, se consumavam na sanzala, junto da rosa mais negra de todas. A vida de soldado….
Nesta região havia muita fruta, mas sobretudo fazendas de café e algumas sanzalas. A cidade mais perto era o Negage, onde, às vezes íamos e visitávamos um restaurante que cozinhava os melhores rins e o cinema que só funcionava para a tropa que vinha de fora.
Quanto isto me fazia lembrar os filmes de farwest, e quanto me sentia bem, até porque antes tinha conduzido o velho jeep, embora sem carta, e aquele diabo naqueles terrenos molhados a querer fugir-me, com a parte de trás a tentar ultrapassar a da frente! Meu Deus que perícia para aguentar aquela relíquia!
Nesta terra contactei pela primeira vez com colonos, no Cavungo só havia missionários ingleses, uns comerciantes de restauração, e, disse. Em Mucaba não. Era uma zona rica e vi que aquelas pessoas tinham muito dinheiro, naquela altura só me falavam de milhões, e eu ganhava uma meia dúzia de contos. Trouxe de poupança 20 contos, ao chegar emprestei-os e mais tarde num dia aziago, 1 de Abril de 1977, em que caí à cama com papeira, na messe de oficiais de Santa Clara, lá se me foi esse pé-de-meia, e conheci a eficiência da PJ. Interrogou-me, como se tivesse sido eu o próprio ladrão. Era o novo Portugal.
Sou o comandante da companhia aqui sedeada, durante as férias de um muito rodado capitão, já estava na sua 3ª comissão.( O capitão de artilharia Figueiras, há pouco tempo falecido. Teve elevada dignidade na morte. Julgo que era muito vaidoso, mas um bom capitão - mas o alferes que eu era, lá discordou dele e alterou o seu tipo comando, pecado mortal, mas não o sabia e era também muito vaidoso, ou talvez ainda o seja, embora pense que não. O capitão era sobretudo uma boa pessoa, e depois um grande lutador no Associativismo Militar, como vários camaradas o referem)
Como já referi trouxe do Cavungo, no saco de viagens, as melhores e únicas condecorações da minha vida de 40 anos de militar, as palavras dos meus subordinados.
(Também depois do 25 e Abril sempre me identificaram como um militar de Abril, e sempre, por isso, fui estimado pelos oficiais e sargentos, sobretudo milicianos, pelos soldados e pela maioria das senhoras funcionárias civis... Coisas... Vá lá a gente saber porque acontecem, mas também é verdade que depois das mulheres terem tido acesso à vida militar, foram as que melhor compreenderam a minha acção de comando, como já tinha acontecido nos movimentos sociais do Alentejo em 74/75...)
Entre outras coisas registei esta minha passagem por Mucaba, com o seguinte pensamento:
Pensamento 22 Março 1972
“ Se eu dissesse ninguém acreditaria. Todos os profanos alheios à fatal ideologia do lutar por coisa válida e sagrada no início da caminhada, degenerada no meio do caminho e totalmente perdida no fim, diriam não ao meu pensamento, não o escutariam e o repudiariam” (Até parece que era bruxo)
Recebo a falsa noticia da morte do Alf. Pardal Maurício, que felizmente não morreu, então, só muito mais tarde faleceu, tendo lutado até ao fim na Associação de Deficientes das Forças Armadas (ADFA). Registo nos meus apontamentos o seguinte pensamento sobre esta grande perda.
“ Soube que havia falecido, no HMP de Lisboa, o meu camarada do curso de Infantaria Pardal Maurício, era um óptimo camarada e um belíssimo rapaz.
Sinto bastante a sua morte, pois é mais uma vida ceifada inutilmente em prol da mais escandalosa e cavernosa corrupção. Nós os desprotegidos da sorte, por nossa culpa e pecado debatemo-nos, lutamos e morremos, enquanto nefasta e vilmente os que usufruem dos benefícios da nossa dura tarefa, pomposamente vivem, esquecendo por completo a miséria da nossa vida material e humana, a inexistência absoluta das mais elementares regalias que nos permitissem, de vez em quando, um sorriso alegre, e, sobretudo, esquecem o fim trágico e inglório que em cada esquina nos espreita, por darmos cumprimento ao horripilante mando de suas Majestades.
Aqui ficam estes macabros pensamentos que operam dentro de mim o mais profundo vácuo, e lançam em meu redor as mais bizarras sombras.
Ao camarada e amigo Pardal Maurício aqui deixo um abraço e o Adeus até à eternidade.”
Nesta companhia ainda vou lamentar a morte de um soldado que uns dias antes tinha praxado, por não me ter reconhecido ao telefone e ter-me mandado bugiar em linguagem de caserna. Choro a morte deste soldado, se a ameaça de o prender tivesse sido executada, não teria sido condenado à morte ,só que a ameaça era uma brincadeira, mas a guerra era a sério. Mas ainda há quem pense que aquilo eram férias, pelo menos para os oficiais do Quadro Permanente. Da minha parte fiz as mesmas operações que os milicianos, sem qualquer protecção divina, ou outra, visível ou invisível.
Aqui, também pela Páscoa fiz a sua comemoração com uma missa campal e um desfile militar pela vila de Mucaba, onde, nenhum branco esteve presente. Fecharam as janelas e as portas das suas casas queriam resolver o problema da guerra por eles, mas a companhia desfilou com o rufar dos tambores e o roncar dos 404. Orgulho e presença, desfilava Portugal: soldados da metrópole e de Cabo Verde!
Um comandante comanda, e de facto comandava, às vezes parece erro, mas… e, assim, um dia, um dos sobrinhos do dono da terra, um tal Sr. Artex, porque agrediu um soldado negro da minha companhia, foi o primeiro branco a ser preso naquela vila.
Tendo sido chamado à companhia para lhe dizer que qualquer falta dos militares sobre o meu comando seria castigada com todo o rigor, mas que se alguém, algum civil, tocasse num deles, se fosse necessário não deixaria pedra sobre pedra em Mucaba, ( seria exactamente assim) pelo que, no solo sagrado da companhia, foi intimado, pelo administrador de posto, a comparecer, no posto, no dia seguinte, a uma dada hora, o que o homem recusou-se a cumprir. Já não o deixei sair da companhia e intimei o administrador a prendê-lo, por flagrante delito de desobediência e, desta feita, lá um dos grandes de Mucaba foi preso. Esteve num cubículo imundo, tipo frigideira que seria segundo a concepção colonialista e racista só para negros, sobretudo pretos, mas nunca para um branco, mas este esteve ali algumas horas. Ordens para o libertar do superintendente de Carmona, não se fizeram tardar.
Contava-se também que um outro latifundiário, lá daquelas bandas, o Sr. Costa do Negage tinha estabelecido os limites das suas terras a tiro. Também tinha vedado a passagem das suas terras às colunas militares, o que nos obrigaria a mais uma horas nas deslocações de reabastecimentos. Todavia sempre por lá passei, nunca teria deixado de passar e se a cancela não fosse aberta, qualquer GMC ( uma viatura pesada, uma relíquia) a levaria à frente. Toda a gente era muito amiga dos negros e dos militares, como testemunho.
Nesta zona do café, como os relatórios do comandante em Chefe General COSTA Gomes referiam, muitos fazendeiros não cumpriam os contratos e os negros no fim dos períodos de contrato em vez de serem credores, eram devedores nas cantinas.
Andei, como não podia deixar de ser, pela Serra de Mucaba a fazer operações, verifiquei que a G3 para a montanha era um grande problema, pois que o tapa chamas andava sempre a lamber a lama, e os militares a caírem de cu.
Um dos alferes da Companhia, o que fui substituir, e em cujo quarto fui dormir ainda quente com a suas coisas, morreu com uma mina. Ia fora do trilho, começou a chover, vestiu o ponche (gabardina militar) e entrou no trilho para recuperar tempo, logo uma mina anti-pessoal decepou-lhe um pé, esteve muitas horas para ser evacuado, esvaiu-se em sangue e morreu. Foi transportado às costas por um outro alferes que por causa do seu espírito de sacrifício ganhou um estatuto de predominância na companhia, o que iria conflituar com o meu comando
Esta morte impressionou-me muito, porque este alferes, quando esteve a tirar o Curso de Oficiais Milicianos ( COM) em Vendas Novas, era um declarado pacifista, com quem dialoguei muitas, mesmo, muitas horas. Só que este pacifista tornou-se a incarnação do diabo para os soldados, que apesar da sua dolorosa morte mantinham, por ele, um profundo ódio. Quanto mal este antigo pacifista pode ter feito àqueles militares para mesmo depois de morto ser tão odiado, o que não é nada comum entre as pessoas mais simples?
(CONTINUA)
asilva
Entre outras coisas registei esta minha passagem por Mucaba, com o seguinte pensamento:
Pensamento 22 Março 1972
“ Se eu dissesse ninguém acreditaria. Todos os profanos alheios à fatal ideologia do lutar por coisa válida e sagrada no início da caminhada, degenerada no meio do caminho e totalmente perdida no fim, diriam não ao meu pensamento, não o escutariam e o repudiariam” (Até parece que era bruxo)
Recebo a falsa noticia da morte do Alf. Pardal Maurício, que felizmente não morreu, então, só muito mais tarde faleceu, tendo lutado até ao fim na Associação de Deficientes das Forças Armadas (ADFA). Registo nos meus apontamentos o seguinte pensamento sobre esta grande perda.
“ Soube que havia falecido, no HMP de Lisboa, o meu camarada do curso de Infantaria Pardal Maurício, era um óptimo camarada e um belíssimo rapaz.
Sinto bastante a sua morte, pois é mais uma vida ceifada inutilmente em prol da mais escandalosa e cavernosa corrupção. Nós os desprotegidos da sorte, por nossa culpa e pecado debatemo-nos, lutamos e morremos, enquanto nefasta e vilmente os que usufruem dos benefícios da nossa dura tarefa, pomposamente vivem, esquecendo por completo a miséria da nossa vida material e humana, a inexistência absoluta das mais elementares regalias que nos permitissem, de vez em quando, um sorriso alegre, e, sobretudo, esquecem o fim trágico e inglório que em cada esquina nos espreita, por darmos cumprimento ao horripilante mando de suas Majestades.
Aqui ficam estes macabros pensamentos que operam dentro de mim o mais profundo vácuo, e lançam em meu redor as mais bizarras sombras.
Ao camarada e amigo Pardal Maurício aqui deixo um abraço e o Adeus até à eternidade.”
Nesta companhia ainda vou lamentar a morte de um soldado que uns dias antes tinha praxado, por não me ter reconhecido ao telefone e ter-me mandado bugiar em linguagem de caserna. Choro a morte deste soldado, se a ameaça de o prender tivesse sido executada, não teria sido condenado à morte ,só que a ameaça era uma brincadeira, mas a guerra era a sério. Mas ainda há quem pense que aquilo eram férias, pelo menos para os oficiais do Quadro Permanente. Da minha parte fiz as mesmas operações que os milicianos, sem qualquer protecção divina, ou outra, visível ou invisível.
Aqui, também pela Páscoa fiz a sua comemoração com uma missa campal e um desfile militar pela vila de Mucaba, onde, nenhum branco esteve presente. Fecharam as janelas e as portas das suas casas queriam resolver o problema da guerra por eles, mas a companhia desfilou com o rufar dos tambores e o roncar dos 404. Orgulho e presença, desfilava Portugal: soldados da metrópole e de Cabo Verde!
Um comandante comanda, e de facto comandava, às vezes parece erro, mas… e, assim, um dia, um dos sobrinhos do dono da terra, um tal Sr. Artex, porque agrediu um soldado negro da minha companhia, foi o primeiro branco a ser preso naquela vila.
Tendo sido chamado à companhia para lhe dizer que qualquer falta dos militares sobre o meu comando seria castigada com todo o rigor, mas que se alguém, algum civil, tocasse num deles, se fosse necessário não deixaria pedra sobre pedra em Mucaba, ( seria exactamente assim) pelo que, no solo sagrado da companhia, foi intimado, pelo administrador de posto, a comparecer, no posto, no dia seguinte, a uma dada hora, o que o homem recusou-se a cumprir. Já não o deixei sair da companhia e intimei o administrador a prendê-lo, por flagrante delito de desobediência e, desta feita, lá um dos grandes de Mucaba foi preso. Esteve num cubículo imundo, tipo frigideira que seria segundo a concepção colonialista e racista só para negros, sobretudo pretos, mas nunca para um branco, mas este esteve ali algumas horas. Ordens para o libertar do superintendente de Carmona, não se fizeram tardar.
Contava-se também que um outro latifundiário, lá daquelas bandas, o Sr. Costa do Negage tinha estabelecido os limites das suas terras a tiro. Também tinha vedado a passagem das suas terras às colunas militares, o que nos obrigaria a mais uma horas nas deslocações de reabastecimentos. Todavia sempre por lá passei, nunca teria deixado de passar e se a cancela não fosse aberta, qualquer GMC ( uma viatura pesada, uma relíquia) a levaria à frente. Toda a gente era muito amiga dos negros e dos militares, como testemunho.
Nesta zona do café, como os relatórios do comandante em Chefe General COSTA Gomes referiam, muitos fazendeiros não cumpriam os contratos e os negros no fim dos períodos de contrato em vez de serem credores, eram devedores nas cantinas.
Andei, como não podia deixar de ser, pela Serra de Mucaba a fazer operações, verifiquei que a G3 para a montanha era um grande problema, pois que o tapa chamas andava sempre a lamber a lama, e os militares a caírem de cu.
Um dos alferes da Companhia, o que fui substituir, e em cujo quarto fui dormir ainda quente com a suas coisas, morreu com uma mina. Ia fora do trilho, começou a chover, vestiu o ponche (gabardina militar) e entrou no trilho para recuperar tempo, logo uma mina anti-pessoal decepou-lhe um pé, esteve muitas horas para ser evacuado, esvaiu-se em sangue e morreu. Foi transportado às costas por um outro alferes que por causa do seu espírito de sacrifício ganhou um estatuto de predominância na companhia, o que iria conflituar com o meu comando
Esta morte impressionou-me muito, porque este alferes, quando esteve a tirar o Curso de Oficiais Milicianos ( COM) em Vendas Novas, era um declarado pacifista, com quem dialoguei muitas, mesmo, muitas horas. Só que este pacifista tornou-se a incarnação do diabo para os soldados, que apesar da sua dolorosa morte mantinham, por ele, um profundo ódio. Quanto mal este antigo pacifista pode ter feito àqueles militares para mesmo depois de morto ser tão odiado, o que não é nada comum entre as pessoas mais simples?
(CONTINUA)
asilva
2 comentários:
Olá
Encontrei o seu blog, numa pesquisa que fiz sobre mucaba, pois vivi aí com os meus pais e irmão. Fiz também, o que se chama uma comissão, pois o meu pai foi o comandante, o antigo capitão Figueiras, o mesmo que você substituiu numas férias.
Este capitão era sim, vaidoso e merecia ser vaidoso, não só porque era um homem bonito, como era, principalmente, um homem bom, um profissional correcto, um humanista, que sempre lutou pelos homens que comandou e criou grandes laços afectivos com todos eles.
Gostaria que o tivesse conhecido melhor.
Gostei do seu blog e espero que continue a fazer com que não se esqueçam dos nossos heróis.
Ana Cristina Duarte Figueira, filha do Coronel João António Duarte Figueira
CAPITÂO (CORONEL)FIGUEIRA CART.3452
Olá Cristina,
Eu sou o Celestino, que naquela época era o cozinheiro na Messe de Ofíciais em Mucaba, recordo-me desses tempos como se fosse ainda hoje, quando a via a brincar com o seu Irmão Miguel com os animais java e soany, recorda-se? provávelmente não, porque ainda eram muito crianças, mas o que me leva a comentar não é a vossa meninice, mas sim o que comenta sobre a vida do seu Pai, creio eu que ficou muito por dizer, o Senhor Capitão (Coronel) João António Duarte Figueira, além de ser o nosso Comandante da Cart.3452 em Mucaba, ele era para nós o Irmão mais Velho, que nos dava conselhos, que conversava connosco, que nos acarinhava e ajudava-nos se ouve-se algum problema, mantinha uma fraze muito só dele " estou-me nas tintas desenrasca-te" mas era ele sempre que resolvia a situação.
Tinha uma grande personalidade, foi um HOMEM que depois de nós termos passado à disponibilidade Militar,ele sempre se preocupou com o seu ex. Militares, e nos Almoços de confraternização, ele queria sempre saber, o que cada um fazia na sua vida e a sua progressão profissional, além de ter arranjado empregos a alguns ex. Militares, e resolveu alguns casos a filhos do pessoal.
Foi um GRANDE HOMEM, nos tempos de hoje é raro aparecer um ser HUMANO COM UM CORAÇÃO TÃO GRANDE COMO FOI O DELE, deixou muitas saudades aos "FALCÕES".
Ao lado de um grande Homem existiu uma Grande Mulher, Dona Leonor sua Mãe, uma pessoa muito carinhosa, sensivel,de uma correcção extraordinária com todo o Pessoal, Continentais ou Caboverdianos.
Cristina um abraço
João Celestino
Critina gostava que me contacta-se para o meu email joaoncelestino@gmail.com
Enviar um comentário