sexta-feira, 12 de junho de 2009

OS PARTIDOS SOCIALISTAS DESTUÍRAM TODAS AS EXPECTATIVAS DA EUROPA DOS CIDADÃOS E DA SOCIEDADE PROGRESSIVA



Rui Tavares que é um pessoa inteligente, com muitas metáforas, bom verbo, levanta, num seu artigo do Público, as razões do insucesso do Centro-Esquerda nas últimas eleições europeias, conquanto a abstenção fale mais alto de um gravíssimo insucesso da democracia, (60% de abstenção) do que de vitórias, tem razão no que diz quanto à má Governação dos Partidos Socialistas.

Todavia, Rui Tavares e muitos outros, não consideraram uma dimensão histórica elementar que é a de que os Partidos Socialistas/ neo-liberais existiram para cumprir uma etapa histórica do capitalismo especulativo, inclusive em matéria das polícias de informações que a partir de Outubro podem ser uma grande dor de cabeça para mais de 2/3 do PS: Ana Gomes, Cravinho, Santos Silva, os membros da Comissão Parlamentar ao BPN (não vejo como é que o deputado Nuno Melo não vai atrapalhar a coligação PSD- CDS, se a PSD-PS, ou PS-PSD forem inviáveis) e o Sr. Eng. Sr. Sócrates, se perder as eleições pode ver-se em palpos de aranha, porque tem uma forte critica dentro do PS, os tais 6 ou mais % de eleitores que foram direitinhos para o bloco de esquerda e outros tantos ou mais para abstenção e muitas histórias que não o pouparão, até porque os banqueiros são ingratos, e a internacional socialista e a ONU identificam-se mais com figuras, como Guterres ou Jorge Sampaio para cargos humanitários.

Todavia toda a inteligência de Rui Tavares não ilude duas questões:

1- A falta de uma linha de actuação consistente do bloco de esquerda, que é o partido da contestação jovem, urbana, sem um projecto politico e de sociedade consistente, mas que conseguiu atrair o voto dos desiludidos do PS que pensaram que a iniciativa da Grande Esquerda seria a base de lançamento de um outro sujeito politico que pudesse fazer o que aquelas iniciativas se propunham, mas que o Bloco de Esquerda não pode fazer;

2- O Bloco de esquerda, tal como existe, não poderá criar e muito menos gerir aquele grande projecto de acção e mudança da Governança, numa primeira etapa, em Portugal e depois na Europa. Mas porque a ilusão do Bloco de Esquerda é tão cara ao sistema capitalista especulativo, toda a Comunicação Social dos banqueiros e grandes empresários tem dado toda a projecção ao BE, nomeadamente para que Rui Tavares vá defender a governabilidade do país assente no conceito de geometria variável, que será uma coisa assim, se um PS minoritário ganhar poderá fazer acordos com o BE para os casamentos dos homossexuais, mas o BE, parece, assim, aceitar que esse mesmo PS faça acordos com o PSD para o inaceitável agravamento do código de trabalho, que desrespeita a necessária e legitima conciliação da vida profissional com a da empresa. Ora este conceito de geometria variável prova como o Bloco de Esquerda poderá vir a ser o partido do queijo limiano à esquerda, como o seu antónimo, CDS, o é à direita

Como Rui Tavares é jovem, fala muito, é espontâneo, diz coisas que talvez ao BE não interessaria sequer que se suspeitasse, mas se Rui Tavares quer uma verdadeira e consistente mudança na politica Nacional e Europeia enganou-se, na minha opinião, no instrumento, porque a reinação dá enquanto dá. É preciso operacionalização, o ruído não é obra, o teatro não é a realidade,

Creio que Rui Tavares verá goradas as suas generosas expectativas, mas disso não vem nenhum mal ao mundo, mas, agora, por falta de um SUJEITO POLÍTICO FORTE QUE COM BASE NA DIGNIDADE, NA COMPETÊNCIA, USE BEM, E DE UM MODO TRANSPARENTE, TODOS OS RECURSOS ECONÓMICOS, SOCIAIS, CULTURAIS, JURÍDICOS, FINANCEIROS E DE CIDADANIA QUE A DEMOCRACIA DISPONBILIZA, COM O DESÍGNIO DE TRANSFORMÁ-LA DE DEMOCRACIA ABSTENCIONISTA E PARTIDOCRACIA EM DEMOCRACIA PARTICIPATIVA, PARA CUMPRIR O OBJECTIVO FUNDAMENTAL DO DESENVOLVIMETO GLOBAL DE PORTUGAL E DOS PORTUGUESES, ENTÃO, SIM, TEMOS UM GRAVE PROBLEMA E UMA PROFUNDA CRISE À VISTA.

Nesta encruzilhada da História de Portugal e da Europa é preciso um novo sujeito político, com uma nova concepção da política e do serviço público, com um projecto consistente de poder e sociedade que mobilize os portugueses para a arrancada deste século que alguns sonharam com as iniciativas da grande esquerda, mas que, na minha opinião, foram goradas, o que, levou a que, ou por um erro lógico, ou de contágio, ou mesmo de condicionamento clássico alguns dos que queriam a tal mudança, tenham não votado onde melhor o seu sonho se realizaria, mas onde menos fosse prejudicado.

Numa palavra o País, a Europa precisam da emergência de novos sujeitos e novos lideres, e digo-o sem a menor contaminação por qualquer Obamania, porque muito antes do fenómeno Obama já o tinha escrito no blogue do Expresso e no silenciado Avenidadaliberdade da Associação 25 de Abril, inclusive, através de memes aí publicados dirigidos ao deputado Manuel Alegre.

Concordo com Rui Tavares que a sociedade portuguesa só ganha com a pluralidade. Todavia ao nível dos projectos de poder tanta pluralidade pode não ser benéfica, sobretudo porque é à esquerda que mais surgem , e é onde, é mais difícil conseguir o menor denominador comum; quando a direita o tem - o lucro, sem qualquer controlo, do capital financeiro, com generosas recompensas para os seus técnicos e cooperadores directos e indirectos, na ordem dos 10,15, 20% da população em Portugal e de uma taxa significativamente superior na Europa, em que os salários mínimos ultrapassam os mil euros, e há uma mais equitativa distribuição da riqueza.

Que emirja a força que quer construir DEMOCRACIA com os cidadãos e não sobre a sua desistência!

Asilva 10 Junho de 09

5 comentários:

Marília Gonçalves disse...

Se o Poeta de Portugal se cumprir a honra das bases socialistas fica salva
Manuel Alegre, o povo espera o despertar urgente do Poeta numa verdade que revolucione a tràgica situaçao de Portugal
Manuel Alegre, o povo sofre, e por vezes o sofrimento pode ser aproveitado por aranhas imundas que urge expulsar de cada mente retrógrada!

Marília Gonçalves

Marília Gonçalves disse...

e eu que teimo e persisto em acreditar nos poetas

Marília Gonçalves

Lisboa perto e longe

Lisboa chora dentro de Lisboa
Lisboa tem palácios sentinelas.
E fecham-se janelas quando voa
nas praças de Lisboa -- branca e rota
a blusa de seu povo -- essa gaivota.

Lisboa tem casernas catedrais
museus cadeias donos muito velhos
palavras de joelhos tribunais.
Parada sobre o cais olhando as águas
Lisboa é triste assim cheia de mágoas.

Lisboa tem o sol crucificado
nas armas que em Lisboa estão voltadas
contra as mãos desarmadas -- povo armado
de vento revoltado violas astros
-- meu povo que ninguém verá de rastos.

Lisboa tem o Tejo tem veleiros
e dentro das prisões tem velas rios
dentro das mãos navios prisioneiros
ai olhos marinheiros -- mar aberto
-- com Lisboa tão longe em Lisboa tão perto.

Lisba é uma palavra dolorosa
Lisboa são seis letras proibidas
seis gaivotas feridas rosa a rosa
Lisboa a desditosa desfolhada
palavra por palavra espada a espada.

Lisboa tem um cravo em cada mão
tem camisas que abril desabotoa
mas em maio Lisboa é uma canção
onde há versos que são cravos vermelhos
Lisboa que ninguem verá de joelhos.

Lisboa a desditosa a violada
a exilada dentro de Lisboa.
E há um braço que voa há uma espada.
E há uma madrugada azul e triste
Lisboa que não morre e que resiste.


Manuel Alegre

Anónimo disse...

Curiosa análise esta. Menos pluralismo à esquerda que a direita está unida! Bem, se o recente processo eleitoral trouxe algo de novo foi o de afirmar mais esquerda. Claro, não o vê assim quem acha que o Bloco é uma monobra de diversão. Mas quem assim fala, começou por fazê-lo com medo de perder votos (daí que o Bloco fosse tomado como uma criação direitista para enfraquecer o PCP) e agora, que os não perdeu, não obstante tenha perdido a posição de terceira força,o Bloco é só uma esquerda festiva, teatral e inconsequente. Está subjacente a ideia de que os votos perdidos do PS são do PCP. Pois é, isto de ser dono da esquerda tem que se lhe diga. E mais não digo.
Um abraço
luisladeira

Marília Gonçalves disse...

BOM DESPERTAR

Desde o 25 de Abril que se grita que a Unidade é a força do Povo,
aparentemente nós somos é todos mais broncos que a direita, aqui os nomes não interessam, nem este, nem aquele, o que era importante é que a ESQUERDA que o quiser ser mesmo,perceba enfim que estamos à beira dum abismo, e vamos em frente de venda nos olhos e o pior é que somos nós a dar o nó que nos ata ao pedregulho que nos precipita no abismo
HI MENINOS
o que eu não queria ver nunca mais era fascismo, e no fundo a minha gente pagou caro preço para que tal não aconteça! nem em Portugal nem em parte nenhuma do Mundo, e por este andar vamos continuar às fisgadas uns aos outros e UNIDADE, nada!
e o povo é que paga, e nós pagaremos um dia se não mudarmos de rumo
Qual rumo? Reúnam, meninos, a esquerda toda e criem urgentemente uma plataforma de acordo
o que é preciso é Portugal à Esquerda, Portugal construtivo e progressista, e bicadas são coisa tão velha, que era tempo de enveredar pelo caminho da inteligência. Porque eu não acredito que a direita, e a alta finança sejam mais inteligentes que a malta que ou fez ou é filha de Abril, espertalhões sim, mas inteligentes?
Gente inteligente não leva o Mundo para a perdição como barco contra rochedos e nevoeiros
QUEM VAI DESPERTAR PRIMEIRO?
URGENTEMENTE!
Unidade! Unidade! Do Trabalho Contra o Capital! essa é a urgência
Marília Gonçalves

andrade da silva disse...

Caro Luis
Não sou dono de nada,há de facto muita pluralidade à esquerda e toda a convergência à direita é assim,são factos,ou melhor são os factos que vejo.

Defendo uma esquerda plural se tivesse unidade na acção um denominador comum,mas como só parecem andar à caça de votos e o PS prefere o diabo á esquerda,pergunto como nos safamos do abismo?

Mas a mim interessam os portugueses e Portugal e não as lideranças partidarias sejam elas do PS, BE ou PCP, procuro analisar comportamentos eficazes que derrubem o neo-liberalismo.

De qualquer modo não entro nessa contabilidade de mercearia foi bom haver 20% de votos à esquerda digo como o lado certo da história, contariamente, outros simpatizantes do BE deitavam foguetes quando as sondagens davam 5% ao PCP e isso seria e será muito negativo, porque o PCP tem uma hostória inegualável de luta em prol da defesa de valores e interesses de muitos portugueses, isto é história.

De qualquer modo ainda defendo mais uma força á esquerda que faça a ponte entre tantos desavindos, dividir mais pluralidade ainda psara uma união à esquerda.


abraço
asilva