quinta-feira, 20 de agosto de 2009

CIBERPOLÍTICA, CONSPIRAÇÕES, ESCUTAS, PARANÓIA. QUE SE PASSA EM PORTUGAL?




Com os ditos disparates de verão, segundo o 1º Ministro, escutas aos assessores do Sr. Presidente da República, segundo o jornal Público e paranóia, segundo outros, estamos a atingir o ponto zero da entrada no Inferno de Dante, agora, na época da Revolução tecnológica. Todavia, e apesar, de tão diferentes posições, plausivelmente todos têm razão, isto é, há disparates, escutas e esquizofrenia, mas porquê?

Somente porque atingimos um grau muito elevado no cinismo e de indignidade politicas, que ninguém acredita em ninguém, crê-se que os órgãos de supervisão estão bloqueados. Os tempos anunciam graves riscos para a democracia. Psicologicamente, um número imenso de cidadãos já se sente a viver em ditadura. Toda a gente se sente escutada, e se o Estado declarar uma ciberguerra aos cidadãos isso é possível. Se a isto juntarmos as noticias que correm que as nomenclaturas dos partidos com assento parlamentar calaram as vozes discordantes, então, a democracia parece estar na ante câmara da morte, e os seus coveiros, de um modo ou de outro, são os partidos e as organizações que dividem o poder entre si, dividindo-o antidemocraticamente intra-partido ou intra-organização

Numa conferência no Instituto de Defesa Nacional, o Sr. General Ramalho Eanes declarava que o povo português estava cheio de medo, foi-lhe, então, referido que esse medo não era ontológico, era apreendido, tinha sido imposto como um facto social de fora das pessoas para o seu interior, pela Inquisição, pelo salazarismo e, agora, pela ditadura informática que uns mal informados e outros mais bem informados, dizem ser usada pelos serviços de informações em larga escala, ou seja, não há e-mail, comunicação telefónica que não seja analisada para ver se tem determinadas palavras-chaves, como Governo, 1ºMinistro etc., e a partir daí parece que o pobre cidadão é fichado e escrutinado.

É verdade, é mentira que importa isso, se é plausível e talvez provável? Esta denúncia da casa civil do Presidente da República, é mais uma que se segue a outras. Foi o caso do envelope nove, os aparelhos de escuta no gabinete do procurador, as escutas a Ferro Rodrigues, enfim, um mar de violações da Constituição e das leis do Estado de Direito, sem nenhuma consequência para os prevaricadores, o que deixa o país atónito e claustrofóbico, consequentemente, muita gente vive já por antecipação um ambiente politico e social totalitário.

Este estado de coisas pode interessar a alguém?

Não, não pode. Só mesmo interessa a quem queira destruir a democracia. Se de facto não se quer destruir a DEMOCRACIA, ENTÃO QUE A ASSEMBLEIA DA REPÚBLICA, A QUEM CABE FISCALIZAR OS SERVIÇOS DE INFORMAÇÔES, A PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA, O GOVERNO, A PROCURADORIA GERAL DA REPÚBLICA, O PROVEDOR DE JUSTIÇA e o ÓRGÃO DA PROTECÇÂO DE DADOS, SE REUNAM DE EMERGÊNCIA, E GARANTAM QUE O ESTADO NÃO USARÁ O CIBERESPAÇO PARA ESMAGAR A LIVRE EXPRESSÃO DA CIDADANIA, E, ESTE FACTO, QUE É UMA EMERGÊNCIA NACIONAL E DEMOCRÁTICA TODOS OS DIAS, É-O, AGORA, COM MAIOR EVIDÊNCIA, PORQUE ESTAMOS NUM PERÍODO ELEITORAL.

SERIA TAMBÉM ÓPTIMO QUE TODOS OS PARTIDOS SE PRONUNCIASSEM SOBRE ESTA MATÉRIA.


andrade da silva



4 comentários:

Marília Gonçalves disse...

Companheiros, Amigos, Leitores

Pesadelo? loucura? de quem?
quem projecta sobre os cidadãos portugueses o pavor dos velhos métodos Salazaristas que levavam o povo a desconfiar de quem quer que fosse ?
Mas isso não implica que nao estejamos atentos, porque na reale recria o velho medo de agir e de intervir?
prioridade: é fundamental não deixar que ideias fascistas e suas maneiras de agir germinem hoje.
Porque efectivamente com os meios tecnológicos e científicos de que os seus agentes disporiam, o fascismo no presente apresentar-se-ia mais terrível que nunca
Para que tal nunca suceda é preciso estar presente e que cada cidadão ocupe na vida politica e social do país o lugar que é por direito e dever o seu.
Essa é a única protecção contra males e perigos, que ante a vigilância popular nunca encontrarão brecha por onde se esgueirem!
Sempre convosco
Marília Gonçalves

andrade da silva disse...

Marilia

Quem faz o que pode faz o que deve, como dizia Miguel Torga, mas que há sombras há e não é só nos partidos e no governo, é na inter-relação dos cidadãos. O virus fascista da intolerãncia está muito disseminado, é uma pandemia. Muitos cobardes se rendem, mas há sempre alguém que resiste e não se calanesta trincheira fazemos isto, todavia só o deserto nos acolhe.
abraço
asilva

Marília Gonçalves disse...

“Aún estoy vivo”

Francisco Morazán





¿Es hoy, ayer, mañana? Tú lo sabes.

Hermanos, amanece (Y Morazán vigila).

- Pablo Neruda-

Marília Gonçalves disse...

Poisa sobre qualquer coisa
Um parasita, a brincar;
Se o não matam, quando poisa,
Já pode ele então matar.


Aleixo