segunda-feira, 14 de setembro de 2009







Anda sozinha

quem o diria

a avózinha pelo meio-dia

vai para a horta

vai ou não vai

curvada e torta

como seu pai...

tomou-lhe o jeito

a posição

vergou-lhe o peito

de arar o chão...


é a paisagem

do trigo- pão.


Marilia Gonçalves

2 comentários:

andrade da silva disse...

Como amo tanto este povo que tão odiado é, e não entendo porquê, e já Cristo e Eça não o entendiam.~

O povo é bondoso e tudo a ele devemos. Insanidade esta, a do ódio e da escravatura, e nós aqui a gritarmos, gritarmos e os opulentos cada vez mais a mandarem-nos para a caixa negra, mesmo os que podiam fazer outra coisa agem como os tiranos, porquê?

Talvez, porque habituados à escravatura venderam a sua alma a um amo.
abraço
asilva

Marília Gonçalves disse...

Quando em 1985 peri meu pai, vi desaparecer com ele convicto enamorado do povo de Portugal. Da politica aos magníficos contos populares que recolheu no Algarve e que nunca encontrei em livro nenhum, havia um olhar cheio de ternura e poesia poisado sobre gente que somos
Grandes amantes deste Pais que tentamos ir despertando ficam envoltos para sempre envoltos nas dobras dessa capa obscura de que a morte os cobriu.
No entanto vemos inimigos jurados do povo a que pertencem, ser adulados e respeitados numa perversão de valores incompreensível.
Quando despertas Portugal? em que letargia caíste se és pai de Capitães de Abril, o que diz de ti o que na realidade és, um povo generoso e bom, capaz de filhos tais!
Desperta Portugal! Desperta povo, que os que te amam e te têm como valor essencial, não querem que a morte os leve sem ver-te erguer a fronte que ditou tantos poetas e artistas,e tantos filhos teus que por ti chamam, enamorados sempre! tudo Portugal filhos do que tu és! Acorda Portugal, por favor, DESPERTA! ERGUE-TE DO NADA em que te mergulham os que te esfacelam e não vêem

Marília Gonçalves