quarta-feira, 2 de setembro de 2009

DEZ MINUTOS DE HUMILDADE E EXPIAÇÃO PÚBLICA, CONTRA 2.102.400 DE ARROGÂNCIA E SOBERBA ABOLUTISTAS, PARA QUÊ?



A história da entrevista do Sr. Primeiro-ministro pouco mais que é um combate de espelhos, por um lado, o homem que quando detinha o poder absoluto se escudou numa arrogância inaceitável do tudo absolutamente certo, quando gente sábia e honesta lhe dizia que o erro era crasso e grave, mas os conselheiros de serviço, parece que naturalmente diziam vá em frente, e sobretudo, o Ministro Santos Silva falava do seu prazer de malhar na esquerda, até na esquerda, onde, parece ter militado para, então, malhar na direita, e, por outro, quis penitenciar-se, pela sua má consciência de como secretário-geral do PS ter feito um desvio neo-liberal significativo.

Não, esta humildade poderia de facto ser o rebate de consciência pelo peso terrível do desvario neo-liberal, mas não o foi. Se tivesse sido não só falaria do modo como lidou com os professores, mas teria de pedir desculpas aos funcionários públicos, por os ter sacrificado, e terem sido eles, os pensionistas e os pobres, quem deu, através das várias penalizações, como congelamento dos salários, os euros que permitiu a este governo atenuar os efeitos da crise, sem que nunca o governo tenha reconhecido este pesado e grande sacrifício. Também teria de dizer porque desrespeitou tanto os militares, promulgando um Regulamento de Disciplina que é um retrocesso aos anos 50, os anos mais duros do fascismo.

Quanto ao resto o exame de consciência foi modesto, pouco profundo e tirando a má comunicação tudo estaria bem, e, assim, tudo continuará no mesmo caminho: algumas migalhas para os pobres e transferências chorudas do OGE para os grandes banqueiros, em volta de quem gravita o poder, todo o poder, e os grandes empresários, consequentemente, diz o senhor primeiro-ministro, porque este é o caminho certo devem os portugueses votarem em si, mas será que este é mesmo o caminho certo?

Se este não é o caminho adequado, também não o é a visão do rotativismo do Sr. primeiro-ministro, ou seja, ou votem em si para 1º ministro, ou na Dra. Ferreira Leite que é pior, o que é verdade, então, parece que Portugal não tem solução, mas isto também não é verdade, nem em relação ao que disse o Sr. Eng. Sócrates, e, de igual modo, os demais lideres dos partidos parlamentares.

É preciso sim, votar massivamente à esquerda, incluindo decisivamente os partidos extra-parlamentares, cujos programas mais se aproximem das convicções dos socialistas de esquerda, desiludidos com o desvio neo-liberal do actual secretário-geral do PS. É preciso ouvir as forças emergentes e dar-lhes votos. É preciso mudar de políticas e de políticos.

Quanto ao exercício de expiação e humildade do Sr. Primeiro-ministro de 10 minutos, que seguiu a táctica americana de ser mais útil dizer a verdade do que escondê-la, cometeu vários erros fatais: foi muito moderado a pedir desculpas, pelos mais de 2 milhões de minutos de arrogância absolutista, aliás, nem as pediu, só confessou que comunicou mal, isto é, a obra foi toda positiva, heróica, a comunicação é que foi deficiente, donde, se conclui que quer continuar a mesma obra, portanto, de genuíno há o regresso à soberba de sempre, por outro lado, não lhe informaram muito bem sobre a natureza psicológica do povo português que para desculpar alguém, na política, como nos romances de faca e alguidar, é preciso que o que traiu a relação se roje ao chão, chore lágrimas de sangue e, no mínimo vá Fátima descalço para ser perdoado, como nada disto o Sr. Primeiro-ministro fez e como a zanga contra ele é tão grande, o seu exercício para pouco poderá valer. Só perante um completo e trágico governo do PSD, o povo poderia dizer Sócrates regressa, porque estás perdoado, mas para que esta tragédia não aconteça não pode haver nenhum governo de direita, deveria de haver uma governabilidade estável, honesta e desenvolvimentista à esquerda.

PORTUGAL!

asilva

2 comentários:

Marília Gonçalves disse...

RESISTIR SEMPRE
Marilia


Ballade de celui qui chanta dans les supplices -

Hommage à Jean-Pierre Thimbaud

Et s'il était à refaire
Je referais ce chemin
Une voix monte des fers
Et parle des lendemains

On dit que dans sa cellule
Deux hommes cette nuit-là
Lui murmuraient "Capitule
De cette vie es-tu las

Tu peux vivre tu peux vivre
Tu peux vivre comme nous
Dis le mot qui te délivre
Et tu peux vivre à genoux"

Et s'il était à refaire
Je referais ce chemin
La voix qui monte des fers
Parle pour les lendemains

Rien qu'un mot la porte cède
S'ouvre et tu sors Rien qu'un mot
Le bourreau se dépossède
Sésame Finis tes maux

Rien qu'un mot rien qu'un mensonge
Pour transformer ton destin
Songe songe songe songe
A la douceur des matins

Et si c'était à refaire
Je referais ce chemin
La voix qui monte des fers
Parle aux hommes de demain

J'ai tout dit ce qu'on peut dire
L'exemple du Roi Henri
Un cheval pour mon empire
Une messe pour Paris

Rien à faire Alors qu'ils partent
Sur lui retombe son sang
C'était son unique carte
Périsse cet innocent

Et si c'était à refaire
Referait-il ce chemin
La voix qui monte des fers
Dit je le ferai demain

Je meurs et France demeure
Mon amour et mon refus
O mes amis si je meurs
Vous saurez pour quoi ce fut

Ils sont venus pour le prendre
Ils parlent en allemand
L'un traduit Veux-tu te rendre
Il répète calmement

Et si c'était à refaire
Je referais ce chemin
Sous vos coups chargés de fers
Que chantent les lendemains

Il chantait lui sous les balles
Des mots sanglant est levé
D'une seconde rafale
Il a fallu l'achever

Une autre chanson française
A ses lèvres est montée
Finissant la Marseillaise
Pour toute l'humanité

Louis Aragon

Marília Gonçalves disse...

poème est dédié à Gabriel Péri,