Como militar de Abril que lutei por Portugal em Angola, nos idos de 71/72, e em 13 de Novembro de 72 escrevi a um meu camarada a dizer-lhe que a guerra estava perdida, e que nós, os jovens tenentes, tínhamos de dar a volta à história, logo aderi, em 73, no regresso de Angola, ao Movimento dos Capitães, outros jovens, um pouco mais velhos que nós, os tenentes, com os nossos 24/25 anos.
O Movimento dos Capitães teve como questão essencial a questão da guerra e da politica coloniais , e, é assim, que o Movimente dos Capitães evoluiu para Movimento das Forças Armadas ( MFA), com os seus três gloriosos D: DEMOCRACIA, DESCOLONIZAÇÃO E DESENVOLVIMENTO.
O apogeu deste movimento é o 25 de Abril 74, com um antes e um depois, um antes de ditaduras ou semi-ditaduras e longas guerras coloniais, desde o século 19, e um depois de democracia e amizade com os povos antes colonizados, embora com muitas e graves vicissitudes.
Nesta onda de paz e amizade saúdo como Português, Militar de Abril, Cidadão do Mundo a INDEPENDÊNCIA DE ANGOLA, a luta e o contributo de todos os que deram algo ou muito, até a própria vida, embora em campos diferentes, para este feito, e deste lado da história estão todos os que caíram nos vários campos de Batalha, mas também as mulheres e homens que constroem o futuro, e muitos dos que foram gravemente atingidos nos seus interesses pela descolonização, e, hoje, saúdam a independência de Angola, e de todo estes, quero, referir Maria José Gama, pela grande generosidade como encarou as consequências deste grande momento da História, o do nascimento de uma Angola Independente, desejando nesta data o melhor para a terra que a viu nascer, como outros tantos concidadãos portugueses.
Dói-me a ALMA e o CORAÇÃO que por “ ERROS NOSSOS” E DOS ANGOLANOS “ E MÁ SORTE “ a Independência tenha levado à guerra civil, mas em Portugal, após 7 séculos de história, todo o nosso século XIX esteve repleto de guerras civis, o que parece ser as graves perturbações dos partos e das interferências estrangeiras e actos menos dignos de alguns patriotas, mas neste dia de Aniversário, de 11 de Novembro, interessa sobretudo desejar a ANGOLA E AOS ANGOLANOS:
PAZ, INDEPENDÊNCIA, LIBERDADE, JUSTIÇA SOCIAL, DEMOCRACIA E DESENVOLVIMENTO, OU SEJA, CAMINHOS DE FUTURO PARA O QUE, PORTUGAL E OS PORTUGUESES DEVEM CONTRIBUIR.
PARABÉNS ANGOLA. PARABÉNS PORTUGAL. PARABÉNS ÁFRICA.
SAUDAÇÕES DE ABRIL PARA TODOS.
Andrade da silva.
2 comentários:
João Andrade da Silva
Texto notável de felicitações dedicado a Angola pela comemoração do dia da sua Independência. Fiquei emocionada. Senti-me esmagada, no bom sentido, claro. Pois de forma precisa e sucinta conseguiu dar-nos uma panorâmica histórica do que foi a Luta do seu Povo e não só... Ninguém melhor do que o João para o fazer. Viveu intensamente a guerra, sentiu o horror da injustiça e fazendo parte do grupo de Capitães que constituiu o Movimento das forças Armadas contribuiu para a inversão da situação. A Liberdade foi conseguida em Portugal e a Independência em Angola. Todos lhe devemos, bem como aos seus Camaradas UM GRANDE RECONHECIMENTO POR TEREM ARRISCADO A VIDA POR ESTAS DUAS GRANDIOSAS CAUSAS. Muito Obrigada também por me ter referido. Sensibilizou-me muito, embora esse facto tenha de ser, em parte, considerado pela nossa amizade.
Bem Haja.
Forte e Fraterno Abraço
Maria José Gama
Cara Maria José.
São naturalmente palavras amigas, mas sobretudo, do meu ponto de vista, justas e merecidas, nunca o faria de outro modo por maior que fosse a amizade, esta inibe o amigo de abandonar a pessoa amiga em dificuldades. Respeito muito os que nas horas más, mesmo por faltas cometidas, não abandonam os seus amigos, mas a amizade nunca pode servir para mentir ou dizer o que não se sente, o que é imoral, portanto, ao referir-me a si como alguém que pode representar todas as grandes mulheres e homens que apesar das cicatrizes da descolonização amam e servem o Futuro foi por justiça.
Eu é que lhe agradeço a oportunidade de aprender, como se pode ser generoso e grande, perante tão grande mudança na vida.
Creio que os acontecimentos históricos não foram muitos justos para muitos cidadãos nascidos em Angola, independentemente da sua raça,ou mesmo nacionalidade.
amigo abraço
asilva
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