domingo, 27 de dezembro de 2009

BILHETE



INTEMPÉRIES DE NATAL: “TO BE, OR NOT TO BE….”


Foram governo, Servidores da Causa Pública, os membros do governo que nesta fase dura de intempéries, durante esta quadra tão sensível, estiveram onde deviam estar, ou seja, junto das populações, ou dos órgãos de apoio àquelas a envidarem esforços para atenuar os dramáticos efeitos da fúria dos elementos da natureza.

Foram Servidores da Causa Pública as televisões que estiveram no terreno a pressionarem as instâncias do Estado para darem resposta às populações em necessidade.

Foram Servidores da Causa Pública os bombeiros e a protecção civil que cumpriram o seu dever apoiando as populações com água e outros materiais que lhes faziam falta.

Serviu a Causa Pública um dos Presidentes de uma das câmaras que criticou duramente a EDP, por não ter meios eficazes para fazer frente à situação que a intempérie provocou, todavia seria bom, o Sr. presidente, ver se a sua câmara está apetrechada no que lhe diz respeito, para fazer frente a estas situações. Não vá um dia se provar que as suas palavras foram pedradas para o ar e não ao charco

Não serviu a Causa Pública o Parlamento, não vimos nenhum deputado em Campelo ou noutra qualquer zona, mas porquê? Não tem um o Parlamento uma comissão de acompanhamento de catástrofes? Se não tem, como é que tal omissão é possível na Casa da Democracia?

Também não estiveram nas zonas afectadas os partidos da oposição, mas marcaram uma presença em lugares cómodos e aquecidos, para comentarem o discurso do Sr. primeiro-ministro – uma falta e um contraste muito graves que roçam o escândalo.

Também a EDP e o seu chairman, António Mexia, este, tão presente nas TV para, desde os EUA, anunciar tanta e tão avançada tecnologia para levar as energias limpas a todo o Munido, esteve ausente, e não é capaz de ter planos de emergência para as situações como as de Campelo, tão facilmente resolúveis com o recurso aos pesados geradores de campanha das Forças Armadas e da força policial- Militar da Guarda Nacional Republicana. Mas se são tão magnânimos e sábios, estes gestores públicos, porque se esquecem das coisas da dimensão mais elementar, ou seja, servir bem os utentes?

Outros não estiveram presentes, e acho que não foram Servidores da Causa Pública, mas sobre estes, que sendo Estado estão numa segunda linha, que cada um julgue, por si, as suas ausências. Direi, no entanto, que no tempo de D. Pedro I, este, teria saído à rua, mais que não fosse para uma cantata de apoio, ou um gesto de justiça… enfim, outros tempos.

Mas gostaria, para além, de manifestar a minha opinião, sobre o ser ou não ser Servidor da Causa Pública, dizer que, apesar de toda a consideração que tenho pelos povos bárbaros no contexto das suas épocas, como acontece com os povos Celta e outros, creio que no século XXI deveria haver mais literacia civilizacional, julgando com algum discernimento os actos , as decisões e as omissões de quem nos governa, louvando os bons actos e criticando os negativos.

Na minha opinião, a presença e o esforço do Ministro da Administração Interna para explicar a situação foi positivo, pecou por não ordenar à grande e poderosa GNR que montasse geradores em Campelo, ou se a poderosa GNR não os tem, que os requisitasse às Forças Armadas. A população de Campelo, creio, poderia ter tido luz no Natal, então, porque não a teve, e se nas Forças Armadas ou na GNR não houver essa capacidade, como se pode explicar tal insuficiência?

É indigno o que se passou em Campelo.

Abraço e uma palavra solidária aos que têm sofrido com estas intempéries, e com as que ainda aí virão.

NATAL2009
andrade da silva

4 comentários:

Marília Gonçalves disse...

VIVAM

pelo menos estar informado

http://www.prociv.pt

Protecção Civil

força e coragem para todos os que sofrem consequências naturais que não foram eles a provocar

abraço

Marília

Anónimo disse...

Homem prevenido vale por dois

e como o saber não ocupa lugar

como de longe se diz

http://www.meteo.pt/pt/sismologia/actividade/

Marília

Isabel Pestana disse...

E não podemos esquecer também os madeirenses (sobretudo os do Norte da ilha) que ficaram sem luz, sem água potável, sem casa e sem estradas! A ganância é tanta, os compadrios são tantos, que se deixa fazer aos leitos das ribeiras o que se anda a fazer e, depois, dá nisto que deu!
O meu abraço solidário para toda essa gente que só teve como prenda de natal a DESGRAÇA !

isabel

andrade da silva disse...

Cara Isabel

Nunca esquecerei a minha querida Madeira, no primeiro intervalo da chuva falo da nossa querida e sempre amada terra num texto há pouco publicado, segundos antes de ler este teu comentário.

A Madeira é o meu berço, a minha terra-mãe, e ainda vou falar da Madeira, como do interior de Portugal e do Alentejo para indignar-me contra a aristocracia lisboeta e as oligarquias partidárias que sem vergonha só conhecem os seus umbigos e o dos seus peoões, paus mandados, mas esquecem o povo, aqui, como na Coreia do Norte, na China, em Angola, na Alemanha, isto é, com tonalidades diversas em quase todo o Mundo.

Como rompeu o Sol vou dar um salto até à rua.

bjnho
joão