quinta-feira, 18 de março de 2010

A ALMA DE ABRIL É ETERNA.



À MEMÓRIA


Partiu do nosso convívio um antigo combatente da Liberdade Cor. Pestana, um dos corajosos participantes do assalto ao Quartel de Beja, com ele e por ele continuamos no mesmo caminho. Falar de Abril, é também falar deles.

À Isabel e Luísa Pestana nossas amigas e leitoras deste blog e a toda a sua família o nosso grande: VIVA PARA TODO O SEMPRE A MEMÓRIA DE UM HOMEM QUE LUTOU PELA LIBERDADE. SEJA LEMBRADA E RESPEITADA.

O nosso abraço solidário








Podem os reaccionários e fascistas-sociais ( estas realidades e conceitos ainda existem) dizerem que os jovens de Abril, os muitos tenentes, os bastantes capitães, os alguns majores e os muito menos coronéis são uns párias, ou, como esse outrem, que também de Abril foi, mas chama de rapaziada aos seus camaradas.

Julgo que a este capitão de Abril e de Novembro, como agora se auto denomina, Novembro ofuscou-lhe o espírito, como a tantos outros que participaram nesse golpe contra-revolucionário, que nada teve a ver com a pureza do 25 de Abril, mas com a reposição dos interesses dos grupos económicos depostos em 25 de Abril 74, e regressados ao poder após o 25 de Novembro.

Mas será que também à esquerda não se quer ver esta realidade, e andam ao colo com os que pariram a mando do capitalismo internacional o Portugal de hoje, sempre melhor, mais justo e próspero que o do regime fascista. Realidade esta que deve ser declarada sem tibiezas, para cortar cerce o passo ao radicalismo pequeno burguês, irresponsável ou fascizante, que quer fazer crer que uma ditadura poderia ser mais honesta e justa para os portugueses. A democracia terá de vencer a crise moral e civilizacional em que vivemos. A Democracia, Abril, Portugal têm de encontrar forças para limpar o que fôr, ou estiver podre.

É preciso falar claro, deixar de ouvir os discursos redondos e cobardes, e provar, claramente e sem gaguez, que as barbaridades de hoje são filhas ou netas do 25 de Novembro. Nunca em Abril haveria um BPN, com uma fraude gigantesca de milhares de milhares de milhões de euros, que bastavam para pagar todos os sacrifícios que o governo vai pedir a muita gente do país até 2013.

Mas pergunta-se, para além de Oliveira e Costa, que em casa goza com tudo isto, quem tendo dado umas lebres ou uns gatos para comprar acções do BPN, e levou para casa bezerros de oiro, não tem nada a ver com isto? Parece que Ninguém sabe quem foi, mas a imprensa disse e até a revista Visão fez uma pirâmide no topo da qual estava um amigo do coração de Dias Loureiro e dos portugueses. Ninguém o conhece, ou sabe disto? Não acredito, mas ….

Creio, como certo, que podem todos os corruptos, todos os polvos que para aí se pavoneiam, sugando ao país milhões de euros ano e vencimentos de duzentos mil euros mês,( o que um coronel, um médico normal do SNS vai ganhar ao fim de 10 anos, e como só se chega a coronel entre os 47 anos e os 50 de idade, logo se vê o que é este descalabro, já, para não os comparar com o salário mínimo, que, então seriam precisas várias vidas) dizerem o que quiserem da gesta heróica dos capitães de Abril e do Povo Plebeu, mas nada conseguirão, porque apesar da ignomínia que o presente encerra, o POVO sente que Abril significou a conquista da dignidade, que agora nos querem roubar, mas vai dar trabalho a conseguirem esse objectivo.

Mas Abril vive na emoção de Francisco Ceia, cantor de Portugal e da Revolução, que recorda com lágrimas os tempos do ultraje. Ele tinha 18 anos, quando Abril foi luz, mas ele recorda bem a escuridão do fascismo salazarista, também corrupto.

Ser corrupto, como ontem um antigo camaradas de armas, hoje professor doutor, me dizia, não é só meter dinheiro ao bolso, é também usar todo os poderes do Estado ao seu serviço e dos seus boys, como fazem todos os ditadores, os de ontem e de hoje, em África e muito perto de nós, não é preciso sair do Atlântico , nem se meter em naves espaciais para encontrar por aí bokassas, estão à mão de semear, e vêem-se a olho nu, basta querer ver. Mas que fazem eles? Oferecem as melhores tetas aos amigos, calam todos os que se opõem à sua tirania, provocam crises e desastres ecológicos e depois são os salvadores.

Todavia, como Francisco Ceia, em Montemor, em 13 de Março de 2010, exactamente 35 anos depois de todo o Povo de Montemor ter vindo para a Rua exigir que a Revolução avançasse, que os crimes dos agrários fossem julgados e punidos e que da Terra brotasse pão, quem comigo esteve, quando era muito jovem, era um recém promovido capitão, voltou ali a estar, e perante eles proclamei, de cara levantada, os mesmos princípios de justiça, solidariedade e respeito pela dignidade humana, e, assim, se reviveu com emoção e exaltação esta gloriosa experiência.

Então, como hoje, alguns concidadãos e companheiros que estiveram na boca do vulcão, o Inocêncio de Vendas Novas, o Negraxa do Escoural, algumas mulheres anónimas da Reforma agrária das que sofreram na carne e na alma as pancadas dos cacetetes e as mentiras sobre tudo quanto ali aconteceu, deram vivo testemunho, pelo seu comportamento verbal e não verbal que para os mais maltratados de todos, o 25 de Abril significou um renascer para a vida, e, nesta perspectiva, falou alto aqueles que depois de Abril compreenderam que eles próprios e os seus filhos não iriam fazer morrer outros, ou morrerem.

Uma vez mais foi dado claro testemunho do abandono das terras naquela altura, em que todas as mulheres do Ciborro durante 10 semanas não tiveram trabalho, ou a “casa da malta” nos montes, onde, se obrigava os homens casados a pernoitarem, para guardarem as coisas dos senhores, enquanto as mulheres e os filhos ficavam longe dali. Então, para eles não falavam alto os valores da defesa da família, ou será que os camponeses não tinham direito a terem família?

Também esteve presente o presidente da câmara Dr. Pinto Sá, filho de um homem valoroso e corajoso que acompanhou todo o movimento social do Alentejo e em 25 de Novembro 75 quis que eu chefiasse a revolta popular no Alentejo, contra o golpe contra-revolucionário. No caso de não morrer havia um plano para a minha passagem à clandestinidades para fora do país, depois de uma passagem pelas grutas do Escoural. Todavia entendi, e entendo, que este movimento seria heróico, mas estava condenado ao martírio, por isso, e também porque não fazia parte de um exército de libertação, declarei que não os acompanharia, e tudo correu o curso de todos conhecido que, naquelas circunstâncias, foi o melhor.

Um outro lutador, Custódio Gingão, com vivências no terreno falou das suas experiências de antes e depois do 25 de Abril, e António Murteira, homem de espírito aberto e conhecedor da situação agrícola no Alentejo e em Portugal, falou das perspectivas que se põem neste campo para diminuir outra vez a grande extensão de terras incultas no Alentejo. Neste Alentejo, onde, o desemprego é outra vez muito grave.

António Murteira ainda reconheceu que a construção do futuro não depende exclusivamente de um ou outro grupo, mas precisa sim do contributo de muitos

Com este pensamento de que o futuro exige o contributo de muitos e com um abraço às mulheres e homens que servem a liberdade deixo o grito deste dia. Que ecoe…


andrade da silva


Notas:
Este encontro em Montemor foi patrocinado pela Cãmara de Montemor e Organizado pelo Dr. Eduardo Raposo, autor de uma obra sobre o cancioneiro da revolução, editado Jornal Público.
Deveria apresentar uma foto do 1º de Maio de 1975 em Vendas Novas em que sobre o mesmo tractor estavam o Capitão Andrade da Silva a falar, o Sr. Cor. Sousa Teles e o Sr. Ten- Cor Segurado, comandante e 2º comandante da EPA, respectivamente, a escutarem, logo…, e ainda estava o Ti Pedro, pai do Inocêncio que nunca deixou de acompanhar os militares de Abril de um modo discreto e generoso, todavia não a apresento, agora, porque não tenho os meios técnicos adequados, mas por um dia destes as postarei.

14 comentários:

Marília Gonçalves disse...

ola Capitao

que o 25 de Novembro foi o inicio do funeral de Abril, funeral não completamente consumado é a evidência
porque de repente uma a uma se apagavam as luzes dum pais que acabara de sair do obscurantismo, de tal modo cerrado, tão sem luz, que muitos, não conseguiam ver, mais longe que o nariz.
Mas o povo que sofria, esse sabia, e não era por acaso que às prisões fascistas foram parar tantos filhos do Alentejo! d'entre eles, vi menina no Ribatejo onde passava férias, grupos, encapuçados nas noites do tempo das vindimas, ali em volta duma capelinha, cujo pátio lhes servia de estalagem... ali preparavam de comer, pequenas fogueiras para pequenas marmitas, e quando passivamos no regresso a casa, dos passeios nocturnos, estrada fora, ali os via-mos ficar ao relento, deitados numa manta no chão, para pela manhãzinha se apresentarem a quem lhes pagava a força dos braços, para mais um dia de vindima.
Eu era muito menina, mas tinha nos olhos uma máquina fotográfica, tão bem regulada, que guardou para sempre por detrás dos meus olhos cada paisagem de dor que via. Que disso aqui se trata, da vida amarga e dorida de quem a pé palmilhava km entre o Alentejo e perto do Cartaxo, por salário que não lhes devia dar grande folga nos meses que seguiam.Mas tudo corriam procurando trabalho.
Disso posso testemunhar porque vi!


Olá amigo
tem dúvida que
o 25 de Abril um dia teve lugar?
pois eu não, que sempre o trago
a circular-me nas veias
em águas de marés-cheias!
mas se tem algum porquê
que a mim nunca me ocorreu
é que ventos há, funestos
que sopram rumo contrário
ao que é a mesma evidência.
Abril pra mim é tão claro
como a luz, a transparência
dessa manhã que de Abril
entrava no mês de Maio
como promessa de Junho
e levava colorido
mais do que penas de gaio
cravo de carne no punho

Marília Gonçalves

Anónimo disse...

Alma de abril é eterna...
Como estás enganado caro amigo,
Abril foi assassinado ...lentamente,
Os cravos marcharam...
Abril, aconteceu há muito, muito tempo,
Apenas ficou nos manuais
O nome dos Capitães da Liberdade
E a voz do Herói,
Soa agora num ténue murmúrio,
Ao a ouvido daquele que teimosamente
Sonham com,
LIBERDADE

Marília Gonçalves disse...

Por Abril Unidade!

unidade e Participação!

Abril é como a Primavera, regressa depois do aparente sono do Inverno
no entanto por baixo de terra a vida activa-se numa promessa sempre cumprida do reflorescer!

Abril vai abrir, quando o povo perceber que do brotar dum rubro cravo se reinicia a força da vida, dos direitos laborais e sociais, da fraternidade e da solidariedade!

e os cravos surgem sempre espontâneos na Primavera, mesmo que estejamos em pleno Inverno
será Primavera quando o povo o disser!
Marília Gonçalves

Marília Gonçalves disse...

As Portas que Abril Abriu

Ary dos Santos


http://nossaspoesiaslibertarias.blogspot.com/

Anónimo disse...

Reparem nesta fotofrafia, como aqueles rostos mostram um sorriso feliz, com a esperança num futuro melhor para o Alentejo.

Marília Gonçalves disse...

e com o que se passa na Grécia acende-se luminoso o contagiante sorriso dos Povos que gritam Aqui estamos! Coragem!
começa a Esperança.

Marília Gonçalves

Isabel Pestana disse...

Obrigada João por referires o meu pai neste teu blogg. Realmente morreu um Homem que, sobretudo a nós filhos e netos, deixou um precioso legado que iremos manter até sempre: o amor à vida e à verdade; o ódio à injustiça; a luta pela Liberdade! Com ele aprendemos o verdadeiro significado da frase do seu amigo Che Guevara: "Preferible morir de pie, antes que vivir arrodillado".
beijos

Anónimo disse...

Sou Alentejana de gema, nascida e criada neste Alentejo profundo,
muito esquecido pelos governos do PSD e PS.

Acho interessante que o capitão de Abril Andrade da Silva se tenha lembrado de escolher para o seu texto uma fotografia com Mulheres Alentejanas.Só quem esteve por perto teria a sensibilidade de perceber o quanto foi decisivo para eixito, a participação das mulheres em todo o processo da R/A.
Sou filha de operários agricolas, muito jovem,mas atenta,vivi e participei de perto nas transformações que se deram no Alentejo com o 25 de Abril .Tal como dizia Alvaro Cunhal a Reforma Agraria foi uma das mais belas conquistas de Abril.
Quando falamos nas mulheres camponêsas Alentejanas,certamente que nos vem á memória Catarina Eufémia,mas não podemos esquecer, que muitas Alentejanas anónimas seguiran-lhe o exemplo: Estou convencida quese não fosse a seu empenhamento não se teria avançado tanto.Dava gosto nas conferências da R/Agrá subirem á tribuna,com a sua coragem e determinação davam a conhecer balanços e planos de produção da sua cooperativa, ao mesmo tempo não se inibiam de criticar os seus companheiros de não entenderem as suas capacidades de gestão nos orgãos de direcção das cooperativa.Debateram-se com firmeza até aos ultimos dias com a repressão dos agrários e forças da GNR na defesa das suas cooperativas.Estas mulheres deram um grande contributo de abrir a novas mentalidades nos direitos das mulheres Portuguesas.
Os campos estão tristes,e abandonados, vamos continuar a luta por uma nova Reforma Agrária,
Beijos de esperança para todos os Alentejanos.
Uma Mulher de Abril

Marília Gonçalves disse...

Abril está vivo e bem vivo!

Que força vê-las participar!
continuem a falar connosco e tragam mais amigas e testemunhos
VIVA O 25 DE ABRIL DE 1974

Marília

Marília Gonçalves disse...

à Amiga Isabel Pestana acompanho-a na mágoa da perda de seu pai
e porque foi um Lutador contra o fascismo aqui lhe deixo em intenção de seu pai, um poema meu que apenas dedico a quem o merece
com um beijinho para si e para sua família

Dito em Faro, no encontro de poetas a 17/8/86
um dos três poemas apresentados



Enterneço-me meiga, respeitosa
por todos aqueles que não estão
tiveram a vida valorosa
gesto firme franco em sua mão.
Por todos aqueles que se foram
a sonhar beleza para o mundo
os versos que lhes faço vão à solta
beijar o infinito, o mais profundo

Marilia Gonçalves

andrade da silva disse...

Cara Amiga Alenejana, caras amigas do Alentejo

Nunca me poderia esquecer da mulher, porque quer nessas lutas, quer em todas vocês sempre foram decisivas e também é verdade que foram as camponesas quem nunca me esqueceu, porque se vocês não andavam à procura de medalhas eu também não, e também foram as mulheres do Pragal que no 25 de Abril nos alimentaram. Um grande beijo e um forte abraço.

Cara Isabel

Como tantas vezes te tenho pedido e volto a insistir fala-nos do teu avô, fala-nos do teu pai, para nós conhecermos esses dois gandes homens. Nós precisamos de os conhecer e tu terás o dever de nos dar a conhecer tão heroicos lutadores pela liberdade, gente da nossa querida Madeira.

Como sabes conhecestes-me nos meus longos dois anos de prisão na Trafaria, donde levaram para a vossas casas um meu companheiro de prisão um lindo gato. Eles eram dois, esses meus irmãos, um levei eu,o preto, morreu num dia 21 de Março de um já longinquo ano. Meu Deus que dor.

Antes deste triste presente de prisão conheci, na deportação na terra que me viu nascer, o teu pai, era o 2º Comanante do Governo Militar da Madeira, todavia nesse cerca de um mês só trocamos muito breves palavras, não foram as suficientes para o conhecer, a única coisa de que me apercebi nele foi da sua quase paixão romântica pelo assalto ao quartel de Beja, que seria,segundo ele, se tivesse resultado a Revolução a sério.

Nós muito gostariamos de os conhecermos pela voz das suas filhas.
bjnho
joão

Isabel Pestana disse...

Marília a minha gratidão pelo poema lindíssimo.
João, um dia vou contar a história do meu pai e do meu avô. Mas ainda não consigo fazê-lo. Acho que estou a perder o jeito de escrever, ou então as palavras não conseguem sair, não sei.
Do meu pai sei mais coisas, mas tens que perceber que há todo um tempo que para mim foi traumatizante e que tentei po-lo lá num cantinho da memória (não esquecerei nunca)e só muito de vez em quando o chamo!
beijinhos aos dois.

Marília Gonçalves disse...

Minha Querida Amiga Isabel Pestana

eu sei o que sente! nem sequer é uma questão de pudor, mas uma dor tão profunda que nos dilacera quando a queremos trazer à superfície.
Muitas vezes, quero contar factos da vida familiar ligados com a prisão do meu pai e se não houver uma mola, como uma tremenda injustiça que se esteja a dar, nada sai.
Mas de repente um acontecimento actual ou contado por outras pessoas, sobre o que se passou, faz-me sobressaltar e é quando escrevo com a força de dor e raiva, o pai é sempre o pai e os maus tratos são-nos insuportáveis.
Acontecia quando o meu pai era ainda vivo, de me lembrar da tortura e ser acometida por náuseas e vómitos.
Por isso compreendo-a perfeitamente
Além disso o desaparecimento do seu pai está muito fresco.
Quando foi do meu durante mais de um ano ia na rua e de longe as outras pessoas pareciam-me o meu pai. Idem quando comia alguma coisa que sabia que ele gostava mais, tudo mo lembrava. Depois o tempo faz a sua obra. Embora as saudades se mantenham sempre, passam de dolorosas a ternas e começamos a viver serenamente mas sem nunca esquecer.
O meu carinho para si neste momento, porque o amor dum pai, principalmente se foi um bom pai é insubstituível.
Mas dou-lhe deste amor fraterno que tem o dom de quanto mais o reparto, mais se multiplicar
um abraço amiga e um beijinho fraterno
e aqui fica um poema duma dor que ambas sentimos em épocas diferentes.



Grita

a escuridão

que trazes dentro de ti

grita

os cálidos dias que não voltam

os pássaros emudecidos que não cantam

as fontes entorpecidas que não correm

as manhãs adormecidas que não nascem

as noites que habitam o teu espanto

os silêncios que te calam a dor

Grita! Grita! Grita:

por esse so que em ti se está a pôr....

Grita o grito mudo dos dias que não correm

e escuta o eco do silêncio:

os pardais cantam indiferentes

ao teu sofrimento sem luar...

as fontes gorjeiam sóis a saltitar

as noites tropeçam nas estrelas

o eco não captou a tua dor!?

Na estagnação do insuportável

tudo continua à tua volta

Marília Gonçalves

Isabel Pestana disse...

Lindo poema Marília! Muito obrigada! realmente é exactamente como diz, aquilo que sinto. É uma falta, qualquer coisa que nao se consegue explicar, apesar de sabermos que pela lei natural os nossos pais vão 1º que nós, só que não o queremos aceitar. O horror de nunca mais ouvir a sua voz, o horror de nunca mais termos uma carícia deles.
beijinho