sexta-feira, 5 de março de 2010

O QUE EU DISSE SOBRE O BELO.


VÉNUS

“ O NU BELO E ESCULTURAL SEDUZ-ME MAIS COMO SONHO, DO QUE COMO REALIDADE. É ASSIM DESDE O TEMPOS DA MITOLOGIA GREGA… MAS AMO PARA ALÉM DE TODAS AS CONTINGÊNCIAS. FOI, É E SERÁ ASSIM. ESTA É A MINHA NATUREZA E SUBSTÂNCIA, SEM RETORNO, DIFERENTEMENTE JÁ NÃO SEREI EU. SEREI UM BONECO DE PLÁSTIO OU DE CERA DE MIM, UM SUBSTITUTO.”


Naturalmente que cada um é livre de ver o que quer ver no que está escrito, no meu texto a Bela e a Coruja, mas o que alguns podem ver, nunca foi por mim escrito com tal intenção, nem sequer, alguma vez, pensado.

Gosto, do Belo, dos nus belos e esculturais, e, aqui, nem conta o género sexual, há no feminino e no masculino, e, louvo a natureza por ser tão grande artista, e, isto, é o que acontece, obvia e naturalmente, com muitas, muitíssimas pessoas, mas mesmo que não o fosse, continuaria sozinho a confessar com o peito a todas as balas feito: ADORO O BELO HUMANO SOBRETUDO O NU.

Adorar idilicamente o nu humano, escultural e belo, nada tem a ver com o amor e o ódio, que são sentimentos de outra natureza. Gosto loucamente de pinturas e outras coisas belas, até do meu gato, mas não creio que ame essas coisas e mesmo o meu gato, que já me acompanha há 15 anos e já me fez andar com a mão ao peito durante semanas. Gosto do gato, mas só amo os seres humanos, e amo-os independentemente do sexo, da beleza, do credo religioso, da ideologia, da cor e da orientação sexual.

Odeio os que fazem mal, amo os que fazem bem, seja quem forem, e também amo sem saber porquê, naquela formulação de Camões, “amor é fogo que arde sem se ver”, como é da natureza de um apaixonado que ama muito, amar para mim é um vírus bondoso, amigo, que se espalha com o vento, mas será pecado amar, como o vento ama, acariciando ou mordendo forte tudo o que é belo ou não?

Perante as inquisições será pecado, mas quero ser vento e hei-de libertar-me das amarras e das torres de todas as inquisições. Serei VENTO.

Nunca gostei de Tatcher, mas nem sequer sei se era bonita ou feia, conquanto o seu estilo nunca me agradasse, mas confesso que tenho uma enorme pena, dor, por algumas mulheres tão bonitas exteriormente serem tão más interiormente, porque ser BELO é uma dádiva da natureza e quem o é, devia sentir-se impelido a corresponder melhor a essa dádiva, sendo generoso. É como penso. PECO?

Confesso, como já o disse, que tive sentimentos muito fortes por algumas das minhas professoras na faculdade, eram lindas, como a lua e mulheres de uma coragem maravilhosa contra os tabus, uma delas escreveu um livro que escandalizou meia Lisboa, mas que impureza contem estes idílicos amores à forma?

Mas que o belo, o menos belo e o feio existem, existem, de um modo mutável e variável na sua apreensão subjectiva, mas também com um certo padrão colectivo e até modal. Todavia o que está no texto em causa é a leitura OBSESSIVA-COMPULSIVA de romances da mer.. de Paulo qualquer coisa, provocadores de desentendimentos que impedem as pessoas, agora, de se olharem nos olhos. Não olhar o outro é ser cego do outro e de si mesmo, é cegueira de coruja.

O que me irrita, desde há muito, me irritou e fez explodir de raiva, magma incontido, naquela personagem não foi ser linda ou feia, isso nem vi, como é natural o metro vai sempre cheio de gente, umas mais bonitas e outras menos, do que falo é sim daquela cabeça toda encafuado no livro, sem nunca mexer o olhar, sem o levantar por um segundo, vestida de um determinado modo, e foi esta pose e a composição global dada pela roupa e cabeça toda curvada metida pelo livro dentro, também uma postura errada para ler, que me evocou a imagem da coruja, que veio para ficar em relação a este comportamento que passo a denominar de coruja, sem chamar à pessoa coruja ,o que, nunca devia, devo, ou sequer posso fazer e se o fiz, disso penitencio-me. Um bem e um mal do blogue é este, escrever sem rede, mas pessoalmente gosto do risco.

Em boa verdade o que me apetece é tirar aqueles livros e dizer olhem, mirem, vejam este que é bonito, aquela que vai quase a chorar, olhem-me nos olhos que não sou bonito, mas sou amigo, e até dizem que tenho um olhar e umas mãos interessantes, e depois podem ler em casa, até no WC, mas, agora, olhem, olhem o Mundo, não sejam CORUJAS, MORCEGOS.


Se nada acontecer que mude isto, nem sequer saberemos em que mundo vivemos, se andamos de telenovela em telenovela, de romance da mer.., em romance da mer..,em que se vai tornar as nossas vidas? Serei fundamentalista?...

Dizer da rapariga a quem me refiro que era bonita ou feia, como nem sequer lhe vi a cara, vem na sequência da explosão de irritação por este novo modo de estar. Penso que nos transportes, nas ruas é muito mais saudável as pessoas se olharem, falarem com os olhos, se conhecerem. Assim, com gente encafuada nos livros que não olha em redor, com pessoas que se deslocam como condenados com o olhar sempre para o chão que não sorri, nem com os lábios, nem com o olhar, daqui por uns tempos somos sombras de nós mesmos, gente tenebrosa, corujas ou morcegos, e foi isto que quis denunciar.

Para além de que o texto também tem o seu ar de humorístico e termina com um beijinho cordial e de amizade à rapariga que considerei feia e coruja, no fundo a amo, detestei o seu acto e mais se vinha a ler esses pastosos romances de Pedro acho que Coelho.

E, já agora, um dos meus grandes amores da minha adolescência foi Ângela uma menina com cara de Lua prateada, divina, mas com muitos centímetros a menos numa perna. Amei-a platónica e divinalmente.

Todavia se ofendi, magoei alguém menos bonito disso peço desculpa, amo-os independentemente da beleza, cor ou sexo, mas o que quis foi falar da dor de uma rapariga, por sinal bonita, e de uma atitude de recusa de comunicação não verbal de outra, que começa a ser moda, e nos transforma em corujas ou outra coisa do género. A comunicação não verbal é muito importante, essencial à vida social e humana.

Amo e amarei independentemente da beleza ou da fealdade física, mas nunca deixarei de contemplar o Belo Humano, sobretudo desnudado, como todas as pessoas que são sensíveis as estas dimensões da realidade e da estética.

E aqui me têm exposto às balas da intolerância, mas não renegarei a minha louca e idílica paixão pelo Belo e o meu AMOR sem condições À TERRA E A TUDO QUANTO A ELA PERTENCE: OS ELEMENTOS, SEM ESQUECER AS SUAS FÚRIAS, AS PLANTAS, OS ANIMAIS E SOBRETUDO AS MULHERES E OS HOMENS BONDOSOS INDEPENDENTEMENTE DA SUA BELEZA FÍSICA.

Mas até que as forças me faleçam viverei a minha idilica, se quiserem, paixão estética pelo belo: o SOL, o MAR, o FIRMAMENTO e o SER HUMANO BELO e NU. COMO A DIÁFANA DIANA,VÉNUS e TODAS AS QUE POVOAM AS NOSSAS IDÍLICAS ILHAS DOS AMORES DOS HOMENS E DAS MULHERES.
andrade da silva

7 comentários:

Marília Gonçalves disse...

Meu Caro
fico satisfeita Capitão com o volte face é total, o tom é outro e o texto de hoje nada tem a ver com o tom ofensivo do de ontem
Pode ser que o seu estado de espírito, neste momento tão aziago, por tudo quando o clima fez da sua Madeira e se espalhou de desgraça em desgraça de país em país
Mas foi o tom que me magoou!
as jovens mulheres de lindas formas um dia são mães, e o corpo perde muito da elasticidade que lhe conferia essa beleza.
Pois é vocês homens sao pais e nada têm a pagar por isso! A Natureza nada cobra!
A Mulher não! e isso devia até merecer-vos respeito porque deu origem a vossos filhos, e vos deu origem à vossa vida! Que preço pagou o corpo de vossas mães para que cada um de vocês exista?
Mas sob o pretexto de amar o belo e a arte não agridam a alma da mulher apenas porque é diferente
Mas bom reconheço uma mudança de tom e "Cadela de Guarda" DEFENDEREI SEMPRE COMO LEOA A DIGNIDADE DE CADA MULHER!
As Mulheres são ainda as vossas filhas!
Capitão não é seu caso, não tem filhas, mas nenhum pai admite um olhar desrespeitoso sobre as filhas ou sobre as mães ou as esposas!

Les Chiennes de Garde são uma Organização Francesa que protege contra tudo e todos a Dignidade da

Mulher!

Marília Gonçalves



Agressives, nous ?
Si vous nous jugez agressives, nous répondons avec l’écrivaine Benoîte Groult, l’une des premières Chiennes de garde et des plus fidèles :

« Le féminisme est un beau mouvement pacifique, qui n’a jamais tué personne, alors que le machisme tue tous les jours. » Comme son nom l’indique, un chien ou une chienne de garde a pour fonction de… garder. Nous, Chiennes de garde, nous gardons une valeur précieuse : la dignité des femmes. Nous montrons les crocs à ceux qui attaquent publiquement une femme, nous donnons l’alerte à pleine voix et nous témoignons notre solidarité à des femmes insultées.

Marília Gonçalves disse...

E como amantes do Belo não faltam
e nao têm exclusividade
convido a uma visita ao blogue da minha neta de dez anos
foi iniciado à pouco , mas ela que é bailarina clássica, encheo-o aos poucos de todas as formas de ARTE

http://ladansedesarbres.blogspot.com/

Marília

GiaSantos disse...

Gostei, também adoro o belo e renego o feio, são os nossos olhos que o revelam.
Todo o nu desde que natural e sadio é belo. Talvez seja por cobardia que se desvia o olhar com medo de ver o belo.
Quanto ao amor, nunca deixe de amar, tal é desistir de viver.
Em termos do Divino na única coisa em que acredito é “Amai-vos como vos Amei”.

Marília Gonçalves disse...

oh minha gente hà uma coisa que se chama Liberdade;
e ser livre é poder dizer que sim ou que não!
se cada vez que duas pessoas se olham têm que ir para a cama, prefiro acabar aqui a conversa
nao tenho heranças fascistas nem sou catôlica

Marília Gonçalves disse...

o Coronel Andrade da Silva
costuma distinguir o fazer sexo do fazer amor
ele lá deve saber porquê!

mas como em tudo hã sim ou não e isso é que é ser livre

só conheço uma boa razão para o sim, é ter vontade disso e não complexos e novos preconceitos!
Marília
Marília

andrade da silva disse...

Dostoievski disse, qualquer coisa parecido com " só a beleza salvará a humanidade".

A beleza de um nu, de uma ave que voa, de uma sonata, de um rio, da poesia, de um verbo, de um lindo, um romance, de um conto de Thekov, de uma discussão de pontos de vista diferentes com elevação.

abraço
asilva

Marília Gonçalves disse...

O Capitão nao venha pregar a convertidos
A Arte faz parte da minha vida hà mais de cinquenta anos
não é a beleza que está em causa
mas saber descobrir beleza onde ela não salta aos olhos
é o direito dos que à primeira vista podem não parecer belos de mostrar ao Mundo que um Mundo de beleza nos habita
e poupe-me a Ilha dos Amores, onde marinheiros de certeza na maioria sem educação, no mar perdidos e sem ver nenhuma mulher nada mais devem ter feito que correr atrás das desgraçadas que lhes caiam nas mãos!
Poesia é poesia outra coisa é a realidade
Eu mantenho como convicção o direito de dizer não ou sim. Livremente
Mas não fale de beleza com uma interpretação coxa para ela
beleza como chamaria às noites de poesia aqui em família onde até as crianças dizem poesia e entram em jogos como "les cadavres exquis" donde saem formas de poesia inesperadamente belas e escritas a várias mãos
abraço

Marília