segunda-feira, 3 de maio de 2010

MAS, O 25 DE ABRIL 74, FOI NA GRÉCIA?...



Depois de ver as comemorações do 1º de Maio na Grécia e em Portugal, fiquei com algumas dúvidas, sobre o teatro de operações do 25 de Abril 74, conquanto a Grécia também se tenha libertado do chamado governo dos coronéis em 74 – entre nós correspondiam aos do 24 de Abril ou talvez 24,5.

Mas em 1ºlugar, quero saudar os portugueses, os gregos e todos os cidadãos do Mundo que lutam na rua contra esta podre imoralidade e indignidade mundiais e especialmente europeia, onde, uma vez mais os grandes, encabeçados pela Alemanha, voltam as costas aos países do Sul.

Todavia, desde há bastante, ando a dizer que quando a Alemanha se aborrecesse de pagar a paz social a sul, nos países mediterrânicos, a coisa ia ficar preta, pois os morenos, como, eles, nos chamam na versão suave ou big’s na versão dura, vivem acima das suas possibilidades, sobretudo os gestores que ganham milhões.

Uma vez mais os factos parecem dar-me razão, não é com alegria que o digo, mas, quando se fazem comentários, deveria fazer alguma avaliação com a realidade. Valeria… talvez !?…

Vi neste 1º de Maio e nestes dias uma Grécia mobilizada, ainda vi mais, vi marinheiros na rua – o que eu vi, mais alguém viu ? – em tempos longínquos, no tempo de … talvez de D. Afonso Henriques, parece que houve algo idêntico no condado Portucalense. Por certo caprichos da história ou não, porque há quem diga que o ataque à Grécia, berço da nossa civilização, é uma tentativa de destruir o que resta do Mundo grego. Também o subscrevo.

Todavia, nas ruas portuguesas milhares de portugueses desfilaram, mas, na minha opinião, as ruas poderiam ter estado bem mais cheias e todos deveriam convergir num ponto geográfico e nas lutas que se têm de travar, ao não ser assim, por culpas repartidas, Abril perdeu. Ganharam os especuladores, os que atacam a Grécia, e também ganhou a aliança espúria entre o PS e o PSD.

Mas neste 1º de Maio, onde, faltou Abril sobejou essa coisa pastosa outonal de procurar destruir ainda mais Abril, e aí estão um dos profetas do regime na TV, o Sr. Luís Delgado e outro politologo de extrema-direita do PSD, a proclamarem as virtudes do encontro de posições do Sr. 1ºMinistro e o Sr. Passos Coelho para medidas contra os trabalhadores. Ora se esta gente tivesse razão vivíamos no melhor dos reinos. Sempre vivemos sobre a batuta desta trágica aliança. Fatal destino, porquê?

Dizem estes dois gastos mestres da mistificação que esta aliança tem toda a razão, porque é apoiada por cerca de 60% de eleitores, dentro dos 50% de votantes, pelo que, também não engloba tantos portugueses, mas aritmética eleitoral, embora enganosa, é assim, ponto.

Mas seja como for será que há 60% de portugueses disponíveis para pagarem mais IVA? Ficarem sem o 13º mês e o subsídio de férias? Será que há 60% de portugueses disponíveis para pagarem os erros do Srs. Oliveiras e Costas? Mas para onde foram os 9 mil milhões de euros do buraco do BNP? Mas será que há 60% de Portugueses para cobrirem 13% ou mais do PIB que se escoa pela corrupção e quanto pela economia paralela e fuga ao fisco? Mas será que há 60% de portugueses para defenderem os banqueiros e os capitalistas selvagens e gananciosos que governam a Europa e o Mundo?

Não creio, a não ser que o síndrome de Alzheimer precocemente nos tenha atacado, como isto, não é provável, logo a questão só pode residir na desinfomação do Povo Português, na falta de alternativas mobilizadoras da generalidade do povo. Na ausência de novos discursos, novas lideranças e novas práticas.

É tempo da juventude chamar a si os destinos da país, sem esquecer os mais velhos que os querem apoiar na construção do Futuro. Sem os jovens não haverá Futuro, continuaremos este trágico fado, e, uma vez mais, recordo, como sempre o fiz, que o 25 de Abril, foi UM MOVIMENTO, UMA REVOLUÇÃO, REALIZADA PELOS JOVENS DE 74. Em 25 de Abril 74, tinha 25 anos, premonitório.

A minha alma e o meu coração estão nas ruas da Grécia e em Portugal estarei de todos os modos necessários, onde for necessário.

Desde já, é preciso dizer bem alto que para além da geral inaceitabilidade dos custos endereçados aos menos culpados, seria intolerável, com os vencimentos que temos, qualquer corte no subsídio de férias e injusto no 13º mês.

PORTUGAL! PORTUGUESES!

andrade da silva
ps: na Madeira não consigo abrir o blogue, pedirei ao nosso amigo Jerónimo para me enviar eventuais comentários, a fim de responder.

10 comentários:

Marília Gonçalves disse...

Estimado Companheiro

Os Governantes sabem com certeza que há
um ponto de não retorno a evitar
os excessos engendram excessos contrários. As medidas que estão a ser tomadas, vão lançar o povo para uma compreensão política talvez nunca atingida em Portugal.
Preocupa-me a resposta, mas creio que quando a fome apertar, quando as rendas de casa não puderem ser pagas, quando os bens essenciais à subsistência se tornem inexistentes, quando o povo se vir obrigado a negar aos filhos o alimento indispensável, quando em consequência das carências, comecem a surgir doenças graves e talvez mortais, o povo vai despertar, por ele próprio, sem que nenhum grito o chame à acção!
Temo o alto preço que tais medidas vão ocasionar nos filhos de Portugal, que não se deixarão morrer e aos seus à fome sem que um arroubo de coragem, os leve a drásticas soluções!
é que isto de se ser pai ou mãe senhores governantes desta nau à deriva que se está cada vez mais a tornar Portugal,é uma carga de trabalhos! Os pais, as mães nunca deixam matar seus filhos impunemente, enquanto uns quantos ociosos, vão bebendo o sangue do povo de Portugal!
Ai Zeca Afonso a prole dos VAMPIROS, é tão sequiosa como seus antepassados
é momento de perceber o que nos espera!
é momento de Despertar, antes que a situação se complique e não tenha reverso!
Alerta
Marília Gonçalves

GiaSantos disse...

Quando digo que já não acredito em nenhum partido político em Portugal, é porque todos eles têm contribuído para a desmobilização do povo.
Ou se tem cartão do partido, ou familiar no mesmo e o futuro está garantido.
Depois temos os corruptos e os milhares há espera deles, muitos destes são militantes partidários da esquerda à direita, dos serviços centrais às autarquias.
Depois estamos nós os apartidários, os que nos consideramos sem preço e que tentámos dar o melhor aos nossos filhos. Falo por mim, tentei dar-lhe todas as condições para que pudessem fazer a escolha profissional de acordo com o seu perfil. Conquanto lhes tenha ensinado a respeitar o seu semelhante, se calhar aplanei em demasia o caminho, esqueci-me de lhes dizer que não era eterna que deveriam lutar pelos seus objectivos e que os deveriam ter.
Hoje quando vejo a ausência da juventude no 1º Maio, cuja maioria se tem trabalho é precário, fico deveras preocupada. Dias bem mais sombrios se aproximam, talvez ainda seja possível alertar os governantes que estamos mobilizados para não aceitar a canga que nos quem atarraxar, mobilização que sem a juventude não faz sentido.
E cá estou eu de novo a dizer “mea culpa, meã culpa”.
Muito carinho com vossa mãe.

Marília Gonçalves disse...

Amiga Gia

desde que saímos da era matriarcal;desde que o ser humano pela descoberta da agricultura se sedentarizou,formaram-se famílias com um nome e passámos a olhar o núcleo a que pertencemos como, senão o único importante, pelo menos o mais importante.
Minha Cara Amiga,adorei minha familia, os que me trouxeram por seu sangue à Luz do Mundo, tal como hoje adoro meus filhos e meus netos.
São sentimentos Humanos e naturais, que nos enchem a existência de ternura, e quando perdemos um dos membros dessa família tão amada, é um pouco de nós que morre também.
Ora até aqui tudo continua a ser duma total transparência, pois todos nos reconhecemos nesse sentir.
Mas talvez para que o Mundo mudasse de caminho fosse preciso que cada mãe, ensinasse o seu filho desde a mais tenra idade, que esse amor sem fim que ela como mãe nutre por seu filho outra mãe, todas as mães normais sentem por seus filhos sentimentos idênticos, e que é por isso urgente reconhecer a cada criança o mesmo direito que reconhecemos ao nosso ou aos nossos filhos.
só quando formos todas capazes de superar esta parcela de egoísmo que nos habita e formos capazes de reconhecer aos outros os mesmos direitos (deveres também) que reconhecemos aos nossos, o Mundo poderá enveredar por esse Mundo justo e onde se possa viver pacificamente, num respeito partilhado e numa solidariedade de seres pensantes que afinal têm consciência do comum destino
que nos espera a todos.
Mas minha amiga numa coisa posso garantir-lhe que está enganada: no que toca o apadrinhamento dos partidos.
Sou duma família de militantes, pai preso, tio assassinado pela PIDE, avô preso 24 vezes uma das quais no Tarrafal,isso não me abriu portas nenhumas, pelo contrário fechou-mas. Aos 14 anos, menina, vim trabalhar para França, por imperiosa necessidade familiar que muito sofreu com isso.
Depois foi a minha força de vontade e a minha curiosidade que me serviram de professores e que me abriram os livros que fizeram de mim quem sou
Nem tudo o que se ouve dizer é verdade e asseguro-lhe que para beber água pura é melhor procurar a fonte que não esteja poluída.
Em nome da justiça a quantos sofreram pelos caminhos até Abril

Um abraço para si, como mulher e mãe, da minha parte que também por essas duas facetas me divido neste meu grande amor ao Ser Humano.
Marília Gonçalves

E.Miranda disse...

Gia desculpe, mas sigo o ditado quem não se sente, não é filho de boa gente.
Não me parece justo genaralizar a sua openião, sobre os partidos politicos e os seus dirigentes. Sou filha de presos politicos,e ex dirigente do PCP o meu pai passou 12 longos anos nas cadeias fascistas, só porque lutava por uma vida mais justa,saiu no dia 25 de Abril-1974, posso garantir que quando faleceu apenas ganhou com tudo isto a liberdade para ele e para os portugueses.
Eu para sobreviver e a minha familia tive que começar a trabalhar e estudar aos 14 anos, continuo a viver como a maioria dos portugueses.O pai do meu filho foi deputado e também lhe posso afirmar, que o meu filho um jovem licenciado para arranjar trabalho teve que sair do seu País.
Um abraço.
E.Miranda

GiaSantos disse...

Minhas amigas

Idealistas sempre houve e espero bem que sempre haja, assim como gente honesta.
O meu avô foi deportado para África, o seu crime foi crer saber o que se dizia no mundo livre. De uma forma um pouco inconsciente a minha curiosidade também me levou a lutas e a manifestações por a minha juventude abraçar essas causas.
Acreditei na revolução dos cravos e que estávamos a dar uma lição ao mundo.
Porém aos poucos a realidade me mostrou que a maioria dos que optaram por uma carreira politica estavam lá para defender os seus interesses e não os do povo.
Como se explica termos um dos maiores leques salariais da UE?
No último aumento salarial dos deputados, com a crise já instalada no país, houve partidos a votar contra?
Os portugueses desmobilizaram porquê? Se calhar por tantos exemplos de oportunismo político vindos de cima e outros da porta mesmo ao lado.
E como se costuma dizer, são as excepções que confirmam a regra, peço desculpa pelas injustiças que possa ter cometido.
Abraços

Marília Gonçalves disse...

Amigas
é importante trazer todas as dúvidas à luz do blogue
Aqui todos somos de Abril, por conseguinte será com a solidariedade de Abril que responderemos a dúvidas, incertezas ou enganos.
Mas mais uma vez insisto que somos todas e todos gente de Abril e que é natural que se queira fazer luz sobre recanto menos iluminado.
abraço às duas amigas que aqui escreveram hoje
e VIVA O 25 DE ABRIL SEMPRE

Marília

andrade da silva disse...

Caras Amigas

Bem hajam.

Todas as lutas merecem-me respeito. Honrei no 25 de Abril a memória de todos os combatentes, desde sapartacus.

Honra e amor eterno aos que combatem nas primeiras linhas pela liberdade. Honra a todos os anti-fascistas das bases dos partios de esquerda e particularmente do PCP que lutaram contra o fascismo.

Todavia como Marx afirma o critério de verdade é a prática e neste campo temos de fazer uma série análise ao que se passa em portugal num momento tão grave, em que nem nas eleições,ou na rua não surgem alternativas fortes, mobilizadoras.

700 mil desempregados, 18% de pobres, mais de um milhão de precarios, 2 milhões de pensionistas, enfim que nos falta para estarmos lado a lado com a Grécia, para além da mobilização do Povo?

Esta é a questão que ponho.

Eulália
o meu abraço fraterno há muita gente felizmente da esquerda à direita que servem a causa publica. Em boa verdade nunca constou que um membro do PCP metesse dinheiro ao bolso, mas como refere a gia temos de ir muito mais longe, é preciso mais solidariedade, mais transparência, melhores praticas à esquerda, mais liberdade de pensamento, mais tolerância.

Gia

Desistir não é um acto de honra e coragem. È preciso continuar a cerrar fileiras e lutar por Abril convergindo na acção com os partidos e cidadãos que travam lutas justas, quando as travam, criticando-os quando fazem o mesmo, mas nunca generalizando que os que servem no PCP.no BE e em parte do PS, e mesmo do PSD são seres humanos como os demais, vivendo numa sociedade corrupta e corrompida, mas os seus comportamentos politicos e humanos não são todos iguais, muitos mesmo são grandes mulheres e homens podem é não estarem no poder.

Todos aqui somos povo e estamos do mesmo lado, vamos travar a luta comum.

abraços
asilva

Marília Gonçalves disse...

Amigos Companheiros de Luta
Urgente Solidariedade para com os trabalhadores gregos, que nos estão a mostrar o caminho que leva à dignificação de cada Ser Humano
e para a saída da tremenda crise crida pela mundialização que nada é mais que a aliança dos grandes financeiros do Mundo que julgaram assim encontrar a maneira de nos escravizar!
A resposta contra tal prepotência é a Unidade Universal de todos os que trabalham e se esforçam por ter uma vida que lhes pertence e que por conseguinte controlam!
O exemplo do povo da Grécia é o Caminho!
ADIANTE! em frente por um futuro que concretize nossos sonhos e aspirações!
Alerta!
Marília Gonçalves

E.Miranda disse...

João obrigado pela sua opinião
Vigaristas, oportunistas existem em todo lado.
Temos é que ir mais ao fundo das questões, não ver só uma ovelha ranhosa, mas sim olhar para o rebanho.Com isto quero dizer, qual o programa e as práticas de cada partido politico, certamente que não é tudo igual ?ao que se refere estou de acordo com a sua opinião.tenho amigos votantes, nas diversas áreas politicas sei o que defendem e o que querem, nas questões socias, as openiões por vezes são comuns,simplismente existe um grande preconceito em relação ao pcp,alimentado longos anos pela direita,com suporte na comunicação social.
No entanto continuo com a minha o discurso generalizado no momento que se vive,parece-me redutor e desmotivador para a unidade das forças de esquerda,para o combate p que todos que estamos com Abril vamos ter que travar.Percebo perfeitamente a Gia, sei como é duro nós jovens na altura que lutamos por Abril e continuamos a lutar por uma vida melhor para nós e os nossos filhos e agora vimo-nos ser desrespeitados com abusos de poder por estes governos de direita PS/PSD/CDS que se têm unido só para nos tramar.
Á luz da mentira e do anti-comunismo e da demagogia os partidos de direita todo fazem para sacar os votos dos menos atentos. Convém com a confusão engordarem com os votos do ZÉ Povinho, e a abstenção dos descontentes.
A Manifestação Nacional de dia 29 de Maio em Lisboa têm que uma oportunidade que nós temos, como os trabalhadores Gregos mostraram ao mundo, um dia de luta contra estas politicas de direita
Um Abraço fraterno para
Gia, Marília e desta vez Chamo-te
Andrade da Silva e não Andrade e silva como te chamam no Alentejo
E:Miranda

andrade da silva disse...

Cara EMiranda

Como sabes conheço muitos, muitos comunistas que são meus irmãos de estrada, também sabes que os amo, aliás em todos os partidos só conheço as pessoas de base, eu sou sempre das bases, sempre me senti soldado, sempre me senti povo.

Das chefias dos partidos sei o que todos sabem e algumas confidências, mas ninguém poderá negar que se não fosse o PCP muitos dos direitos do trabalhadores e das pessoas em geral tinham já ido à vida.

O BE tem por vezes umm bom desempenho em problematicas muito importantes como o reconhecimento dos direitos de todas as orientações sexuais, mas luta no terreno de facto exige um patrimonio e vocação que o BE parece não ter.

De qualquer modo não quero falar de partidos quero é falar da ruptura necessaria e para isso é preciso que a GIA não desista e se encontrem formas de nos mobilizarmos e convergirmos, mas da minha parte o meu compromisso é hoje, como sempre foi, e de todos é conhecido é com os explorados e injustiçados sejam eles quem forem.

Nesse querido Alentejo não só ajudei a resolver problemas dos trabalhaores mas também intervi em lutas ao lado de médios agrários contra muito grandes agrários por exemplo o Sr.Veigs Teixeira de Coruche, contra o grande latifundiário Infante da Camara.

Sim sou andrade da silva, é mais plebeu sou das silvas e não andrade mais silvas, sou silva das silvas, silvado.
abraços para mora, cabeção, todo o alentejo e Portugal.

asilva