quinta-feira, 15 de julho de 2010

CONTRA-CONTRAREVOLUÇÃO


ALERTA N+8



VAMPIROS, ARISTOCRATAS E GRANDE BURGUESIA, BURGUESES, MACACOS IMITADORES, PLEBEUS E MISERÁVEIS.
" Este é o Bilhete de Identidade que a discussão de Hoje, do Estado da Nação, no Parlamento, deixa, como marca- de- àgua"



Os Vampiros estão aí, eles vão comer tudo, e não vão deixar nada. Estes Vampiros são 1% da população do Mundo: os banqueiros e os grandes capitalistas. Estes Vampiros estão entre nós, através dos seus irmãos gémeos.


A estes vampiros terríveis juntam-se 9% de grandes gestores, executivos, estrelas de cinema e do futebol que se aliaram contra todos os demais, para destruírem toda a economia e finanças públicas ao serviço daqueles 1%.


Foi nisto que se constituíu e constitui o neo-liberalismo, comportamento que teve sucesso para aqueles 10% da população, e é responsável pela actual crise, que contou com a completa submissão do estado a tal politica e a total cumplicidade e culpa de todos os partidos socialistas.


Nesta perspectiva, o sr. Primeiro Ministro, tem razão, o que, está a acontecer em Portugal é uma consequência de toda esta politica neo-liberal e do capitalismo de desastre que o governo português serviu, como bom aluno da Europa neo-liberal, assim, o demonstrou na defesa do interesse dos accionistas do BPN.


Aqueles 10% de cidadãos de portugueses e da população do Mundo constituem o grupo dos vampiros, da aristocracia e da grande burguesia, que, em conluio com os governos, só podem conduzir a Europa e depois o Mundo e os EUA, para o desastre. Situação, de que tão evidente, leva até, os muito neutros, militares americanos a começarem a criticar este estado do Mundo ( Le monde diplomatique de Julho 2010).


Os burgueses, ou que como tal se sentem e vivem, diga-se com um basto recurso ao crédito, são os 50% que ganham acima dos 1000 €.

No escalão seguinte estão os que ganhando menos de 1000€ mês e um pouco acima do ordenado mínimo nacional, mas com o recurso ao crédito, copiam o modelo burguês, e, como tal, se sentem. Vivem uma cruel ilusão que, quando o dinheiro politico da União europeia faltar e,ou a economia paralela deixar de funcionar, verão a sua real dimensão de povo plebeu e não de burgueses a fazerem de conta, que no, entanto, na sua atitude politica concorrem para os êxitos políticos da direita.


Os que estão fora destes grupos são os sobrantes, os que trabalham e sentem dificuldades imensas, ou nem sequer têm emprego, e estes ocupam uma faixa da população dos 20 a 25%. Esta é a gente que sofre mais do que a natureza humana consente, no seu seio ainda se encontram os miseráveis, que já se demitiram da cidadania.


Este quadro muito complexo exige análises profundas dos conflitos sociais, sobre quem se opõe a quem. No Mundo actual o embate não se faz só entre capital e trabalho, mas sim entre trabalhadores de baixos rendimentos e os detentores do capital, os trabalhadores excepcionalmente bem pagos e os governos seus aliados, pelo que seria necessário reestabelecer a aliança entre trabalhadores de baixos rendimentos e os trabalhadores que imitam e se consideram burgueses. Se esta inversão não for conseguida pelas forças de esquerda, a direita ganhará o poder, para aprofundar estas trágicas politicas.


Numa palavra, compete à esquerda demonstrar e mobilizar os trabalhadores de baixos e médios vencimentos, demonstrando que as politicas em curso, para defesa dos 1% mais ricos e os seus 9% de acólitos, a todos, rapidamente, empobrecerão, pelo que a saída deste pântano exige uma alternativa politica humanista, de justiça social e desenvolvimentista.


A esquerda não se pode queixar do Povo, ou da falta de meios, mas sim tem de dar a volta, analisar a realidade e nesta grande dificuldade mobilizar-se não só para dentro de si, mas para o país.


A luta é muito difícil, todos os meios de influenciar opiniões estão nas mãos da direita, mas há algo que não poderiam roubar à esquerda o EXEMPLO, O COMPORTAMENTO ÉTICO, O COMPORTAMENTO SOLIDÁRIO EM PROL DOS MAIS NECESSITADOS - PALAVRA, EXEMPLO e ACÇÃO, NA MATERIALIZAÇÂO DA LIBERDADE, DA JUSTIÇA SOCIAL E DA FRATERNIDADE.


andrade da silva



PS: A partir de hoje, porque parto para a Madeira para acompanhar a minha mãe que se encontra doente, terei, por esta razão e por outras, menor participação neste espaço, mas fica muita matéria para reflectir.

3 comentários:

Marília Gonçalves disse...

Força e Coragem pelo seu PS que segue sua reflexão, abraço Companheiro

Denso murmúrio
névoa de som
Longínqua árvore
segredo antigo.

água de lume
tremeluzente
leve queixume
mal se ouve, sente.

Arca do tempo
vai a voar
entre cinco asas
a germinar.

Límpida fonte
água a nascer
na sede eterna
do nunca ser.

Marília Gonçalves

andrade da silva disse...

Marilia
Obrigado.
O poema é muito lindo.

abraço
asilva

Fernando Barbosa Ribeiro disse...

Companheiro Andrade da Silva,

De facto, o Primeiro Ministro tem muita razão em afirmar que a crise é resultado do neo-liberalismo... mas ele próprio segue-o, o que gera uma incongruência por o discurso ser certíssimo e o comportamento ser erradíssimo. Combate-se a cultura, combate-se o acesso à saúde e à educação, entre outros tantos erros que este e outros primeiros ministros já praticaram, tudo fruto dessa herança tão negra.
Sobre os militares neutrais americanos... infelizmente, assiste-se ao "novo" combate ao pensamento livre - já cantava o revolucionário brasileiro Geraldo Vandré que:
"Há soldados armados, amados ou não
Quase todos perdidos de armas na mão
Nos quartéis lhes ensinam antigas lições
De morrer pela pátria e viver sem razão"
(in "P'ra não dizer que não falei das flores")
Que não é novidade nenhuma - basta ver-se que no mundo existem milhares de exemplos... o mais próximo, a título de exemplo, será, talvez, a Guerra Colonial, mas tal como Ary dos Santos escreveu e bem,
"um povo que era obrigado
a matar por suas mãos
sem saber que um bom soldado
nunca fere os seus irmãos"
(in "As portas que Abril abriu")
E essa antiga lição deve ser combatida custe o que custar - é urgente interromper-se a passagem da anestesia de uma vez por todas, para que o povo possa acordar de vez para a realidade! E daí a confusão dos que se acham burgueses... o Estado Neo-Liberalista oferece-lhes tudo a fim de gerar essa lavagem cerebral, para que no fim a direita fique a ganhar. Infelizmente, como já se dizia no filme "Scent Of A Woman" (Perfume de Mulher), existem sempre dois caminhos, o fácil e o difícil... o povo não foi habituado a ter integridade e coragem, daí que siga aquele que aparentemente lhe é mais fácil - o das ofertas neo-liberais. Por fim, temos os desistentes... os "miseráveis que se demitiram da cidadania", pois por mais que tentem lutar não vêm sinais de mudança... e com o cansaço, desistem. Não serve de exemplo para ninguém, mas cheguei, se bem que em campanha para as autárquicas de 2009 a contactar (e ainda hoje mantenho, já não sendo candidato a nada, este contacto) com alguns destes miseráveis... uns não se expressavam, mas outros diziam-me que lutaram e ficaram cansados. Cansados porque eram poucos a lutar muito... havia uma frase popular que era "com migalhas também se faz pão", daí que haja quem não desista, quem nunca se renda - pena é serem tão poucos. De qualquer forma, é urgente procurar-se o caminho para mostrar a quem desistiu por cansaço que ainda é possível, a confiança na luta nunca deve morrer! Tal como disseste, é urgentíssimo restabelecer as alianças entre o proletariado em geral - não há como a união de massas para um combate eficaz e efectivo a tudo o que seja contra a vontade do povo! Mas é muito complicado... tudo está ao serviço do neo-liberalismo, e poucos têm a paciência e vontade de tirar as palas que os obrigam a seguir por um caminho para que possam escolher outros caminhos - as próprias mentalidades são formatadas desde nascença. Comlo desformatá-las? Uma óptima questão... que exige uma análise e um debate aprofundados e empenhados. Pois esta formatação nasceu com o Capitalismo e o Neo-Liberalismo, com os EUA destacadamente. O maior mal foi ter-se permitido tal... mas tenho por hábito acreditar e afirmar que não existem impossíveis (e nada me fez mudar até agora)...
Um enorme e fraterno abraço amigo!
Fernando Barbosa Ribeiro