domingo, 20 de março de 2011

ABRIL NUNCA SERÁ DESISTÊNCIA, MAS….



 

( 25 de Abril 2010 em Airão)


ABRIL NUNCA SERÁ DESISTÊNCIA, MAS….




Vou-me afastar, por uns dias, um pouco, deste pântano, quando regressar ou estaremos na mesma, ou um pouco pior, mas obviamente que sei que qualquer que seja a situação vamos continuar Portugal e Abril, e, isto, não depende só dos partidos e dos militantes, mas sim da coragem e determinação de muitos e muitos milhares de portugueses que nunca se deixarão esmagar pela forças reaccionários, pese embora, o facto de muitos e muito milhares de queridos cidadãos estarem anestesiados pelo mentalismo e por toda uma propaganda de embrutecimento comunicacional, com programas de grande audiência da RTP1, como o preço certo, as casas dos segredos - verdadeiros manicómios - os de pagamento de facturas - já valem alguma coisa por isto - as telenovelas de famílias disfuncionais, que são mesmo coisas labregas, e sinto-o sem ser elitista, burguês ou snobe. Mas o atraso civilizacional de tais programas é de tal ordem que até um cidadão plebeu, como eu, mas com algumas preocupações estéticas sociais e culturais reage com indignação a tais subprodutos.

Não duvido da luta de resistência dos comunistas e muitos cidadãos independentes, bem como do PS, do BE etc, todavia o que faz falta é encontrar o máximo, ou o melhor denominador comum para se poder avançar na realização e concretização do desenvolvimento equitativo que Abril prometeu, e está a regredir, por agora, para os níveis de 2000, mas não se sabe onde vai parar tudo isto, e, sobretudo, assume-se que a actual geração dos jovens de 20 aos 30 anos é para queimar, porque nos próximos 10-15 anos vamos viver em estagnação. Todavia este conformismo e ignomínia não podem ser aceites, e se os empresários não quiserem fazer o que devem, a sociedade e o Estado não podem abandonar estes jovens , nem os idosos, nem ninguém à sua dessorte. A promessa do 25 de Abril é de não deixar ninguém para trás.

Sei que somos muitos para defender e continuar Abril, todavia tem de se fazer politicamente o que deve ser feito, para que tanto desespero e críticas ao actual estado de coisas, quer pelos factores internos, má governação e consumismo desvairado e louco, quer pelos externos, convirjam numa solução politica de Abril, ou seja, melhor democracia participava, melhor liberdade, desenvolvimento justo e equitativo de regiões e pessoas, melhor defesa e promoção da dignidade de todos e de cada um dos concidadãos.

Tudo seria mais fácil se o nosso endividamento fosse bem menor, mas também se não tivesse sido tão letal, como hoje dizia às 12 horas num painel da rádio Renascença alguém, a vacina que Kissinger no 25 de Novembro 75 injectou sobre os movimentos de cidadania que levou os sobreviventes deste trágico acontecimento a duvidarem da eficácia dos seus esforços e do seu papel na história, o que, de um ou de outro modo, induziram nas gerações mais novas.

Contudo, tudo é mudança, porque não mudam os pensamentos dos dirigentes da Esquerda, quanto à possibilidade de não só haver convergência nas acções de protesto, mas também na produção de alternativas políticas para o médio prazo?

Mudem, mudem, mudem e depois de se passar o aperto que regresse cada um à sua perspectiva, de que não interessa que o objecto que preconizam só seja alcançável daqui mil anos. Mas agora interessa convergir para defender as magras carnes do povo de virem ainda a ser expropriados dos subsídios de férias e do natal, conquanto pessoalmente concorde que o subsidio de natal se todos contribuíssem para o bem de Portugal, acima dos 1000, 1500 euros poderia ser congelado, porque aquele dinheiro funciona como um certo pé de meia, na maior parte dos casos, para um despesismo, mesmo esquizofrénico.

Sei que falo no deserto, e sei que com muita dor, fome, vamos continuar a democracia e Abril, só lamento que não seja com mais alegria e mais justiça para 


todos, e por isto grito.

Coisas….

Andrade da silva

PS: Amigas e amigos, até daqui por uns dias. Passem bem.



8 comentários:

Marília Gonçalves disse...

a quem me entende

Não vou Dizer de Abril o que foi Dito



Não vou dizer de Abril o que foi dito
Nem dos cravos direi o que serão
Que foi a Liberdade e é Infinito
E é perfume a pétalas de pão.

Não vou dizer de Abril o que Abril sabe
Nem dos Homens de Abril digo quem são:
Uma explosão da luz que o sonho invade
E transforma as ruas em canção.

Não vou dizer de Abril (faltam fonemas)
que Abril teve um só nome: Portugal
dizer que se rasgaram as algemas
é ficar muito aquém de quantas penas
findaram num país de sangue e sal.

Não vou dizer de Abril quanta tortura
O povo viu ceder nesse arraial
Quando se ouviu cantar quem mais ordena
São os filhos do povo em Portugal!

Não vou dizer de Abril de ideia aberta
Que esse céu mais azul, Abril o fez
Que cada encontro era uma descoberta
E renascia o povo português.


Não vou dizer de Abril cada fronteira
Esboroada no longe, na distância
nem que ali começava a terra inteira
e que o Mundo estava na Infância.

Abril começava o novo verbo
Articular de mãos gesto fraterno
Como voz infantil que num caderno
Escreve a frase final:
Fim do Inverno!

Marília Gonçalves

Marília Gonçalves disse...

O 25 de Abril é uma urgência Universal

Abril é uma urgência universal
O mundo fraterno a construir
O uivo a florir no vendaval
De maculadas pombas a cair.

Abril sobre o vácuo do sentir
Mais um Abril aurora flor de luz
Incendiando os olhos do porvir
Na vastidão a previdência de Argus.

Um grito do pensar nova razão
Estridência de seara a repartir
Onde cada se humano seja irmão
E a evidência o tempo a construir.

A bruma do pensar que se desfaz
Ribeiras transparentes a correr
Para que possa enfim surgir a PAZ
Onde a lei final será viver!

Marília Gonçalves

Marília Gonçalves disse...

A Mais Bela Revolução


Nasceu uma criança e era Abril

Nasceu talvez tão cedo e era tarde

nasceu quando era o mês das águas mil

no dia incendiado em Liberdade.


Nasceu duma promessa por fazer

Que estava por cumprir em cada olhar

Nasceu uma criança por haver

Nasceu uma criança pra sonhar.


Nasceu mas tão real, tão verdadeira

Que era o futuro ali à nossa mão

Onde afinal nascia a Terra inteira


Nascia uma criança e era o pão

E era a Luz a arder de tal maneira

O dia da mais bela Revolução.


Marília Gonçalves

Marília Gonçalves disse...

VIVA O 25 DE ABRIL! Viva a Revolução!!! Por Marilia Gonçalves*


Amanhecer de Luz, de tão intenso brilho que nesse ano de 1974 os turistas que chegaram para férias não eram os mesmos dos anos anteriores. Lembro sessões de esclarecimento a estrangeiros a quem respondíamos a entusiastas perguntas no parque de campismo de Faro, na Ilha. Era muito mais que curiosidade que os trazia. Era o acontecimento histórico que abria as portas ao Futuro que havia suscitado tanto interesse. Se um cravo nascia em Portugal depois da ditadura salazarista, uma labareda comunicativa acendia-se à porta de cada país. Quem nos visitava sabia que a partir dali seria sempre possível vencer todas as batalhas de Paz e Justiça. O Mundo renascia em Portugal!

Fascismo nunca mais!

O 25 de Abril era o elo fraterno que faltava entre os filhos de Portugal e o Mundo. Agora sim a verdadeira História de Amor entre Portugal e os povos dantes colonizados podia começar. Era o abertura do Mundo ali a florir num solo semeado de Capitães!

Obrigada a vocês Capitães por esse dia inesquecível, que nos fez crescer e tornarmo-nos maiores como seres humanos.

Hoje muitas conquistas apelam para nossos olhares atentos. As Conquistas de Abril, a porta do Amanhã que se abriu a nova mentalidade num radioso dia presente, origem do brotar duma jornada enfim desigual, hoje está ameaçada.

Portugal chama por seus filhos, por cada um de nós, num grito agudo que se nos agarra aos tímpanos e ao coração.

Mas Portugal está no Mundo e na Europa e forças exteriores, combatem e destruem ou tentam aniquilar o Espírito de Abril, em cada País, levantado os seres humanos uns contra os outros, dividindo irmãos, tentando derrubar a Fraternidade. Usando a mentira e o fingimento como arma, escondem quem são. Por isso a Unidade consciente de todos nós deve ser Universal

Porque tal como o ar que respiramos circula limpo ou poluído sobrevoando cada País, assim os recuos das conquistas democráticas onde quer que se dêem tal como o ar circulam e envolvem-nos contaminando e destruindo a Esperança que a esforço de tantas Lutas se ergueu. Todos os países são irmãos! Todos partilhamos os mesmos sonhos e os mesmos afectos. E o Respeito por cada um é o caminho a aprender.

Atentos pois e combativos, de pé enfrentemos quem quer que tente abalar e demolir a Luz de Abril

Porque não calar a luz dos nossos olhos é o preço da dignidade de cada um e do respeito próprio.

A Luz a rir ao nosso olhar e ao futuro tem que saber merecer-se!

Viva o 25 de Abril! Viva a Fraternidade entre todos os Povos do Mundo!

Marília Gonçalves

Marília Gonçalves disse...

Citation de Pythagore



Tant que les hommes massacreront les bêtes, ils s'entretueront. Celui qui sème le meurtre et la douleur ne peut en effet récolter la joie et l'amour.


570-480 avant notre ère

Marília Gonçalves disse...

Citation de Pythagore



Tant que les hommes massacreront les bêtes, ils s'entretueront. Celui qui sème le meurtre et la douleur ne peut en effet récolter la joie et l'amour.


570-480 avant notre ère

Marília Gonçalves disse...

e não passamos da cepa torta, a linguagem das armas, em vez de coração e sentimentos, em vez de cérebro e ideias e memória

Marília Gonçalves

Marília Gonçalves disse...

sobre homens e animais

no Site do Cientista Hubert Reeves "O Contador de Estrelas"

http://www.hubertreeves.info/ecrits/florilege.html