sábado, 19 de março de 2011

DESPERTAR O PAÍS, SIM, MAS COMO, ANTES DO DESASTRE? a Voz do Capitão de Abril Andrade Silva






DESPERTAR O PAÍS, SIM, MAS COMO, ANTES DO DESASTRE?

A questão é como se faz o despertador, e como se desperta nas actuais circunstâncias os concidadãos portugueses, diria que só por um milagre, mas estes geralmente favorecem os conservadores, como aconteceu com os segredos de Fátima.

Aqui e agora o que se passa é que há gente que pensa que basta proclamar para que isso aconteça, mas não é verdade; há outros que pensam que se chegarmos à bancarrota o povo se ALEVANTARÁ . É VERDADE, mas não perguntam para que lado, uns pensam num 25 de Abril, mas a maioria (48%) sente-se mais inclinada para o 28 Maio, o que, alguns que proclamam o 25 de Abril, por uma questão de crença ignoram, pensando que assim salvam o 25 de Abril, que numa situação limite não se defenderá só com palavras.

Mas estamos perdidos? Não, mas estaremos se os que servem Abril olharem para o país de um modo surrealista e optimisticamente pensarem que há 3, 4 ou 5 milhões a pensarem como eles. Não é verdade. É uma ilusão perigosa que fará que à queda do Governo PS, suceda um PSD que anuncia muitas medidas melhores que o PS, como o planeamento estratégico para as necessidades do ensino superior, uma secretaria de estado para as PME, o deslocamento da carga fiscal do rendimento para o consumo, quem mais consome que mais pague, e quem consumir bens sumptuosos que ainda pague mais, mas será assim, não está explicado, incentivos a planos de poupança, benefícios para empregadores de gente com mais 50 anos, integrar as empresas municipais na gestão normal das câmaras, substituição de importações, mas depois ao nível politico quer varrer todos os partidos e todos os cidadãos que não sejam maioritários das câmaras, da Assembleia da República, e tem uma sanha privatizadora terrível que de facto não explica como na saúde e na educação não se agravam os vários portugais que já existem, mas com o PSD no poder ninguém se aperceberá de nada, porque, entretanto, toda comunicação social é privatizada, como todos os demais sectores fundamentais, isto é, no global, o Estado é olhado como uma empresa e os cidadãos deixam de terem essa identidade e passam a ser peões no grande jogo do liberalismo internacional.

Mas, então, o que fazer?

Todos sabem, ou revolução ou reforma. As revoluções podem fazer-se com centenas de milhar de cidadãos, mas têm custos elevados, e sobretudo têm de considerar para onde vão. Uma revolução em Portugal que não fosse capaz de bulir com a Alemanha da sra. Merkel e a união europeia do sr. Barroso, seria heróica, mas seria assimilada, ou derrotada pelo garrote financeiro, como aliás pode estar acontecer no Egipto, parece, por ora, muito evidente.

Outra alternativa é exigir e criar condições para que possam chegar ao poder projectos políticos mais alargados pela negociação dos que hoje, sobretudo à esquerda se apresentam e que jogam com o horizonte numérico dos 20 % de eleitores que espantariam a Europa, mas internamente pouco resolveriam em termos do aprofundamento do 25 de Abril, mas que em qualquer circunstância serão uma barreira fundamental da resistência, para que Abril sobreviva.

É preciso entender claramente que nenhum partido à esquerda do PS poderá sozinho ou coligado, sem conquistar largos milhões ( mais de 2 milhões) de eleitores alterar de um modo significativo o xadrez politico. E, onde estão estes milhões? Nos milhões que se abstêm que não podem ser objecto do mesmo tipo de acção que os militantes.

A esquerda precisa de demonstrar e fazer crer que não defende modelos de sociedade que levam ao empobrecimento de todos, a regimes sem liberdade, a estados que matam com exércitos e aviões o povo sublevado, e nós não nos podemos esquecer que os fascistas também queriam limpar as ruas com uns aviões, havia era muita gente nas ruas e eles recuaram.

Quem usa métodos tais não pode ser defendido, e dá, obviamente, de mão beijada uma vitória ao capitalismo internacional, mas eles, os que cometem crimes contra a humanidade e todos os seus cúmplices durante muitos anos são os responsáveis pelos desastres que estamos e teremos ainda de suportar.

Para chegar ao povo é preciso ouvi-lo, falar claro, ser tolerante, aceitar a sua cultura e ir mudando o seu comportamento, através do exemplo, e aqui, as organizações de esquerda e os sindicatos falham, quando estes não têm pudor em entrarem nos negócios rentáveis do capitalismo, como as seguradoras, não entram no mutualismo ou em acções de solidariedade activa com uma dimensão significava, como por exemplo faz a Igreja Católica entre nós, ou o HAMAS no Líbano, e, por isto, ganha eleições com maiorias. Mas porque este recalcamento, não entendo?

Claro que para além disto, como a democracia consente e, bem, cada um poderá manter-se nos seus redutos, e dizer que quando o povo quiser assumirão as suas responsabilidades, o que, está correcto, mas que deve merecer uma outra reflexão, que é a de que se nada de diferente fizerem, o voto significativo do povo não vai chegar brevemente.

Também na sociedade há dadas regularidades que os sociólogos estudam e quase se constituem como leis, assim, de acordo com esta regularidade o que é expectável, é que o PSD seja o próximo governo, mas que não deverá ter maioria e a Alemanha dirá que têm de governar com o PS, aliás, o PS já fez muita coisa cruel que o próximo governo vai manter como, por exemplo os cortes nos vencimentos, que eram as medidas propostas por Medina Carreira, Hernani Lopes e outros que dizem que os nossos vencimentos estão inflacionados de 15%, o que é verdade, não porque sejam grandes, mas porque o país só produz despesa. Todavia esquecem aqueles economistas e políticos do ruído que se os vencimentos médios de 600, 700 € estão inflacionados de 15%, os deles estão centenas de vezes, e os dos senhores da EDP e PT com os seus 200 mil/ euros mês, obtidos porque nos taxam sem nenhum limite, estão inflacionados milhares de milhares de vezes, mas isto eles não dizem, mas como diria o Sr. Nogueira Leite é uma mera questão de aritmética

Concluindo é preciso ouvir o povo e negociar soluções com ele, e deixar de olhar os cidadãos como se tivessem de entender do mesmo modo como os militantes absorvem as palavras dos seus secretários-gerais, ou serem amigos de quem eles são, e não deviam ser, quer à esquerda quer á direita. De facto se não se entende a amizade com Kadhafi, como se pode entender a amizade com Bush, até são muito parecidos nas suas atitudes e discursos sem nexo e nas guerras que declaram!

Mas até que tudo isto seja possível muita dor e desgraça por aí vai passar, porque se tende a absolutizar o que é parcial. Total e inegociável são a liberdade e a dignidade. Mas quem poderia entender isto? Seria sobretudo o tal povo anónimo a quem estas palavras nunca chegarão, claro.

Andrade da silva.



2 comentários:

Marília Gonçalves disse...

Amigos(as), Companheiros(as), Camaradas

Cumprir Abril é ser Abril pra sempre
é ser mais que palavra sementeira
onde se cumpre amor se inscreve grava
uma história nossa companheira

onde cada página é um grito
de Luz,beleza Universal
onde o povo se grita
é porque digno
sabe que em si se escreve
Portugal

cumprir Abril é ser do mundo inteiro
aqui à nossa porta paraíso
onde cada palavra é um canteiro
a reflorir sempre que é preciso

cumprir Abril é ser mais do que somos
sangue natural que nos circula
é não ter medo do que um dia fomos

erguermo-nos em Povo altivo e forte
que não se deixa nunca espezinhar
e quem nome da vida enfrenta a morte
com sementeiras de luz no seu olhar!

Marília Gonçalves

andrade da silva disse...

Marilia

obrigado, agora por uma semana vou deixar o contacto com o blogue e com Portugal

abraço
asilva