sábado, 8 de outubro de 2011

D.ALBERTO JOÃO A MADEIRA A SEUS PÉS, PORQUÊ? VERDADES MALDITAS.




Na Madeira vive-se num regime autoritário, como cá aconteceu com Mário Soares, Cavaco da Silva e Sócrates, e como acontece no interior dos partidos. Por cá as excepções foram Jorge Sampaio e António Guterres.

Em todos os casos, a técnica é sempre a mesma estabelecer um império de medo e controlo das pessoas, esmagando todos os que se opunham ao líder em matéria dogmática, o que, acontece cá com todos os militantes que deixem de dizer ámen ao pensamento semi-único dos lideres de todas as organizações, desde as ONG, aos partidos, ao Estado e às universidades. D. Miguel e Salazar estão vivos e o autoritarismo é a religião política mais seguida.

De facto D. Alberto é o alter-ego destes todos, daí, que diga com alguma razão que parte das criticas que lhe fazem é do tipo do complexo Édipo, querem matar o seu pai, para ficarem com a mãe, ou seja, o poder absoluto, sobretudo referendado, para reduzirem todo o povo, e, sobretudo, as mulheres e os homens livres, a formigas.

D. Alberto é sucessivamente referendado, como no continente, são todos os que com ele se identificam, porque usa o método de tudo para os militantes e amigos e nada para os outros, exactamente como todos os seus gémeos no continente fazem , a única diferença é que D. Alberto João, porque é o 1º empregador da Madeira e usa o poder para distribuir benesses, do tipo migalhas a muitos e grande riqueza a poucos, é amado por muitos que sobretudo temem o futuro sem ele.

Todavia, todo este sistema teve o apoio e a cumplicidade de todo os dignitários do Continente. Só timidamente Mário Soares considerou que havia um défice democrático, Jerónimo Sousa interrogado directamente em 2009, na campanha eleitoral para as legislativas, sobre a natureza da democracia na Madeira respondeu que o Povo Madeirense era democrático e que podia dizer na Madeira tudo o que quisesse. Que grande resposta. Pudera.

João Carlos Gouveia, quando líder do PS madeirense, em 2008, ( revista visão 20 Novembro) denunciou que todos  apoiavam, D.Alberto,  por causa dos poderes fácticos, segundo ele D. Alberto tem contado com o apoio explicito ou implícito dos lideres do continente desde a extrema-esquerda à extrema-direita, incluindo o PS, pessoalmente acompanho-o, quanto à falta de energia e emoção do lideres continentais no combate contra o que é um tumor politico em termos de democracia.

Para o poder jardinista toda a oposição é uma cambada de tontos, e tonto na Madeira é o epíteto mais ordinário, rasca e anti-democrático que se pode chamar a alguém, em paralelo, nos tempo idos com o de “corno manso”, ou seja, o marido com uma mulher infiel que não a atirava pelo pináculo ( local de suicídios, situado na freguesia de S. Gonçalo/ Montanha etc. etc.. ) Esta é uma prova objectiva da falta de democracia politica naquela terra, outras serão, os processos contra o mensário Garajau e diário de Noticias, tudo factos que os doutores e outros donos de almas de Lisboa desconhecem, porque pouco sabem da realidade no terreno.

D. Alberto João em matéria de contas está em paralelo com o que se passa em todo o Portugal. O governo central e as câmaras deveriam ser objecto de uma auditoria internacional e de uma investigação criminal, com julgamento no Tribunal Penal internacional por despesa odiosa e desvio de bens públicos para amigos, partidos e militantes, realidades que ninguém investiga, até porque as grandes aldrabices só podem ser denunciadas pelo pessoal da contabilidade que, no entanto, se o fizerem, como se vê no caso dos sobreiros ( portucale) eles é que são os acusados , quando os beneficiários da corrupção ficam de fora. Portugal no seu melhor.

Mas D. Alberto João não é referendado por fazer o mesmo que os de cá fazem, mas pelo que faz de diferente. Instalado o império do medo, D. Alberto distribui sorrisos pelos subjugados e muitos, muitos empregos. Directa ou indirectamente, através da propriedade de empresas pelos outros dignitários regionais ligados ao poder: governo ou assembleia regional, numa terra onde a lei das incompatibilidades não existe, D. Alberto domina a quase totalidade da economia e dos empregos.

Facto que apesar do preço da factura, neste caso, perda da democracia, tem o seu lado virtuoso, quando a estrutura empresarial privada não gera empregos nem investimentos, o estado tem de fazer o que deve: defender os cidadãos de um modo honesto e justo, e, aqui, é que os regimes autoritários falham , só servem os seus escravos.

Outra diferença essencial e que leva os madeirenses a referendarem-no é que contra Lisboa e a troika D. Alberto diz que o governo Regional nunca abandonará os seus programas na:

1. Saúde fez obra importante, mas deixou para trás a criação de um novo hospital regional que faz tanta falta à população madeirense. Só há um Hospital regional e um velho anexo, mas todos calaram este grande défice, porquê?

2. Segurança Social

3. Educação e Escola Publica. Como não defende a avaliação dos professores recruta entre estes um grande apoio e por “ mera” coincidência protocolar o líder da Frenprof esteve, lado a lado, com Jardim, no decorrer da campanha para as actuais eleições regionais, na inauguração  dasede do sindicato dos professores no Funchal, também por mera coincidência aquele dirigente não apoia a avaliação dos professores. Só coincidências?

4. A solidariedade social, neste campo com o braço dado com a Igreja Católica que é o seu maior aliado politico, de um modo muito evidente, desde 1976.

5. A cultura

6. O desporto. Há bastantes campos de futebol espalhados pela ilha;

7. A habitação social, nesta área o governo regional criou bairros sociais que são maiores que algumas vilas ou cidades do continente, como seja o da Nazaré que até conseguiu erguer uma igreja imponente para um bairro social, que tem uma larga participação dos residentes nas actividades litúrgicas.

Deste modo, pela obra feita, pela cumplicidade e conivência de muitos; pela total ineficácia da aplicação de parte das leis da república na madeira; pela total impunidade dos poderosos; pela total falta de funcionamento dos órgãos de supervisão; por falta de emoção e objectividade nas denúncias feitas pela oposição que não é capaz de distinguir a obra justa, da odiosa e demonstrar objectivamente isto; por falta de uma verdadeira comunicação social livre; pela completa ineficácia dos tribunais, nomeadamente do tribunal constitucional e de mecanismos de defesa da democracia económica e politica no caso dos órgãos de poder violarem as regras democráticas; e ainda por D. Alberto falar com o povo, o que poucos fazem, querem e sabem fazer, a maioria fala para o povo; por tudo isto, e o mais que fica por dizer, D. Alberto é sucessivamente referendado e novamente vai sê-lo, só que agora de um modo nunca antes vivenciado por D. Alberto, depois do Coelho madeirense ter desafiado, nas presidencias,  a autoridade de D. Alberto, muitos mais começam a perder o medo que D. Alberto emana, o que, associado à austeridade que para lá irá, vai obrigar D. Alberto a mudar algo, para que tudo fique na mesma. Resta saber se será suficiente, mas para já vai chegar.

A nossa querida Madeira vive assim, até quando?

Andrade da silva


PS: Não posso deixar de referir ainda que considero como democratas verdadeiros, no nosso cenário político pós 25 de Abril 74, o general Vasco Gonçalves, o general Carlos Fabião, Carlos Carvalhas e Ferro Ridrogues.

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