Foi um grande desastre, o 25 de Abril, querido pelos mais novos: puro, belo, nu, sem a mácula da
politiquice, do roubo, da indignidade do egoísmo, ter sido assaltado por bandos
de coiotes internos e externos, e se ter tornado num desvario que abriu as
portas aos piores dos piores, para tomarem conta do poder, e, finalmente, nos
conduzirem de novo à ignorância do povo, à manipulação, à propaganda, ao medo, à escravização.
O que faz falta é
nobreza de carácter, informação, liderança, consciência politica e cívica, e,
sobretudo, MORALIDADE, DIGNIDADE, DECÊNCIA E PRATICAR O IMPERATIVO ÉTICO DE
KANT- pôr em cada acto em relação a nós e aos outros toda a humanidade.
Sem se atingir um
estado de desenvolvimento moral digno da responsabilidade humana que recai
sobre as nossas almas, pensamentos, corações e sentimentos nunca deixaremos a
paquidermia, o chiqueiro, onde, chafurdamos.
Nunca a mudança do Mundo, a mudança de cada um
de nós, será um discurso retórico, é, sim,
uma cadeia infinda de comportamentos coerentes e sãos.
A falta destes comportamentos
rouba a autenticidade ao discurso, e torna inválidas as mais pintadas propostas,
porque ainda são mais falsas do que, as que nos vitimam.
Não sei o que vai
acontecer, mas sei que é preciso resistir, mas também sei que para sairmos da
pocilga, é preciso muita revolução nas lideranças e em quem as apoia. Até lá, a
resistência impõe-se e, entretanto, pode ser que a juventude descubra novos
caminhos, o que, também é duvidoso, só se ouve ruído, e , pior, ruído
geracional que morre logo que se arranje
um emprego seguro, ou se ultrapasse a barreira dos 25/26 anos de idade, a fase
de desenvolvimento do jovem adulto mais
dada à exploração da novidade e do Futuro, depois sucedem-se estados de desenvolvimento
cada vez mais conformistas, até a desistência total.
É confrangedor que hoje legiões de indivíduos com mais de 50 anos, nas cidades de Lisboa, Amadora,
Setúbal, Porto etc. passem os seus dias a
jogarem à sueca e a beberem, sem que ninguém denuncie a podridão desta vida
pária que nos enterra no lodaçal da mediocridade e das misérias : física,
intelectual e moral.
Neste estado de
gangrena, não sei o que nos espera, mas sei que é preciso lutar contra isto,
resistir para que a hecatombe não aconteça, numa situação terrível em que há
mais párias, desconstrutores do
presente, encobridores da podridão, do
que construtores do Futuro.
SERIA PRECISA A
DESTRUIÇÃO CRIATIVA DESTE LODAÇAL COLOSSAL e MONSTRENGO, E,ISTO SERIA A REFUNDAÇÃO
URGENTE DO 25 de ABRIL, mas….
Andrade da silva
PS. Falarei do Abril
livre e residual que vivi entre 23 e 25 de Abril junto de jovens de Alcácer do Sal, e os povos
de Assumar e Alegrete. ABril ainda resiste, mas…
4 comentários:
Estimado Eterno Capitão
Será realmente importante que partilhe seu testemunho sobre Abril,ontem, mais urgente para quem se encontra a milhares de km de Portugal e apenas pode estar presente pelo trabalho, atenção e carinho por Abril e pela enorme esperança que jovens Capitães,aprendam do vosso belo exemplo a Libertação de Portugal, devolvendo-lhe a Honra conspurcada, para nossa dor
Marília Gonçalves e a saudosa memória de meu Pai,abraçam-no
Marilia
vou falar do povo de Abril-povo português -de Alcácer-do-Sal,Assumar e Alegrete - com quem estive de 23 a 25 de Abril, gente heróica, humilde,bondosa que encontro pelo Portugal pequeno, das aldeias, de Norte a Sul de Loivo a Alegrete, são maravilhosos, mas muito poucos - eis a questão.
alo por imperativo ético, mas não por pensar que alguém precisa de ouvir o que digo, mas o dever ético cria constrangimentos que procuro cumprir.
Mas se acontecer algum Abril em 6 de Maio em França,isso, será muito importante para Portugal e a Europa.
abraço
asilva
agora é que é caso para dizer: assim seja! mas como dizem os franceses: c'st chaud!
abraço
Marília
meu caro, nem você, nem eu, nem a mais gente honesta que felizmente ainda existe e se propaga, apesar dos imbecis, apesar dos vendidos e dos vendilhões,"bota palavra" onde quer que seja, por ser o detentor único, da realidade dos factos e da verdade. mas o caso é que há muito cego da alma, muito surdo no meio muitos e muitos mal-intencionados. Logo silenciar é que seria falta imperdoável, mesmo se "milhentos" dizem mesmo se por palavras outras, a mesma coisa que nós, que cada um de nós. O silêncio numa situação tal como Portugal, a Europa e o Mundo atravessam, obriga a um dever de consciência, falar com honestidade, com o pensar e o sentir que nos habitam, profundamente. Calar, era o que a "carneirada" fazia no fascismo" e é justamente para que tal nunca mais seja, que urge que os democratas, que vibram, com quanto se passa e o querem ver mudar, falem e falem alto, para que quem não sabe, não vê ou não ouve se esclareça e não se deixe enganar pela hipocrisia de peritos da mentira e do logro.
Meu estimado amigo, que nunca a voz lhe doa, assim como a todos os que amam Portugal e o ser humano.
Fale meu amigo, como o faz desde a sua tenra juventude.
um grande abraço Capitão de Abril, Capitão da Liberdade e Capitão da voz reencontrada
Marília Gonçalves
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