quinta-feira, 24 de maio de 2012

ALMA DE POETA E DE PASTOR




                                                                          SONETO


Ao lado das ovelhas, no acarro,
fruindo a companhia do rafeiro,
tenho junto os alforges mais o tarro,
a corna do conduto e o caldeiro.

Vendo as rôlas, pousadas no chaparro,
arrolando o seu canto prazenteiro,
a água do barril, em fresco barro,
pendurado do tronco do sobreiro.

Este... é o ambiente onde se inscreve,
no ardor da planura alentejana,
como nas cores da tela dum pintor,

a ancestralidade a que se deve
a aura ruralista de onde emana
minha alma de poeta e de pastor.


Nota: "Este diz respeito a um prémio literário
que obtive nuns jogos florais de poesia,
na modalidade de soneto clássico."

     Com um grande abraço do
     Matos Serra


PS: Pintura do Alentejo de Mariana Valente, pintora e poeta de Beja

3 comentários:

Marília Gonçalves disse...

Paisagens autênticas de Portugal!
Até que ponto passeio no poema ou o poema passeia em mim...
Malditas as forças, que afastam os filhos de Portugal de seus Caminhos!
obrigada ao Poeta, por me permitir esta viagem por este Portugal verídico, que de longe me chama, já que lhe oiço a voz.
Obrigada Capitão, por esta magnifica bagagem, tão repleta de imagens, que consigo trouxe na viagem.

Marília Gonçalves

andrade da silva disse...

infelizmente querem EXPELIR centenas de milhares de portugueses de novo, se possível1 milhão como na década de 60.
como D. Quixotes vamos bramindo gritos contra o deserto e o vazio.

Um dia...
abraço
asilva

Marília Gonçalves disse...

abraço amigo
Marília