ATÉ QUANDO?
Nota: não é sequer uma tentativa de poema, é um retrato, embora desfocado de um estado de alma.
uma vida,
toda a vida,
sempre, sempre,
à beira dos abismos
do vento.
como o vento, desço
às funduras, fundas, das cavernas
do Amor, da Raiva e do Ódio.
e com o vento
tenho emergido, e
VOADO!
Até quando!?...
Até quando!?....
3 maio 2012
andrade da silva
8 comentários:
meu amigo, até quando a vida nos leva, certo dia, falando com um médico, por causa do meu aneurisma entre os auriculos, septum, dizia-lhe um tanto desanimada:nunca sei se acordo no dia seguinte...ao que ele sorrindo terno me respondeu.
não é só você...ninguém sabe se acorda amanhã.
Desde então, preocupo-me menos com a minha maleita.Todos somos humanos e por bem, desconhecemos a data final.
Talvez isso nos baste para aliviar angústias e sermos mais solidários
abraço amigo
Marília
Só no vento
Só na vida;
Só o tempo
Sem medida
Vai lavando
Em nosso olhar
A inocência a esplender
Quando na noite acendia
No cantar do rouxinol
A centelha de alegria
Que enchia a noite de sol
Marília Gonçalves
sim, sim como andei na guerra, desde os 22 anos que tomei consciência que amanhã podia estar de abalada,como também neste regime já me prenderam por duas vezes também vivi na incerteza se não me meteriam na gaiola a pretexto de um qualquer terramoto nos Açores.
Pós 1976, os 32 militares de Abril sujeitos a julgamentos militares dizíamos, entre nós, que a nossa sorte era termos 27, 30 anos,o que, tornava muito complicado acusarem-nos de sermos responsáveis pelo terramoto de 1755... coisas...mas não se eximiram de me acusarem de aparentemente estar a falar no 25 de Novembro 75 com outros camaradas meus sobre o que se estava a passar, o que é fácil dever que é falso, estávamos sim a falar sobre os grandes vilões que estavam a tramar Portugal, como se viu... coisas....
lindo poema
asilva
essa sua saida da acusaçao do terramoto de 1775 até merece um poema. Deixe-me andar mais serena, tanto na politica como na vida familiar ( o Pedro despedido, técnico de som de Teatro (Faro) por falta de verbas na Cultura...admira? num desgoverno que nem Ministério da Cultura tem? ai ai, que belos candeeiros de Avenidas, ao menos um pouco de luz:
favas!!! fazem troça da malta a todos os nîveis, nada escapa! bom era que tudo acordasse e fosse ao essencial, senao qualquer dia andamos andamos temos outra pide, ttenha o raio de nome que tiver
abraço amigo, que é abraço de Abril, mais verdadeiro e leal, nao ha
Marilia
E quanto ao 25 de Novembro, é evidente que não tem perdão, tudo o que lhe fizeram, ofensas levadas ao extremo
Tenho uma incapacidade total, de perdoar como cordeiro, o mal que fazem aos meus. Ora na linguagem popular, geralmente ao referirmo-nos aos meus, falamos da família. Só que Capitão, acontece, que os Homens de Abril, pertencem a uma família de outros laços: foram decerto através dos tempos os maiores amigos que Portugal e seu povo tiveram. Por conseguinte também o que vos fazem não perdoo.
E são minha família também!
Conheço a sua dor no que toca este assunto e deploro tanto sofrimento causado tanto a si, com a sua heroica Mãe.
abraço
Marilia
O lindo poema referia-me ao seu sobre o vento, e não à situação caricata e anedótica,ilegal e cruel em que nos colocaram,no meu caso quem no 25 de Novembro 75, estava na canal hierárquico legal e revolucionário era eu e não os novembristas que segundo Costa Martins são capazes de 1º ter "prendido,ou aprisionado" Costa Gomes para ele dar as ordens que eles entendiam. Tudo isto anda meio escondido e agora pior,porque Costa Gomes e Costa Martins morreram e ele legou-me este testemunho deve ter dito a outros, ma quando me falou para ele ainda não era o tempo de revelar estas coisas, porque ainda se considerava perseguido no Algarve em termos do seu negocio.´nunca é o tempo para nada e depois o tempo passou...
Oh João;eu isso percebi,vi que era ao poema do vento que se referia e agradeço.
O que por outro lado me "maravilhou" foi a sua formidável força, para fazer humor com tão trágica situação,
aludindo à possibilidade se não fora a distância entre as datas de o culparem a si e seus companheiros, do terramoto de 1755. incisivo, é esse espírito um tanto sarcástico,que considero que me merece um poema. Que tal o nao ofenda, longe anda da minha intenção, Capitão!
abraço
Marília
ainda vento
Violino de vento
verde d’água
harpa de cristal.
O pensamento
a voar no laranjal
em perfume de tempo.
Bailado verde
em mãos azuis
urdidas em movimento
ritmo de trigal na luz
a ceifar o pão cinzento.
A água desfaz-se verde
quase à fronteira da cor
está o poema que perde
a essência e o sabor.
Semeia dias no ouro
que trigais pedem mais mão
vindo do solo que mouro
semeou versos canção.
A harpa esqueceu o som
tange apenas movimento
que a aproxima do tom
da planície do vento.
Mar de ceifa espiga dor
minha esfera musical
a soluçar o amor
na fome de Portugal.
Marília Gonçalves
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