Os galões sofridos de capitão de 74 a 85, e que tanto à chuva andaram, para quê!?....
…. Coisas….
NÃO
GOSTO MESMO NADA DELES .
Não gosto mesmo nada dos tipos que batem nas mulheres;
Não gosto mesmo nada das tipas que batem nos homens;
Não gosto mesmo nada das bestas
humanas que batem, ou abatem animais e florestas e poluem a terra;
Não gosto mesmo nada dos
exibicionistas: travestis ou otolos;
Não gosto mesmo nada dos que me
chamam e aos portugueses de bigg’s - são uns carroceiros, racistas, sem mérito ou humanidade;
Não gosto mesmo nada dos que
nasceram em Portugal, e psicossociologicamente são alemães, ou o raio que os
parta;
Não gosto mesmo nada daqueles
gordos da América, são arrogantes e mamões - eucaliptos;
Não gosto mesmo nada dos que dão
cabo da vida a 2/3 da humanidade: banqueiros e outros;
Não gosto mesmo nada de governos
ditatoriais, corruptos e esquizofrénicos, desde Angola,até à Coreia do Norte, passando pelo China;
Não gosto mesmo nada do Governo de
PPC : é injusto, insensível ( os sacrifícios NÃO SÃO PARA TODOS) e incapaz de
evitar o desastre que se avizinha, com contas quiçá certas, mas 2/3 da
população falida, doente, emigrada ou morta;
Não gosto mesmo nada deste lodaçal
e desta paz podre em que vivemos, com mais de 700 mil/ 1 milhão (sabe-se lá?) de pessoas desempregadas e
desocupadas, um universo imenso de gente a sofrer e condenados a serem
sub-humanos, párias, vadios, e mesmo uma parte a serem bandidos, ou a suicidarem-se;
Não gosto mesmo nada desta gente
que nos vendem a retalho a alemães, chineses, árabes e à ditadura corrupta de
Luanda;
Não gosto mesmo nada do reich e dos
andeiros, não gosto mesmo nada disto, e vós?
andrade da silva
PS: Que a França e a Europa vençam, hoje, em França.
7 comentários:
meu amigo
passo o tempo a responder à sua pergunta, porque andamos os dois aqui no blogue, entre outros, a berrar como cabras, contra tudo o que oprime e faz sofrer
quem gosta do sofrimento dos outros é sádico e não presta
em contrapartida gosto muito da gente e do Povo de Abril, gosto muito dos turistas que visitaram Portugal em 74, famintos de Abril
e gosto muito de quantos dão o seu tempo e esforço, sem nunca disso tirar benefícios para lutar por um Mundo Melhor
Abraço para si Meu Capitão, de quem goto do mesmíssimo modo e pelas mesmíssimas razoes!
Marília
Adiro a gente simples e boa de Portugal e do Mundo, pelo amor deles é que não goto desta gentalha.
abraço
eu sei, conheço-lhe bem o coração enorme
beijo
Marilia
mas meu amigo, dos que partiram, nem sempre o esquecimento ditou o não regresso, e creia, talvez haja ausentes, que estão mais presentes em Portugal, que muitos dos que ai vivem:
Carta escrita há anos e a pergunta mantém-se, Voltar? mas Como?
para que os amigos que nunca se encontraram em tal situação percebam
domingo, 9 de Junho de 2002
Meus Queridos
Como gostaria de saber responder à vossa premente pergunta sobre nosso regresso, como não sei ainda como responder, seguem umas linhas, que o coração ditou, enquanto vos não dou resposta satisfatória. É uma sucinta explicação sobre o que afinal, ia condicionar nossas vidas ao sair de Portugal.
Na manhã em que partimos para França, fiquei contemplando as paredes do meu quarto, cobertas de tanta, tanta lembrança... estranho pressentimento assaltava-me o espírito. Que aventura começava ali, no abandono do lar familiar, rumo a que desconhecido? O passo que íamos dar seria definitivo? Tentei serenar, partíamos por escolha, só podíamos ir a caminho de melhor futuro em busca de solução para o que nos afligia. No entanto, no momento de fechar a porta de casa, a garganta apertou-se-me, e afirmei, talvez tentando convencer-me do que dizia:
Daqui a cinco anos estamos de volta. Repeti a mesma frase a meu marido, entre pergunta e afirmação, meu marido aquiesceu, sem saber bem que responder-me, como se ele também se sentisse no peso da questão posta, angustiante, no instante da partida.
Partimos. Fechava-se a porta sobre a única casa familiar, aquela por onde novos e velhos haviam passado, o ninho para quem demoravam seus habitantes, fiel, à espera sempre. Ou quem sabe, se com o tempo ela também farta de espera, se diluiria na paisagem?
Chegámos a França, era fim de Janeiro, apesar do frio o sol brilhava, sorriso de boas-vindas, ou como tal acolhido.
(continua)
2-
Depressa começou vida nova. Nova casa, filhos na escola, dia-a-dia de trabalhos para cada membro da família consoante a idade. As primeiras alegrias, as primeiras vitórias, e rapidamente as primeiras saudades.
Quando vieram as primeiras férias e seguimos de avião rumo ao País, o mesmo entusiasmo quase febril nos habitava todos. Parecia mentira, voltávamos, por pouco tempo, mas pouco ou muito, esse tempo era nosso e nada nos podia arrancar dessa magnífica realidade. Foram as mais belas e extraordinárias férias que vivemos até hoje. Melhor e mais intenso só o regresso definitivo.
Ah, o regresso! Quando teria, quando terá lugar?
Como em pouco tempo tudo parecia mais complicado, quando se abordava a ideia de regressar. Por um lado era a escolaridade dos filhos, por outro tínhamos comprado a casa de que partíramos, mensalidade certa, que nos obrigava a mais distância, nestas humanas contradições que vamos sendo, já que de nada serve, casa que longe está. Mas logo uma frase, sempre a mesma todos os anos, surgia em nós tranquilizadora:
Daqui a três anos voltaremos. São só mais três anos. Mas no ano seguinte quando as saudades apertavam, e contingências da vida não nos abriam a porta da Pátria, a mesma frase vinha em socorro da nossa saudade, da nossa fome de regresso:
São mais três anos, só mais três anos de sacrifício. Três anos, nem tão longe, nem tão perto, que nos não permitisse tentar solucionar problemas.
Só o Pedro mereceu o regresso. Só ele teve coragem de voltar. Com a guitarra nas mãos, por único tesouro, declarou-nos solene, que antes queria voltar e só comer pão se fosse caso disso, mas queria, precisava ouvir rir, que não suportava mais viver na cinza da paisagem geográfica e humana. Mas o Pedro tinha dezoito anos, era livre, sem família a cargo, nada o obrigava, senão a força da sua juventude.
Nós porém continuámos vivendo nossas armadilhas, que nos distanciam do regresso, vamos suportando o peso de nossos logros de nossas ilusões. Humanos sonhos de que sempre se paga o preço. Nossas gaiolas de ouro, ou como tal avaliadas, e nos sujeitam às vezes além vida.
Mas também a dupla cultura impõe seu tributo. Hábitos adquiridos, conhecimento, direitos, deveres.
E os filhos, os que estiveram sempre de corpo e alma em todos os combates, casados agora, com filhos também... como conciliar tudo. Como buscar ainda colectiva felicidade? Ou renunciar?
E ainda hoje, vinte e quatro anos depois não sabemos ao certo quando chegará a hora do regresso.
Alguns de nós, dos nossos, voltaram, sem olhar para contemplar paisagem, sem calor no rosto, sem coração ardente para apreciar o regresso. Voltar, havemos de voltar, bons filhos procurando o caminho da infância e a Casa, abrigo de todos os sonhos, voltaremos talvez sem consciência de voltar, a voar-nos dos olhos a promessa que a vida tarda em cumprir.
Mas mortos ou vivos havemos de voltar. Que a Pátria chama! Portugal espera seus filhos.
O que de cada um de nós ficou pelo caminho? O que se perdeu de essencial? Que cinzas voltam de nossos sonhos? Ou de nós?
E depois desta deambulação poética, com o meu terno abraço para todos, deixo, pequeno poeta na distância, a minha própria pergunta:
Se o rei dos poetas portugueses, Camões, nunca tivesse saído de Portugal, será que os imortais Lusíadas, teriam sido dados à Pátria, teriam brotado alguma vez?
Será que esta mágoa-saudade que leva os lusos na distância, que vai gerar ao longo dos séculos, mais poetas, pequenos e grandes, talentos ou génios?
Um xi, mais um muito apertado, com minha infinita saudade
Marília Gonçalves
o poema que faz parte da Carta mas que não coube
por isso a divisao da carta
Testamento
Lança as cinzas ao mar
Ao Oceano
Não nos fechem em mar
que tem fronteiras
nós queremos viajar
livres as cinzas
por nossas vidas
dantes prisioneiras;
Lança ao mar sonho a percorrer
Nós iremos espraiar em Portugal
Nossas cinzas no mar ‘inda a arder
Hão-de voltar à praia d’outro sal.
Sabem a lágrimas, cinzas em viagem
Mas sonho é sempre verdadeiro
Se no exílio, voz foi de coragem
Será heróico voltar ao chão primeiro.
Lança no Atlântico o que resta
Da força que nós fomos, mas vencida
Verás reflorir como giesta
Em festões d’oiro a água conseguida.
Iremos semear o mar imenso
Da esperança de não ter partido ainda
Importante afinal é o começo
Da sementeira agora pressentida.
Deixa ir sobre as águas azuis, verdes
A nossa fundura vertical
Porque na água estão nossas sedes
De nunca ter deixado Portugal.
Se história se escreveu no que passou
Nas cinzas nosso corpo está presente
O mar da Liberdade nos levou
No caminhar sem fim da lusa gente.
Que as cinzas vão ardendo sobre o mar
Em derradeiro grito à Liberdade
Pois nós seremos livres de voltar
Pela força do tempo e da vontade.
Se nossa viagem se prolonga
A abraçar países infinitos
há-de chegar o dia em que se alonga
A saudade da terra dos proscritos..
Voltaremos então a Viriato
à Pátria Lusa em bandeiras de sol
o vento gravará nosso retrato
na leve luz da tarde, ao arrebol,
seremos outra vez, voz portuguesa
a vir poisar numa canção sem fim
na noite ardente de cada rouxinol
nossas cinzas serão mais um jardim.
Marília Gonçalves
Vivi em Bruxelas um 10 de Junho.tenho amigos em rança de todos conheço e reconheço o seu amor e preocupação por Portugal.
abraço
asilva
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