sexta-feira, 27 de julho de 2012

A Visão do Cidadão Comum XXVI...Um Rastilho Curtíssimo!





Após uma semana de calor e incêndios infernais dos quais se destacaram pelas melhores razões os que assolaram a ilha da Madeira e a região de Tavira. Em ambos os incêndios os homens e mulheres das Nossa Forças Armadas estiveram ao lado dos bombeiros e dos elementos da protecção civil quer na assistência às populações quer no combate às chamas. Mostram, mais uma vez pelo seu profissionalismo, coragem e abnegação a necessidade da sua existência e que não são insustentáveis antes pelo contrário constituem um bem precioso na salvaguarda da Pátria e dos seus concidadãos em momentos de particular dificuldade
.
Mas voltemos a outro “incendio” bem mais grave que assola a Europa há meses (talvez mesmo anos) que já foi dado como extinto várias vezes mas volta a se reacender com uma voracidade cada vez maior e que começa a ganhar proporções de um verdadeiro cataclismo: falo da crise economica e social que atinge o continente de norte a sul, com maior enfase na bacia do Mediterrâneo e na Ibéria.

Não havendo nada particularmente de novo a acrescentar dado que já falámos da situação dos países mais afectados:

Chipre - membro da União Europeia e do grupo Euro - que já foi salva por duas vezes com injecções de capital moscovitas e que agora tem os homens de negro (Troika) em Nicósia para estudar os moldes em que vão emprestar ,a juros de usuário, os 4.500 milhões de euros de que o país necessita para financiar os empréstimos do Estado, embora alguns analistas apontem 6.000 milhões como sendo o valor real para suprimir as necessidades imediatas dos cipriotas.

Itália - membro da União Europeia e do grupo Euro – com um executivo tecnocrata não eleito que afirma não necessitar fazer mais ajustamentos orçamentais, estando no bom caminho para atingir as suas metas orçamentais. O aumento do desemprego na sua população activa associada aos problemas políticos que atravessa fruto do afastamento de Berlusconi e nomeação do governo de Monti têm pressionado Itália internamente por via do aumento da contestação social e externamente pelas taxas altíssimas com que os mercados têm castigado a divida Romana. Mario Monti na sexta-feira passada admitia que Itália estaria a um passo de solicitar um resgate financeiro.

Grécia – sobre os Helénicos já tudo foi dito e escrito e preparam-se para ser a primeira Nação a ser sacrificada no altar do Euro Germânico já em Setembro deste ano. O ministro alemão da Economia, Phillip Rösler (de origem asiática, coisas...) numa entrevista dada à televisão pública alemã no passado fim-de-semana chegou mesmo a fazer a seguinte afirmação: “É "possível" uma saída da Grécia da Zona Euro, um cenário que deixou de ser assustador há muito tempo". Se a esta afirmação juntarmos o que foi noticiado (também no fim-de-semana) pelo semanário germânico Der Spiegel que o Fundo Monetário Internacional (FMI) tenciona cessar as ajudas financeiras à Grécia. A intenção do FMI de não libertar mais dinheiro para o programa de ajustamento financeiro negociado com Atenas já foi comunicada à União Europeia, garantiu a revista alemã, citando fontes diplomáticas em Bruxelas.

Espanha: Ao rubro! Um resgate do BCE e Comissão Europeia ao sector financeiro mas que permite comprar dívida soberana espanhola. Com dezenas de manifestações diárias, abrangendo todos os sectores da sociedade que têm culminado em cenas de violência e detenções em massa – curiosamente estas noticias têm sido ignoradas pelos meios de comunicação nacionais que os remetem para uma nota de rodapé quer nos ecrãs de televisão quer na imprensa escrita…No dia em que escrevo este texto (23 de Julho) os juros da dívida espanhola a 10 anos bateram todos os recordes ao ultrapassarem a fasquia dos 7,50%, levando a um descalabro nas bolsas europeias e a um aumento dos juros das dividas soberanas dos países sob (ou em vias de resgate – Itália). Para rematar só me ocorre o que um comentarista económico da nossa praça sobre a situação espanhola: “Imagine-se o caso BPN somado ao caso da dívida da Madeira elevado ao expoente máximo – um barril de pólvora prestes a explodir!”.

Portugal – um tremendo lodaçal onde vale tudo! Enquanto em Espanha a luta por um estado social, Liberdade e Soberania Nacional trava-se na rua por todos os cidadãos, por cá apenas os mais informados se insurgem contra esta austeridade acéfala que alguns (poucos) indicam ser o único caminho levando os restantes, quais carneiros, a segui-los com o cilicio da austeridade não numa perna mas sim ao pescoço.

Na semana passada Fernando Ulrich Presidente do BPI declarou não entender a decisão do Tribunal Constitucional, considerando-a de ser altamente negativa para os interesses de Portugal. Prevendo inclusivamente a necessidade de se mudar a Constituição para conseguir reduzir a dimensão do Estado. Reforçou ainda a ideia dizendo que a decisão é “inaceitável e perigosa”, pois se os investidores tiverem consciência do seu alcance, pensam que Portugal não é um país para investir...se a sua ideia de investidores for uma versão moderna e branqueada de esclavagistas (aquilo a que agora se chama liberais) é capaz de ter as suas razões...

Que alguém ligado ao dito “capital” faça tais declarações não me choca, é um discurso recorrente desde tempos imemoriais, mas que seja secundado nas mesmas por figuras políticas do actual regime, como Paulo Portas que advoga que os servidores do Estado deverão ser sujeitos a mais e maiores medidas de austeridade que os seus concidadãos em virtude de uma segurança no vínculo laboral (cada vez mais precário) isso sim choca-me e muito! Choca-me porque mostra a verdadeira essência dos actuais agentes políticos no poder e fora dele...

Não tenho dúvidas que a nossa classe política estará por convicção (e interesse) na vanguarda dos condes andeiros que a mando de Berlim, ou de interesses bem mais obscuros, tentam destruir as Soberanias Nacionais, Liberdade e Democracias Europeias.

Em face do exposto, não só deste texto mas também de todos os outros (de vários autores) publicados pela AOFA e individualmente em Blogues e sites tudo aponta para que estaremos prestes a testemunhar/vivenciar a queda da União Europeia, o fim de uma Era e o princípio de outra que para já se mostra bem mais sinistra... Se vamos a tempo de a evitar? Duvido, mas também sei que não devemos, nem a podemos ignorar, temos de nos preparar e antecipar com a máxima urgência...se alguns dos nossos concidadãos têm uma obrigação especial e acrescida de o fazer, pois assim o juraram solenemente, os restantes não estão isentos do mesmo dever pois estamos a falar do futuro e da sobrevivência do Nosso País, da Nossa Nação e das Nossas Famílias!

Um Abraço,
Nuno Melo
23 de Julho de 2012.



3 comentários:

andrade da silva disse...

Nesta Igreja rezei e fiz a minha 1º comunhão, a 3, 4 km para nascente vivi os meus anos da escola primária. Adorei esses tempos. Choro a perda, mas como o Nuno diz a Europa toda já Arde.

E Portugal todo arde, porque os dirigentes políticos portugueses, e toda a piolheira nacional, conforme a definiu Eça de Queiroz; os bandos de autistas e eunucos querem é que as mulheres e homens livre e as crianças SE VÃO LIXAR.

Marília Gonçalves disse...

João, meu estimado Capitão, coração de ouro, que não merece tanto sofrer, creia na minha estima e em toda a dor que me trespassa, por si, pelos seus, por amigas e como não pode deixar de ser, por todo o Povo da Madeira, daqui vai o impotente mas sincero abraço! e meu caríssimo amigo, se culpados há, que a sua exemplar força traga seus nomes à luz do dia, para que se crie um abaixo assinado exigindo a magistral pena que merecem frente a um tribunal honesto! Toda a minha estima para o Povo da Madeira, na certeza de que todos os portugueses ficam espoliados dessa beleza infinita, assim como ficamos todos espoliados, dessa alegria contagiosa que cada madeirense transportava consigo. Aqui deixo o testemunho da minha dor, com um pensamento profundo e sentido por Tavira, a Cidade do bom gosto, de que vos falarei um dia! Também o meu belo Algarve, foi ferido numa Cidade qur é alma também da Ria Formosa

andrade da silva disse...

marilia

A tragédia do Algarve,como falo na flor de luto não é menor do que a da Madeira, e num e noutro lugar quem ficou sem nada são os nossos irmãos e como já disse não me desloco de nenhum lado, para nenhum lado, nasci no meio do povo e nunca me afastei do meio povo.Vivi sempre do meu vencimento, nem favores de ninguém, nem credito bancário, para além do da casa. devo cerca de 40 mil euros,porque tive de recomprar a casa (metade) tenho uma poupança de uma vida inferior ao que devo, mas a riqueza e o dinheiro, ou o poder nunca me seduziram, todavia porque é de justiça luto desde 1990 por melhores vencimentos, conforme expus ao governo do então Prof Cavaco da Silva,cujo secretario de estado Oliveira e Costa me dava razão, em oficio que me enviou e guardo, desculpando-se com o nosso subdesenvolvimento, nesse oficio também falava da modernidade e justiça da aplicação dos princípios da equidade e do englobamento fiscal na tributação de todas as rendas, o que o tribunal Constitucional limitou-se a aplicar,e isto nem os defensores do acórdão evocam por manifesta ignorância e preguiça, mas podiam ler Cavaco da Silva,e ficavam a saber um pouco mais. É pena, mas ... são coisas...
asilva