domingo, 26 de agosto de 2012

SEXTA-FEIRA, DIA 24 AGOSTO, O CASAMENTO DA PRETINHA


                                                 Cruzamento de Pegões 1974/75 - os casamento que adoro  - plebeus.



Manhã de sexta, dia 24 de Agosto, sol, luminosidade e calor, e ela, a mui bela pretinha, com o seu noivo branquinho, formoso, lá andam nas mil fotografias no jardim municipal.

Belo cenário, romântica imagem: Felizes, é o momento Zen de uma relação que ora começa, de plenitude até sempre (?), ou talvez nem tanto, por agora, com uma amizade universal desejo-lhes o melhor que os corações almejam – muito, muito amor e  paixão.

Mas o retrato  não fica completo, sem dar uma espreitadela aos convidados, sem nenhum esforço bisbilhoteiro, eles estão ali, e os olhos que veem, só podem vê-los: são plebeus, a minha querida e amada gente, sou plebeu de gostos e feitio, a condizer, mas, agora, quero falar desta moldura humana que me é, como todos sabem, muito querida, e, assim: uns iam vestidos às três pancadas, como é natural entre nós, e outros, como também é normal, entre nós, iam vestidos com outro requinte (?), imitando padrões de consumo, de arte e  engenho de bem/mal vestir de outras gentes, não direi classes, direi gentes, a quem o título de burgueses é simpático, giro e cai bem.

Uns convidados eram brancos, outros negros, estes, todos, vestidos a preceito e arrumados em dois grupos: um de quatro elementos separado dos outros negros e dos brancos, um mini grupo à parte, os outros estavam inseridos no todo.

No grupo dos brancos lá acontece as coisas paranormais/normais que referi, de se querer parecer outrem, um personagem diverso do nosso eu, (ou talvez não, sei lá?!...) desta feita lá ia ela com o seu belo vestido de seda verde e sapato alto da altura do Everest – My God! Que equilíbrio, quiçá tortura! Por uma, ou outra razão, ou mesmo por outras sobrevindas, a princepezinha lá tirou os sapatos, e deslocou-se descalça, em público, no jardim municipal, para as fotos- simplesmente Divinal.

O meu povo é desta fibra, igual aos plebeus africanos, asiáticos, americanos, amo-o, e amo-os, mesmo quando me desgostam, por copiarem os padrões da tal outra gente, mas é giro ver uma Vénus, uma Tágide, de pé descalço, a condizer. Que belo! Louco!?...

Felicidades aos noivos e obrigado por estes momentos de céu azul que partilho com as minhas amigas e amigos na luminosidade da graça desta natureza e humanidade que nos torna parte do cosmos.

Tudo isto é céu azul, sim!

 Como diz o meu amigo vidente da Madeira – Deus não é Deus, é uma Deusa, também acredito em Deusas, na sua beleza fatal, só que ele já a viu em todo seu esplendor, rasgando os céus, anunciando-lhe a eternidade, enquanto eu, só acredito, e vou morrendo à beira mar ou à beira vida, perante tanta beleza infinita. Estes olhos….

Felicidades a esmo para todos: Luas, sóis, estrelas errantes, galáxias. Felicidades, bom domingo e bons dias, mesmo “tando” a coisa, aqui, preta, muito preta.

Abraços e beijos, segundo os costumes-

andrade da silva


1 comentário:

Marília Gonçalves disse...

interessante mergulhar no passado até as calças pata de elefante do noivo, a noiva como todas as noivas intemporal e o Capitão tinha ido aos treinos, tinha pois, com aquele físico... metia respeito,duvido que alguém a menos que armado ousasse meter-se consigo.
Abraço amigo
Marilia