sexta-feira, 18 de janeiro de 2013

UM DEPOIMENTO COM VIDA, EM DISCURSO DIRECTO.






A nossa má sina começou lá bem atrás. Escusam de dizer que foi só com o PS, começou com Cavaco.

Era um ver se te avias, aqui, no Alentejo, que é o que conheço mais de perto, chegaram vagões de dinheiro da UE, para quê? E para quem?

Para arrancar vinhas, depois para arrancar oliveiras, depois para plantar linho.

Agora, imaginem só, vi, com os meus olhos, ali, para os lados do Redondo, uma herdade que é de um tal senhor R…,  que foi director de campanha de Cavaco, sim, esse mesmo, tinha uma plantação ranhosa de linho, coisa, por aqui, nunca vista, ao que perguntei o que era aquilo, lá me explicaram que era linho, e que tinham vindo chorudos subsídios para tal.

Adiante, eis que volto lá muito mais tarde, e que foi, que vi? Que o linho não tinha sido colhido e as sementes tinham caído à terra e voltou a nascer mais ranhoso que a 1ª vez. Ao que me disseram tinha voltado a receber mais subsídio, sem sequer ter lançado à terra mais sementes.

 Imaginem coisas destas em barda, claro! Só podia enriquecer uns e deixar os mesmos de sempre mais pobres. Isto, passou-se em muitos sectores produtivos, onde, se investiu dinheiro, e depois destruí-se.

Conto-vos outra, também vista no terreno com os meus olhos, essa, aqui mesmo, nos arredores de Estremoz. Tenho o costume de dar passeios no campo na primavera, vou num desses passeios, e vejo uma extensão de terra, onde, antes havia oliveiras centenárias , estava limpo e com nova plantação de azinheiras ou sobreiros não sei bem ou dos dois, as pequenas árvores estavam metidas em mangas de plástico azuis. Pensei, do mal o menos, ao menos, ficamos com montado, mas começo a ver que as mangas estavam quase todas vazias sem planta, abeiro-me delas para ver, pensando eu que as plantas se tinham perdido (secado), não! Não senhor! Nunca tiveram lá plantas, foram colocadas vazias.

Vim a pensar no caso e informei-me, disseram-me que as árvores eram contadas via aérea para obtenção dos dinheiros dados para replantar o montado. Nem mais, lá do alto só contam o azul da manga, e assim se gastou o dinheiro que os que o receberam, gastaram em proveito próprio, sem acrescentar mais valia ao país.

E acabo já aqui, porque é um começar e não acabar e até fico numa inquietação que me põe doente.
Abraço


3 comentários:

Marília Gonçalves disse...

As grandes verdades! que só não vê quem não quer!
Mas hoje cada vez há mais filhos do Povo a verem a triste realidade que tanto os faz sofrer! até um dia... é o que mostra a História, quando o sofrimento se torna insuportável e os Povos dizem não, são sempre os tiranos que perdem! Desde sempre! (devem é ser burros para não o perceber)

Marília Gonçalves

andrade da silva disse...

Até um dia.... qual? A maioria das pessoas só vêm o que os agulheiros do povo permitem. Está por fazer a melhor síntese da generosidade humana contra a globalização da maldade. A sabedoria e a generosidade nunca governaram em parte alguma, ou tempo os povos.
Em termos de sistema social e politico estamos quase ao nível da estaca zero, no cosmos já descoberto ou achado.
abraço
asilva

Marília Gonçalves disse...

Abraço Capitão, peço desculpa, mas o abraço tinha ficado no "tinteiro informático"
Agora sai a dobrar: Bom Sábado João.