segunda-feira, 11 de fevereiro de 2013

Súplica a Portugal





Súplica a Portugal


Portugal vem-me buscar
Meu país meu bem, meu deus
Estende teus braços de mar
Leva-me a navegar
De vota aos caminhos teus.

Portugal vem à procura
De tua filha distante
Vê que me afundo em ternura
E de toda esta lonjura
Não há quem me desencante.

Portugal olha por mim
Estou pr’além dos Pirenéus
Minha dor não chega ao fim
E se pra tão longe vim
Foi por desdita dos meus.

Portugal, vem-me buscar
Meu país e meu amor
Olha meus braços abertos
onde só cabem desertos
Cheinhos da minha dor

Marília Gonçalves.

4 comentários:

andrade da silva disse...

Marilia

Belo, lindo, sentido.

A saudade de uma portuguesa que está longe.Saudade partilhada por milhões de portugueses da Diàspora.
abraço
asilva

Marília Gonçalves disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Marília Gonçalves disse...

Obrigada por seres um justo Capitão e acima de tudo Humano. Trago a teu conhecimento que a Revista portuguesa Latitudes, que junto da Lusofonia, há anos consecutivos, divulga a Cultura, da Lusofonia, agoniza hoje por falta de apoio! Os descendentes da Lusofonia, ficarão, pelo Mundo muito mais pobres, incluindo os Portugueses da Diáspora, que se irão sentir ainda mais sós e mais abandonados e excluídos! Como cidadã portuguesa e como Poeta, insurjo-me violentamente, contra mais um crime Cultural, cometido contra a nossa Língua, que perderá assim um dos seus meios privilegiados de se espalhar por todo o lado!! depois de diminuir o numero de professores de português, de nos fechar Consulados, por todo o lado e que nos representavam e que eram um pouco de Portugal, presente na distância, afora, as más políticas dos nossos governantes sucessivos, deixam morrer uma Revista que era traço-de-união entre os filhos de Portugal, pelo Mundo e ainda entre estes e os outros Povos da Lusofonia. Em que vos incomodava a Revista Latitudes, senhores governantes? Para por vossa incúria, condenarem ao silêncio uma Revista essencialmente Literária e Artística!!! o Director, que fala comigo constantemente, nem coragem teve ainda de me anunciar a morte de Latitudes! Espero o próximo número em que me anunciou uma surpresa, que ainda tive a ilusão de julgar boa...temo agora, segundo o que soube por colegas, que seja a morte de Latitudes a péssima e triste surpresa!!!

Marília Gonçalves

Marília Gonçalves disse...

Não só saudade Capitão, o que magoa, os filhos de Portugal obrigados a partir, além da saudade violenta, é a sensação de exclusão, de filhos abandonados a um destino trágico e mais grave que esse abandono, seja modelo de comportamentos de irmãos, que troçam e excluem o emigrante, que regressa e emigra de novo cada ano, numa sucessão de dolorosas partidas sempre renovadas. Tudo isto porque péssimas políticas de todos os governantes eleitos desde o 25 de Abril, nunca soube, num diálogo aberto com o Povo português onde quer que trabalhe ou resida,explicar a irmãos, o que os outros irmãos são,para além das remessas de dinheiro enviadas durante décadas para Portugal! mas o emigrante não foi apenas as remessas, mas um rasgão na alma, por ter que deixar, família, amigos, casa, aldeia, cidade!para ser na estranja sempre olhado como invasor.
Aqui fica hoje um breve testemunho
Assim que me seja possível, voltarei ao assunto de forma mais completa.
o meu imenso abraço ao Homem de Abril, que és,sempre irmão de todos e com todos preocupado. Obrigada Meu Capitão, por gostares do que escrevo em verso.
Posso ficar a agradecer-te eternamente, que nunca agradecerei que me chegue, a tua parte de Abril.
Marília Gonçalves