segunda-feira, 11 de março de 2013

PORTUGAL QUE FUTURO?




        NOTA: “O Portugal de que tenho falado e volto a falar , é o palco de um grande tragédia, e  é o nosso: dos jovens, nossos filhos; dos nossos parentes, amigos e familiares, e o meu e o teu, o  de todos os que vivem com base no trabalho, ou no rendimento pós trabalho,  desde o  operário ao médico do SNS,ou quadro superior do Estado.”


Espantosamente, apesar de andarem por aí a dizerem  que todos os diabos que provocam a guerra  rondam a Europa, e que a Europa  só ainda está tranquila,porque  transporta as múmias de duas guerras,e, por isto, mantém a guerra diferida e, nesta linha ,por cá o   imobilismo expectante,  leva a que muitos esperem por  2015,para esconjurarem   estes dias negros,e á frente deles todos encontra-se o Presidente da Republica que declarou o  que é, no prefácio da obra sobre os seus dois anos de  Presidente,  como  diz Marcelo Rebelo de Sousa,para concluir que dele só se pode esperar silêncio,ou os comentários do costume que o governo desconsidera: não ouvindo.

Neste ambiente e sem ter a presunção a despropósito e despropositada que nos batalhões e batalhões de descontentes   serei o único que vou com o passo certo, isso, seria reproduzir a anedota da mãe em relação ao filho recruta, que ele, sim,  ia com o passo errado,  quando a mãe julgou o contrário, só que  tenho dúvidas sobre as músicas, hinos e passos cruzados que nestas manifestações se  deparam.

Todavia, não sendo esta a questão,o que acontece  é que nestas marchas há vários toques de caixas, vários passos e nem todos os concidadãos, ou muitos   parecem  não estarem  a captar estas diferenças, o que, pode ser letal, e para que conste, para memória Futura, lá me exponho a estas considerações que não são muito queridas pelos optimistas do hoje, será, sobretudo, importante sobreviver hoje,para lutar amanhã -  o que se fizer ou não se fizer hoje pode comprometer, de um ou outro modo  trágico, a nossa vida colectiva por dezenas de anos, como em 9 de Março de 2013 foi referido  por Clara Ferreira Alves no programa eixo do mal, da SIC, de 9 de Março 2013.

Nos batalhões de descontentes de cujo grupo faço parte e lá marcho, vão todos com o passo certo no que toca ao PRESENTE, ou seja, manifestar o descontentamento por aquilo que está acontecer, que este governo deve ir embora e a governação da Europa se alterar, como diz Boaventura Santos,  (revista Visão de 7-13 Fevereiro 2013) as pessoas marcham pela DEMOCRACIA,  pela DIGNIDADE e por PATRIOTISMO, o que, também  venho a referir desta há muito, juntando uma outra dimensão fundamental: o DESENVOLVIMENTO.

 De facto as pessoas marcham, porque a economia do país está a ficar arrasada, e nós numa rota de empobrecimento que nos vai atirando para   os níveis de vida de 2004, até com o suposto desejo de diminuição  do salário mínimo que já é de pobreza grave, ( Terror e horror), contudo para os desempregados  é já o Inferno, já estão próximos do  ambiente social semelhante ao de Marrocos, para onde de acordo com as nossas riquezas exploradas e produção de riqueza interna, imoralidade e corrupção seremos atirados, irrevogavelmente, se não agirmos em todos os eixos acima referidos: DEMOCRACIA; DIGNIDADE; PATRIOTISMO, DESENVOLVIMENTO.

 E, como desde Ferreira Leite,  Santana Lopes,  Almirantes e Generais das Forças Armadas, Pacheco Pereira, Freitas do Amaral, Mário Soares, Pires de Lima ( que fala da escravatura fiscal) Jorge Coelho,  trabalhadores, classe média,  verdadeiros destruidores políticos do carácter de gente pobra que lutou pela democracia e pelo seu país, há o consenso de que a democracia, e o reerguer de Portugal já não é possível com este governo por um duplo motivo: não governa para além da escravatura fiscal e pela  sua completa submissão a Merkel/ FMI/BCE, pelo que deve ser demitido, mas não é, e, aqui, está a grande QUESTÃO:  QUE SOLUÇÃO PARA O FUTURO?

A questão é que o Presidente da República não demite este governo, porque é parte do problema e o PS NÃO QUER A DEMISSÃO DESTE GOVERNO, porque também é parte do problema, e, ambos PR e PS  esperam que PPC fique até 2015 e que tenha algum sucesso nestas politicas, sobretudo na área da reorganização da balburdia governativa, e que em 2015 parta e deixe a governação ao PS, com menos escolhos que actualmente, e, neste âmbito nem o PR, nem o PS farão algo que contrarie esta perspectiva calculista do PS e de inacção e imobilismo do PR, todavia este joguismo pode falhar, e, então temos 2 caminhos:

                                                            a.  A ALTERNÂNCIA

    O PR e o PS com o agravamento em espiral do  empobrecimento do país, e as contestações sociais verificam que é  insustentável o exercício da governação por este governo, se nem sequer  receber algum  prémio de Merkel e do sindicato dos países ricos do norte, e sobretudo quando se convenceram também que  a continuação de tão trágica governação tornará Portugal num país miserável por décadas, e, então, o PS juntar-se-à ao PCP e Bloco de Esquerda para o Presidente da República demitir este governo e convocar eleições, o que,  no limite e a muita dificuldade o PR fará, seguindo-se uma alternância de mais do mesmo, embora o PCP e o Bloco de Esquerda calculem que o governo que se seguirá não pode ser só do PS e muito menos do PS/PSD,  mesmo sem Passos Coelho, como necessariamente acontecerá.

 PPC não será mais candidato a 1º Ministro pelo PSD, nem ele quer.  Na actual conjuntura somente quer cumprir a  tarefa actual que lhe foi atribuída pelo DEUS TODO TENEBROSO DO CAPITAL FINANCEIRO   MUNDIAL, e depois espera sentir-se muito confortável com as recompensas a receber, mas também neste quadro de eleições antecipadas  a mão invisível e quase todos desejam  que  António Seguro, nada seguro, já não seja o timoneiro do PS, seria bom, mas o líder que se segue nunca deveria ser António Costa, mas, seja como for, esta é a solução com uma crise politica de baixa intensidade que poderá satisfazer as estratégia dos partidos, diferir as graves questões que enfrentamos, mas não as resolver. Contudo chegados a este patamar uma significativa parte do  movimento de contestação social tenderá a considerar significativamente alcançados os seus objectivos e  regressará à normalidade/ anormal da alternância, que  governará o país até à próxima crise, e haverá também uma enorme frustração e  cansaço dos que queriam  uma alternativa significativa  a estas politicas dos partidos. Quadro este que será  tão mais activado, quanto as eleições alemães o possam favorecer, isto é, uma derrota de Merkel, não provável, era oiro sobre azul.

 Contudo o governo pode cair pelos movimentos sociais, mas não de um modo  tão concordante com a visão do PCP que  se considera a força hegemónica e sobredeterminante do sentido e querer desses movimentos, o que, procurará garantir. Todavia se estes movimentos se radicalizarem e destituírem o governo, sem aceitarem a emergência de outro de alternância, temos então um verdadeiro e grande problema politico que poderia servir para o inicio da REVOLUÇÃO POLITICA deste Século, para PORTUGAL;

                                   b- A  REVOLUÇÃO POLÍTICA EM PORTUGAL.

 No caso dos movimentos sociais saírem ganhadores e quererem uma alternativa politica, então, no terreno organizada só existe a do  PCP, ou em resposta a uma eventual grave crise politica de caos ou queda do poder na rua, pode surgir uma solução musculada militar ou politica-militar com expressivo apoio da união europeia, e quanto a esta já todos conhecem o resultado, embora muitos a considerem impossível, mas não é, obviamente,   a história de Portugal  diz que é muito difícil, porque a juventude, actualmente  não a aceita,  como também pode não aceitar outras,e,aqui é que está o VERDADEIRO PASSO ERRADO DE MUITOS NESTES MOVIMENTOS SOCIAIS DE CONTESTAÇÃO  ou seja, MARCHAM, MARCHAM protestando mas não estão a criar o PROJECTO POLITICO DO FUTURO PARA O APROFUNDAMENTO DA DEMOCRACIA, naturalmente livre e participativa; A DEFESA DA DIGNIDADE HUMANA, do nascimento até à morte; O DESENVOLVIMENTO para evitar o empobrecimento forçado e a DEFESA DA SOBERANIA NACIONAL, e, de igual modo, o grupo de LIDERANÇA, e o certo, certo é que dentro e fora destes movimentos, não o representando,  há grupos, forças politicas com o passo certíssimo e que assaltarão o poder, se este perder o rumo, não tiver nem projecto, nem liderança, exactamente porque após a queda do governo, se for pela via  dos movimentos sociais, quem tiver unhas dentro ou fora destes movimentos, vai agarrar-se ao poder,  e  se estes vencedores   não forem os do  projecto nacional que a Nação precisa, podem instalar-se no poder de um modo musculado por muitas décadas.

                                            c-  A INACÇÃO PRESIDENCIAL

 Haveria sempre a hipótese de um governo de iniciativa presidencial, mas depois do que tem dito, e redito, o PR, tal expectativa sai gorada, e só será accionada se os DEUSES DA GUERRA  POR   À SOLTA  AMEAÇAREM PORTUGAL COM UM PROFUNDÍSSIMA CRISE SOCIAL COM CARÁCTER POLÍTICO E VIOLENTO, pois parece que  se nunca tomar esta dimensão, provocatoriamente nem Governo, nem a Troika parece querem ouvir o que Portugal diz.

                                           d- INTEGRAÇÃO NO QUOTIDIANO POLÍTICO, COMO SOBREREGULADOR DA ACTIVIDADE POLÍTICA, DESTES AMPLOS E FORTES MOVIMENTOS DE CIDADANIA.

Seria algo de NOVO E  REVOLUCIONÁRIO e uma grande conquista civilizacional e da cidadania que estes movimentos sociais  conseguissem manter-se fortes, vigorosos e impetuosos, fora das esferas partidárias,  para o que têm de vencer o cerco que os partidos e os sindicatos com a colaboração da Comunicação social estão a fazer, e, como tal, para além da Assembleia da República fossem em última instância os defensores da República e da legitimidade das Governações  obrigando a acção governativa a respeitar o contrato social inscrito na Constituição da República e nos programas políticos  votados, bem como das respectivas promessas eleitorais feitas nas campanhas e que são a informação de recência que influência significativamente  a orientação de voto, por ser a  informação mais presente na memória, o chamado efeito de recência, isto é  a memória privilegia as últimas medidas governativas e discurso em detrimento das medidas perdidas pelo meio, sendo também importante as iniciais, (efeito de primazia) , mas  aqui a desvantagem deste governo é notória.

                                                         CONCLUSÃO

 Como as coisas vão: ou chegamos  a uma tragédia com este governo; ou  a mitigamos com uma alternância através de eleições, hipótese mais provável; ou num quadro de uma grave crise politica se não se constituir antes uma  sólida e mobilizadora alternativa nacional à tragédia, esta será inevitável  e inimaginável. Todavia  mantém-se,  como caminho para superação da crise, os movimentos sociais se ganharem o estatuto REVOLUCIONÁRIO E,OU CONSTITUCIONAL de sobreregulador, em nome da cidadania e da democracia participativa, da actividade politica.

 Logo ACORDEMOS PARA UMA LUTA LONGA E TOTALMENTE DIFERENTE DAS LUTAS DO PASSADO. PORÉM A ACTUAL GOVERNAÇÃO QUER LEVAR-NOS PARA O PASSADO.

andrade da silva

2 comentários:

Marília Gonçalves disse...

A Praça, a Praça é do povo
como o céu é do condor.
CASTRO ALVES

Vem desce à rua
poeta meu irmão!
No mundo a plebe
continua
nua, vem
traz- lhe o teu poema-coração.

Lembra Castro Alves
verdadeiro!
Voz dorida, sincera.
Ele foi o primeiro!
Nós continuação
do que ele era!

São precisos versos d’emoção!
Versos pra despertar
a letargia de cada coração
vem prá rua cantar!
Recorda o menino que dizia
que a Praça era do Povo!
Tal como nesse dia
acordemos à voz da poesia
a Esperança, o Mundo Novo!

A nossa voz, irmãos de poesia
será circulação universal!
Românticos poetas, cada dia
terá de ser, semente triunfal!
Há senhores, escravatura
hoje diferente, agrilhoando a voz
o pensamento! A nossa gente!

Castro Alves virá à nossa frente
mostrar-nos a luta do presente!

Vem desce à rua
de braço dado não temos medo
o sol ilumina-nos o dia
nos confins do degredo!

Escuta a voz
do poeta que em mim fala
espelho da tua voz!
Não é poeta aquele que se cala
poetas somos nós
que iremos avançando...
abrindo a noite
incendiá-la em luz!
Vencendo a lama atroz
que o mundo exala.
Para abrir céus azuis.

Vem! Vamos despertar a humanidade
em cada ser humano!
Atravessemos os campos a cidade
dia a dia, ano a ano!
Então nosso cantar terá sentido
Castro Alves condor
trás em versos o povo reerguido
saiamos do torpor.

Poetas:
nossos versos, o poema
tem seiva de vida secular
vamos quebrar aos povos a algema
que agrilhoa o pensar.
É chegado o tempo de outra luta
elevemos a Esperança
à certeza final que nos escuta
como atenta criança.
Unidos braço a braço, forte voz
faremos ecoar no infinito:
findou o reino do algoz
só ele é o proscrito!
Vamos abrir os cofres onde pão
sem serventia não tem outro valor.
Que repartido dê a cada irmão
a Dignidade, semente do Amor!

Voltemos a dar à poesia
a força da voz dos oprimidos!
Poetas saiamos para o dia
não queremos sofrimento nem gemidos!
Esse mundo fraterno que Jesus
ao mundo prometeu
será de Paz compreensão e luz
entre crente e ateu.

A poesia tem o dedo apontado
contra o usurpador.
Não queremos nunca mais o pão fechado
não queremos ver mais dor.

Poetas!
Castro Alves está presente!
Vamos seguir-lhe o passo!
Nunca mais nos morra friamente
um irmão de fome, de cansaço.

É urgente mostrar à Juventude
a beleza do Mundo!
Acabando de vez com a torpitude
nós trazemos do fundo
humanos fraternos sentimentos
para cada criança!
o mundo pacifico criemos
fraterna luz de Esperança!

Então voltará a alegria
e o terceiro milénio
será enfim
o Mundo da harmonia
em nova transfusão de oxigénio!
Respiremos de paz!
Consciência justa
nada tem a temer
venha do mundo inteiro
a voz que faz
a nossa voz romper!

Do Grito Solidário e Futurista
o Mundo Vai Nascer.


Marília Gonçalves


Marília Gonçalves disse...

Capitão, da tua Consciência Cidadã, sempre Alerta, do teu Amor Pátrio, do teu saber e do homem de terreno junto ao Povo, surge esta profunda constatação, duma realidade que nos pode efectivamente reservar surpresas. Que à tua clarividência se junte rápida a deste Povo, quando já muito pouco tem a perder e o desespero cresce por culpa agravada do Governo, cada dia que passa! Outras políticas se impõe, para podermos regressar à Dignidade dos Direitos para todos, iniciados em Abril de 74, e prematuramente interrompidos, com o dealbar do maléfico 25 de Novembro, cujas consequências, hoje, melhor que nunca, podemos medir! Para evitar o surgir dum Salvador da Pátria, que desgraçadamente já foi experimentado em Portugal e nos roubou 48 nos de História, é urgente uma tomada de Consciência do Povo que trabalha, ou deveria trabalhar, se esse Direito, lhe não fosse negado também, entre os mais direitos no Portugal espoliado. Uma acção, organizada e reflectida dum Colectivo Popular, seriam um inicio de Caminho, para i regresso duma Esperança que actia reerga Portugal. Apelo pois contigo, Capitão, aos filhos de Portugal, cansados de sofrer e de ver mirrar Portugal política e economicamente, para que façam o gesto Cidadão que os salvará, exigindo de imediato a demissão deste Governo, e exigindo um programa político coerente e claro, para futuros candidatos a possíveis eleições a curto prazo, para que nunca mais, o horror a que se assiste se posa repetir, numa perda da identidade Nacional, hoje enfeudada à Europa da Merkel e aos senhores do Mundo através da política de Mundialização, em que o primeiro a ser Mundializado pelas forças do Dinheiro, foi o sofrimento dos Povos!. Em pé Povo de Portugal! Forte e Digno para reconstruir o Futuro de Portugal e de seus filhos. O meu abraço amigo e a minha profunda admiração, por superares dores próprias, para te ergueres em filho Digno de Portugal.

Marília Gonçalves