sexta-feira, 18 de setembro de 2015

05 - POEMÁRIO * A vergonha de nós




Dilui-se na memória

o tempo dos algozes

que morreram na cama

que foi negada aos justos



No pó do esquecimento

há muito jaz a História

que espera o julgamento

dos carrascos impunes



No Letes da vergonha

a corrente ensanguentada

desliza para o mar

que salga os tons azuis

da utopia celeste



No chão nosso da vida

abrimos os covais

dos sonhos derradeiros

no adeus da despedida





José-Augusto de Carvalho
Alentejo, 18 de Setembro de 2015.

Sem comentários: