Para todos aqueles que não se renderam em Novembro
Não mais, Abril, serás um simples mês
de um qualquer ano, em maquinal vaivém
de fatal movimento planetário!
Padrão moderno, assim te quis e fez,
repulsa do sarcasmo e do desdém,
o braço instante, estreme e voluntário.
O Tempo em tantos tempos derivado
cumpriu-se no caminho percorrido!
O lenho que deu mar ao mar que havia
voltou ao pátrio solo definido
e o rústico pinheiro, transformado,
ganhou raízes novas em Leiria!
De ciclo em ciclo, o tempo imaginário,
caminheiro, desvenda e traça rumos
e sempre um novo azul fecunda e gera.
Abril é deste tempo asserto e prumos!
Abril será o tempo necessário,
diverso ciclo, a mesma primavera!
José-Augusto de Carvalho
In “Sortilégio”, Lisboa, 1986.
1 comentário:
Um abraço do Abril de pé.
asilva
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