segunda-feira, 23 de janeiro de 2017

FERIDAS DA REVOLUÇÃO

Couço agosto 75 Capitão  do MFA Amilcar Rodrigues, a jovem e linda camponesa de pés descalços. MY GOD!


Victor Hugo Bernardino diz:

Vale sempre a pena fazer aquilo que gostamos e entendermos por bem.

Agora, a intervenção na Reforma Agrária? Para que serviu?

Para os seus tutores "coordenadores" e amigos se encherem e darem cabo de tudo ao desbarato? Foi para isso que serviu?

Me desculpe o desabafo, mas sei do que falo, quem fui politicamente, nunca o nego, nem negarei, mesmo nos últimos suspiros. Sei que muitos o negam para parecerem defensores da "liberdade" desta "democracia" que, infelizmente, chafurda dentro deste monumental "Bananal de Merda" cada vez mais podre e fedorento, mas de bolsos cheios, a rirem-se dos camelos, como eu, a vê-los serem libertados pelo sistema que criaram para bem deles.

BILHETE POSTAL:



PAZ,JUSTIÇA, DESENVOLVIMENTO

Caro Victor Hugo

Como disse, em 1975, a Reforma Agrária nunca se fez, e a revolucionária precisaria de meios e da LEI que saiu muito atrasada.

 INDUBITAVELMENTE, como todas as provas provam, se tivessem dado ao MFA os meios que solicitei : engenheiros agrónomos, gestores e juristas e a lei, e  se Pezarat Correia não me tivesse tirado - porque quis, da zona de intervenção do Couço a Mora e Montemor - como TODOS SABEM (e não lhes interessa revelarem, na vasta zona de Alcácer a Évora,) as coisas teriam sido outras, e, também, se no contexto das comissões paritárias não tivesse havido sabotagens ou dos proprietários, e, ou do governo e, ou dos sindicatos a panorâmica agrícola do Alentejo e do país tinha mudado para melhor: com agro- pecuária em termos  industriais  no Alentejo ( agro-indústria e industrias agro-alimentares), coexistindo a propriedade privada, cultivada; cooperativas e, se ,e quando, necessário propriedade estatal; e o emparcelamento agrícola a norte.

Na Revolução é a Revolução que comanda os acontecimentos, em Portugal, ou em qualquer parte da Terra e mesmo em Marte, quando lá houver revoluções, foi .é e será assim .Todavia na Revolução de Abril faltou quase tudo e continua a faltar. No Alentejo deram-se, nestes tempos pós 25 Novembro vergonhosas indemnizações para não produzir.

Houve ocupações mal feitas, o MFA, desocupou algumas, e evitamos outras, por exemplo, a herdade de Palma, em Casebres, onde, antes tinham detido na Casa do Povo o meu camarada Major Chumbinho, logo, houve erros, mas a lei Barreto é uma monstruosidade Inconstitucional face à constituição de 76,que foi uma bomba de “napalm” sobre tudo e todos: destruição de culturas, empregos e mortes
Todavia, pós 25 de Novembro 75, disse ao meu camarada tenente coronel Galamba de Castro (camarada que me recebeu em Lisboa, quando a 27 de Novembro 75 Pezarat Correia me deu alguns minutos para abandonar a Região Militar ) que novamente erravam, ao tirarem-me do Alentejo, porque, poderia ajudar a corrigir erros, sem matanças.

Nesta altura por ordem do Sr. general Eanes estudei muitas reformas agrárias do Mundo, desde as franquistas à israelita que, em 1976, achava um modelo adequado para Portugal.

Em 1976 ainda escrevi sobre o sonho que sonhara para o Alentejo, mas, rotularam-me de comunista, e entregaram-me, sem protesto de NINGUÉM, aos FLAMISTAS DA MADEIRA para ME MATAREM, o que ia, acontecendo, em 18 de Abril 1976. Tive de me defender, contra o Gang “ Os diabos á Solta”, depois fui preso por 2 anos ,e tratado com um perigoso bandido. Tinha 26 anos, acompanharam-me, então, muitos camaradas, ente outros: Carlos Fabião, Otelo, Vasco Gonçalves, Ferreira de Sousa, Duran Clemente, Golias, Lameirinhas, Miranda, Reis Vermelho, Pinto Soares, Cruz Oliveira, Dinis de Almeida, Custódio Pereira, Mário Tomé, Luis Sequeira, Torres, Matos Borges, Barbosa Pereira, Major Rapola; Brisses de Carvalho, Almada Contreiras, 1º sag Pina, Matos Serra e, entre os civis dezenas / centenas de alentejanos : Inocêncio ,Pias, Modesta, dezenas de amigos das UCP, Zeca Afonso, Dr. Sítima e Crisóstomo, D. Helena, a Joaquina, muitos amigos de Almada, os meus advogados Drs Xencora Camotim e Goucha Soares etc. etc, contudo, nunca recebi qualquer mensagem de qualquer politico.... coisas...

Nestes transcursos, defendi junto do Conselheiro de Estado , o nosso concidadão Ramalho Eanes, nos 30 anos de Abril que era tempo do Estado Português pedir desculpas aos que foram injustamente feridos com o 25 de Abril 74, desde logo, os que foram mortos e as vitimas do cruel processo da colonização fascista que conduziu a uma descolonização cheia de tragédias.
Contudo, foi uma tarefa maior no Alentejo, do MFA e também dos partidos, de entre estes, sobretudo, do PCP termos evitado o derramamento de sangue durante a revolução. No Alentejo CONSEGUIMOS!...... FOI UMA GRANDE VITÓRIA QUE O 25 de NOVEMBRO 75 NÃO RECONHECEU, e, COM ISSO, FEZ UM MAL TERRÍVEL À NAÇÃO PORTUGUESA.

MAS EIA :

UM DIA PODERÁ SER ASSIM:



A HUMANIDADE TERÀ DE VENCER!

andrade da silva

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