sexta-feira, 24 de fevereiro de 2017

EXECUÇÃO- NÃO!..(1)


NOTA: FACTOS CONCRETOS DA HISTÓRIA DE ABRIL OCULTADOS. OS VAMPIROS TAMBÉM COMEM, E BEM MAIS AINDA, E MELHOR, AS FOLHAS DA HISTÓRIA. DA MINHA PARTE DOU-LHES UM COMBATE TOTAL À MINHA ESCALA... MAS POUCO POSSO. OS MENTIROSOS E FALSÁRIOS, “HEROES” DA VILEZA TÊM MUITO CÚMPLICES E SEGUIDORES MILITANTES -SEITAS




Em Agosto de 1975 o SR. Brigadeiro Azeredo disse-me na reunião de Tancos que já não podia ir para a Madeira, porque não tinha representatividade, antes tivera, e o Sr. General queria-me lá. Não fui, porque o sr. general Fabião achou que a minha presença era fundamental no Alentejo, como contribuidor, em nome do MFA, para evitar a violência social que houve, por exemplo, na 1º República.

Orgulhamo-nos por nunca no Alentejo ter surgido algo como o que a foto mostra de factos ocorridos na 1º República , apesar dos momentos de grande tensão, nomeadamente em 7 Março 75 , em Setúbal ;13 Março 75, em Montemor Novo frente à casa de Vacas Nunes, ou a detenção pela população de Casebres do meu camarada Major Chumbinho ,na casa do povo de Casebres etc.etc. etc.








Cenas 1º República


Todavia, pós 25 de Novembro 75, depois de me rotularem de comunista, de responsável pela morte por ataques , julgo que de soberba, de latifundiários, o sr. general Ramalho Eanes mandou-me para a Madeira, antes, através da sua intervenção não fui preso, de acordo com a suposta lista do major Aventino Teixeira , isto, segundo o tenente coronel Galamba de Castro, que me recebeu em Lisboa em 27 de Novembro 75, na sequência da decisão do sr. general Pezarat que me deu alguns instantes para abandonar o Quartel General de Évora ( tinha 27 anos, era capitão). Agora, diz-me um camarada, o FS, que ninguém da Região Militar de Évora foi preso, porque a isso se opus o sr. General Pezarat, se sim, o meu Bem-haja, porém...

Porém, todavia, contudo, sabendo que andavam a por bombas na casa de colegas meus excepcionalmente calmos, como o Ramos Teixeira, apresentador na RTP Madeira, moderadamente considerado socialista; alguns supostos comunistas abandonavam a Ilha, como o padre/dr. Paquete de Oliveira; a minha família deixou de falar com a minha mãe e irmãs por causa da Reforma Agrária, por ser um perigoso comunista, um Anticristo, o mesmo com o meu professor da primária, Vergílio Pereira, que veio a ser vice de João Jardim, achei ,e comuniquei a Vasco Lourenço que não havia condições para poder ir para a Madeira que os bombistas eram meus antigos colegas ,que me conheciam muito bem ,porque fora secretário diocesano da juventude católica e do centro Académico, (rua dos Ferreiros 175 Funchal) e comandante de Bandeira da Mocidade Portuguesa, 2º Comandante da MP no Funchal, logo, seria mandar-me para a guilhotina, porém, Vasco Lourenço ainda, julgava que andava a preparar a resistência no Alentejo, quando ia lá buscar cuecas que nem tinha tido tempo de arrumar, apesar, de todo o apoio dos meus camaradas Major Abreu e Major Gil, na arrumação da mala.

Para não me prenderem por recusa ao embarque, recusei embarcar por duas vezes, sou recebido, em 13 de Março 1976, pelo sr. General Eanes. Em 17 de Março parto para Madeira, em 27 Março apresento uma queixa, por escrito, ao Sr. Brigadeiro Azeredo, porque fui ameaçado de morte por um Flamista, de seu nome Firmino - não me queriam lá. O sr. Brigadeiro diz nada poder fazer, que me defendesse. Em 18 de Abril 1976 sou cercado pelo Cang - os diabos à Solta- 9 foram identificados pelo policia de serviço, mas penso que seriam uns quinze, queriam linchar-me. Para fugir ao cerco e evitar que o individuo que se lançou sobre mim me agarrasse, desarmasse e matasse abri fogo, disparando um tiro, em legitima defesa, como todos o fariam. Sou preso e passo 20 meses em prisão preventiva no forte da Trafaria às ordens do Juiz Rui Gonçalves Pereira, alguns meus camaradas militares  e dezenas de alentejanos -povo ficam alarmados com estes acontecimentos, mas a maioria e os responsáveis políticos, TODOS, nem sabem que isto aconteceu - grandes homens, revolucionários, humanos e democratas!

Mas para que me mandaram para a Madeira ?

- Eia o que escrevi, então, sobre a dita reunião com o general Eanes (1º página de 3)

                                              MEMORIAS SANGRANDO .

PS:
Todavia porque não me prenderam antes, será que queriam que me ....? Sei a resposta e outros sabem, mas eles os que me mandaram é que a têm de a assumir, ou seja, não me prenderam por causa do 25 Novembro 75 como fizeram a outros, era chato, mas deportam-me para um sitio onde corria um grande risco de ser morto, não havendo meios para me defenderem a mim e aos outros cidadãos que abandonaram a ilha , então, para que me mandam para lá?
O comportamento de Pilatos sugere a resposta que quase todos sabem.Logo...

Deviam dizer se pretendiam que a FLAMA me executasse ? Mandaram-me para lá e nem actividade militar tinham para mim. Fui colocado numa secretária sem nenhuma actividade , depois, confiaram-me uma arrecadação de livros, suposta biblioteca. o que, recusei e fui insultado pelo Chefe Estado Maior do Comando Militar Madeira, mesmo que houvesse biblioteca que não havia, o gestor da biblioteca seria por inerência de funções o capelão e não um jovem capitão de artilharia.

Continuarei a publicar paginas do meu diário.

2 comentários:

José-Augusto de Carvalho disse...

Meu querido Amigo, a História dos Homens é esta desde há milénios: sempre a razão da força subjugando a força da razão. Escravizaram e mataram em nome de Deus; escravizam e matam em nome da Democracia. Que Deus eles adoram? Que Democracia eles têm?
Este nosso espaço é da Liberdade e da Cidadania. Que digam de sua justiça, para todos entendermos.
Grande e fraterno abraço.

andrade da silva disse...

Abraço. Continuarei a publicar as paginas do meu diario, ou seja o que vivi e senti, quando tinha 27 anos de idade. (1976)