domingo, 3 de dezembro de 2017

05 - POEMÁRIO * A perpétua construção



(CANTO REVELADO)

A perpétua construção 



Dórdio Gomes, Pintor alentejano, 
com a devida vénia





Nem pratos de ilusões ou de lentilhas…

Nem taças do elixir dos desvarios…

Só quero do pão asmo das partilhas,

em sopas, no gaspacho, p’los estios.



O vinho e o pão devidos ao sustento,

para que o meu labor de cada dia

não sofra reduções de rendimento

nem mal augure os tempos de invernia.



O vinho e o pão do ajuste equitativo

que me garante a força do meu braço

e a minha condição que assumo e vivo

no que recuso e no que inteiro faço.



Que eu saiba ser plural na dimensão

multímoda e em perpétua construção.





José-Augusto de Carvalho
Alentejo, 29 de Novembro de 2017.

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