NOTA biográfica:
Um texto TREMENDO ,SÁBIO; CORAJOSO; HONRADO; NA HORA ,COMO EM ABRIL 74, do meu camarada coronel JAAL. É um muito nobre e honrado cidadão- militar, um camarada de longa data, no Exército e no MFA, que nos idos de 1976 me apoiou, quando estive preso na Trafaria , e depois do "muito Democrático e Nobre " golpe do 25 de Novembro 75, JAAL , como alguns outros,os que foram apontados a dedo para serem queimados nos fogareiros do ódio,em Novembro de 1985, depois de todos os processos do 25 de Novembro encerrados, ainda, foi julgado no Tribunal de Tomar.. coisas
O menos mau dos sistemas políticos é a democracia.
Será mais um mito?
“É aquele que
permite, em liberdade e segurança, o governo dos mais aptos de forma a
garantir a prosperidade das forças
sociais” li ontem num diário.
Liberdade e segurança?Os mais aptos? Prosperidade de
quem? Dúvidas e mais dúvidas.
Onde muitos conseguem distinguir o governo do povo,vejo
eu um modelo de organização através da
qual partidos entram em competição para
ocuparem o poder durante um certo período de tempo estabelecido. Estas
competições repetem-se regularmente.
Todos os cidadãos,
dos mais ignorantes aos mais informados, têm direito a manifestar o seu voto(
mesmo que desconheçamos candidatos). Estes direitos derivam das designadas
liberdades civis, de expressão, de reunião de manifestação.
No fundo o sistema acredita que cada cidadão é um ser bem
formado e medianamente informado. Mas, mesmo que o não seja, tem o mesmo
direito a influenciar a escolha que os outros.
Nem sempre assim foi.As mulheres suíças só foram
consideradas cidadãs a partir de 1974. Idem para todos os portugueses e mais
tarde ainda para os nossos hermanos.
Sobretudo após a queda da URSS e do muro de Berlim o número de democracias aumentou de tal
maneira que alguns pensaram ser “O Fim da História” politica
.
Aparentemente contraditório é o facto do cada vez menor
crédito dado aos políticos e aos próprios processos democráticos ou ainda o
facto da própria EU estar longe de se reger por estes processos democráticos.
Há
muito que se sabe que um regime só funciona bem quando existe um equilíbrio
entre o Poder do Estado e a Sociedade Civil e o fiel desta balança chama-se
Justiça ( económica, social etc..)
Os desvios deste fiel da balança, para o comum dos
mortais, só são passiveis de observação através da comunicação social , jornais,
televisões e redes sociais.
O poder organizado sabe disso.
Não só os partidos e outros grupos paralelos e transversais
a eles, mas também o poder financeiro e o de algumas grandes potencias mundiais,
tentam manipular e vigiar todas as noticias ou simples trocas de informação
passiveis de os prejudicar ou beneficiar .Sáo raras as agências noticiosas,
canais de Tv e outros meios de difusão , que pertencem ao Estado
O terrorismo e outro tipo de crime violento, ajuda-nos a
admitir a intrusão na nossa esfera privada. “1984” não é ficção.Perde-se
voluntariamente liberdade em troca de segurança. Todos os movimentos podem ser
rigorosamente vigiados ( grande filme aquele dos comboios…)
Por outro lado a corrupção, que sempre existiu, hoje é
divulgada ao segundo, sobretudo quando
se zangam as comadres ou quando decorrem épocas pré-eleitorais ou ainda quando
se pretendem abafar noticias más para
nós com outras que nos servem melhor.
A justiça dos tribunais é ainda mais importante que a
económica e engloba-a.
Também ela se globalizou.
Por vezes lenta e muito armadilhada pela legislação, tem
que se socorrer de peritos e informações internacionais, diligencias sem fim
que adiam permanentemente as sentenças sobre os poderosos ou os que pertencem a
grupos organizados de procura do poder.
Neste
mundo global tudo é possível, até mesmo a verdade!
Os donos disto tudo querem deter o poder de conhecer e
influenciar a verdade, porque querem decidir o caminho e o objectivo, salvar os
seus e o “seu”.
Os Estados-nações vêm perdendo poder desde a época da dama
de ferro inglesa e daquele actor americano, passando pela dupla Blair-Bush.
Desregularam-se as economias para atingir um liberalismo
sem sentido.
Este sistema democrático permite eleger os seus inimigos.
A cultura greco
-romana-cristã elegeu como chefe do seu maior país um “bárbaro”, um Obélix que ainda não deu
conta da extinção dos javalis.
Esta perda de poder tem também a ver com a incapacidade
da cultura ocidental impor os seus valores, direitos e deveres, aos emigrantes
que a procuram para melhorar as suas
vidas ou fugir ás guerras que devastam os seus países. Que o digam as mulheres
árabes, acompanhadas pelas suas famílias,cujos direitos nada melhoram quando
recebidas nesta Europa.
Desregularam-se as economias para atingir um liberalismo
sem sentido.
A ideologia escondeu-se envergonhada, ela própria
parecendo surpreendida pelos acontecimentos, talvez esperando dias mais claros.
Os ricos
enriquecem cada vez mais, 1% da população mundial possui 99% da riqueza,
uma concentração impensável há pouco tempo.
O avanço tecnológico permite ainda maiores lucros a quem
possui capital, e vai gerar cada vez
mais desemprego nas profissões tradicionais. É a produtividade medida ao
chip e livre de impostos
A riqueza gerada é guardada em paraísos fiscais cuja
acção é aceite como perniciosa por todos sem
que se fale nas possibilidades dos Estados se oporem a esta sangria.
A família desagrega-se face à globalização,Os caucasianos
limitam a prole e fazem contas aos anos para sobreviverem como grupo natural.
A incapacidade das instituições dá-nos uma sensação de
impotência, por vezes sentimos a mudança sendo incapazes de ver o caminho. Para
onde vamos?
A sociedade civil contemporânea rompeu com o passado,
esqueceu os valores tradicionais e privilegiou o espectáculo . A noção do tempo
e do espaço alterou-se com as novas tecnologias de comunicação, vimos guerras
em directo como se fossem jogos de
vídeo, abater pessoas com drones como se fossem bonecos.
A cultura submeteu-se ainda mais ao consumo e ao
individual. Na industria cinematográfica os efeitos visuais substituíram os
sentimentos, abunda a violência e o terror
Os conflitos tradicionais (religião/laicidade;
leste/ocidente; social- democracia/comunismo; proletariado/burguesia) deixaram
de ter prevalência.
O ocidente cristão envergonhou-se de o manifestar face
aos crimes da própria igreja; as ideologias sublimaram-se e as lutas de classe
deixaram de ser tidas como tal. O proletariado quase desapareceu e floresceram
novos assalariados na burguesia que, face ao desenvolvimento acelerado da
robótica e da IA também terão os dias contados.
Os sindicatos defendem hoje o proletariado especializado(
maquinistas, operadores de robótica , camionistas etc..)- e a média burguesia(
funcionários públicos, enfermeiros, professores, médicos..)
Por outro lado começaram a ter força as preocupações
ambientalistas, a falta de água, o degelo,a extinção de algumas espécies
animais. A sucessão anunciada de catástrofes é alimentada pela comunicação
social que faz delas umespectáculo de deuses enfurecidos.
A preocupação com
os direitos do homem, da mulher, dos negros, dos gay, das crianças, dos alunos,
dos animais um sem fim de direitos, e de poucos deveres acrescento eu, fez
aparecer o chamado “politicamente correcto”.
A Autoridade tornou-se difícil de exercer: dos pais
perante os filhos, dos professores perante os alunos, da policia enfrentando os
prevaricadores, porque advogados e
jornalistas viram aparecer um nicho de oportunidades profissionais, sobretudo
nos EUA , mas também na Europa.
Hoje em dia
podemos ser acusados de racistas, xenófobos, machistas,etc.. por “ dá cá aquela
palha” se manifestarmos opinião contrária á do nosso interlocutor e este não
tiver outros argumentos ou pretender denegrir a nossa imagem.
Quem não se adapta corre o risco de ser ostracizado e nas
sociedades democráticas é fácil através de acções mais ou menos populistas
captar os votos de quem permanentemente não é ouvido. Daqui ao advento dos
nacionalismos é um passo.
Mesmo as preocupações mais justas podem adquirir
distorções facilmente manipuláveis se contiverem exageros moralistas ou
desaquados aos tempos.
Políticos e advogados sabem manejar estes dados como
ninguém. A comunicação social dá-lhes a palavra a todo o momento. Há excepção
daqueles, só outros comunicadores, artistas contratados,
preferencialmente do meio, podem ter acesso a entrevistas ou debates
.
É uma pescadinha de rabo na boca
Neste mundo em mudança, onde o espectáculo e a
tecnociência tomaram a dianteira do desenvolvimento, é difícil perceber para
onde vamos. Nada será como antes
.
Na democracia, tal como existe serão eleitos os que
tiverem o poder de dominar os meios de promoção da sua imagem e disserem aquilo
que os arredados da opinião publicada, os politicamente incorrectos, pensam
.
Não tarda nada serão plutocracias encapotadas.
JAAL
PS:
SE MUITOS DE NÓS, OS QUE ÀS 3H do 25 de ABRIL 74, MARCHAMOS FALÁSSEMOS, SERIA UMA TEMPESTADE, PORQUE MUITOS QUE APANHARAM O COMBOIO NÃO ESTAVAM NA ESTAÇÃO ÀQUELA HORA!
asilva
JAAL
PS:
SE MUITOS DE NÓS, OS QUE ÀS 3H do 25 de ABRIL 74, MARCHAMOS FALÁSSEMOS, SERIA UMA TEMPESTADE, PORQUE MUITOS QUE APANHARAM O COMBOIO NÃO ESTAVAM NA ESTAÇÃO ÀQUELA HORA!
asilva
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