Foto de Alberto Pereira
Nota- Em dia de Reis,.dia do Fecho da celebração desta quadra, com votos de bom ano, com a leitura do texto de Maria José Maurício -uma Alentejana lutadora,optimista.Bem- Haja!
Neste último dia do ano da graça de
2017, comemora-se o fim de um ciclo temporal de 365 dias e, segundo o
calendário e as leis da natureza, anuncia-se o início de um novo ciclo de vida,
que vamos somando na nossa finita existência e, no meu caso, penso: já lá vão 67
anos e seis meses!
A manhã de 31 de Janeiro irrompeu
luminosa, com o céu limpo e vento moderado, anunciando um belo dia de inverno.
Mas foi sol de pouca dura. As nuvens, espreitando tímidas,pouco a apouco vão
colando-se umas às outras, cobrindo o firmamento, mostrando-se em sombreados
cinzentos e escurecidos e, como manto que nos tolda a visão do ameno azul
celeste, deixam-nos uma pálida atmosfera ambiental, a que se junta a quase
ausência de movimento humano nas ruas e o silêncio de vida nas habitações
contíguas ao meu apartamento.
Este é o cenário que me rodeia, nesta manhã do dia último de 2017.Propício à nostalgia? Talvez, mas também de serenidade espiritual quando escrevendo estas palavras a minha imaginação se solta, fazendo correr a fita do tempo e nela identificar os bons momentos da vida - aqueles que, de algum modo, me preencheram a plenitude da alma, tal como outros que, no efémero momento do deleite dos bons acontecimentos da vida, da história e das realizações da humanidade proporcionam a todos nós. Entre esses momentos, nunca únicos ou exclusivos, rememoro aqueles em que sinto que dei um passo em frente na minha libertação das amarras sociológicas que escravizam os seres humanos e, sobretudo, quem nasce com a sina da pobreza, no seio das profundas desigualdades sociais que grassam na sociedade do nosso tempo.
Sim, são os momentos em que sinto que algo
modificou em mim, aqueles que recordo com orgulho e saudade: o meu primeiro
emprego remunerado, o meu primeiro contrato de trabalho fixo, a conclusão do
5.º ano do Liceu, o momento de plenitude de entrega ao Ser amado, a tomada de
decisão de ser mãe e ter um filho, as decisões tomadas nos momentos de rotura
com "a ordem estabelecida" fossem eles de natureza familiar ou
social. Todos elesforam, e são, os que mais me preenchem a vida, tão efémera
quanto precária, quando nos restringimos a ser, apenas, biológicos; mas ao
mesmo tempo uma vida desafiante, enérgica, motivadora e voluntariosa, que não me
dá sossego e, a cada dia, me reacende a chama da vontade de continuar a
prosseguir na luta pela concretização do que acredito. Seja o sonho, a utopia
social, a vontade de transformar o mundo ou a realização do ideal
de felicidade, é próprio do ser humano a busca do conhecimento e de
respostas para as quais talvez não se encontrem em tempo de vida nosso, mas,
para mim,é imperativo ético que as procure.
Por isso, em cada dia que nasce e me dá
o privilégio de estar, ainda, entre os comuns mortais, procuro renovar forças e
prosseguir a caminhada. Não para alcançar a sublime “imortalidade”, mas para
participar, com o que posso e com o que sei, nesta grande "família"
que se chama humanidade, a cujo seio não pedi para vir, mas pela ordem das
coisas aqui estou, e, neste sentido, como Ser em construção - pois sabemos como
iniciamos a vida, mas não como vamos terminar..., a consciência me impele a ser
responsável e assumir o dever Ser Humana, manifestando a minha solidariedade
com os que sofrem, unindo-me na luta de todas aquelas pessoas que, como eu,
acreditam que o “sonho comanda a vida” e encontram no agir em comum a força
indomável que faz avançar a História.
Com este texto intimista mas colorido de esperança, desejoa todos as amigas e amigos para 2018
FELIZ ANO
NOVO!
31 de Dezembro de 2017
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