quinta-feira, 19 de abril de 2018

O Algoritmo- Mestre



A nossa história é a procura de nós próprios e do deus que, eventualmente, nos criou 


Transformar tudo em ouro já é possível para uma ínfima minoria e, não tarda muito, pelo menos para esses, será possível a vida ad eternum. Ojectivos antigos, ainda do tempo da alquimia.


Andamos agora em busca do Algoritmo-Mestre (A_M) que não deixa de ser o toque de Midas da Inteligência Artificial , isto é, este A_M condensaria em si todo o conhecimento, mesmo o  que ainda não possuímos.


Para tal usaremos métodos ditos cerebrais e outros analógicos ou evolutivos, sendo que os primeiros serão utilizados no sentido de preparar as máquinas para, pela introdução de biliões de dados e com a ajuda do segundo método nos irem fornecendo sucessivos algoritmos que, por mera comparação e iteratividade, nos fornecerão finalmente o próprio A_M.


Isto é o que o professor Pedro Domingos chama uma Academia Militar para robôs. Podia ser uma Escola ou Universidade mas não ( deve ser aquela coisa da praxe: infra não pensa, obedece). Isto é vão-se injectando dados e sem pressa de tirar conclusões.  As  conclusões relativamente ás analogias observadas pelas máquinas chegarão com o tempo, fornecidas por elas próprias.


Se duas coisas são semelhantes a ideia de uma trará a outra como dizia Arquimedes, e não gastes tempo e cérebro em vão, isto é,não faças hoje o que podes adiar, o contrário do que  a tua Avózinha te aconselhava.


Nesta busca existem várias teorias e escolas de pensamento( no caso cinco diferentes) que se pretendem unificar. Uma espécie de nova teoria das cordas? A teoria das cordas pretendia chegar a uma teoria quântica da gravidade e unificar todas as forças e a matéria e durante alguns anos povoou espaço de comunicação e sonhos de muita gente.



Há cerca de dezoito anos foi publicado em Portugal um livro fora de série, ao mesmo tempo difícil de ler e cuja leitura nos torna dependentes. Chama-se “Gödel, Escher e Bach”- Laços Eternos e diz-se uma fuga metafórica sobre mentes e máquinas no espírito de Lewis Carroll.

Como é que um ego pode emergir duma máquina?


O que é que tem de semelhante a matemática de Gödel e o seu teorema da imcompletude( também demonstrou que a democracia contém em si o gérmen da sua destruição), as voltinhas estranhas dos desenhos de Escher ou certas repetições na música de Bach.


Este livro foi essencial para começar a compreender a maior parte do que estes cérebros da era digital referem.


Tudo é ao mesmo tempo realidade e engano, clareza e sombras, sol e névoas tipo “Zenão e a Tartaruga”, o que parece uma metáfora da vida actual.


Apesar de eu achar que o mais importante está tudo naquele livrinho pequeno chamado “ A morte de Ivan Illich”


José Lameirinhas

PS: Ao postar este texto do meu camarada Lameirinhas, capitão de Abril  de sempre, só posso confessar o meu deslumbramento por nesta síntese fazer uma previsão mui luminosa  do porvir.


2 comentários:

Rogoneto disse...

O Algoritmo Mestre

Comentário de quem abraçou e conheceu os “primeiros passos” da Informática em Portugal.
Imparável, incontrolável e ao mesmo tempo amigo. O (A_M) concentra a ciência a tecnologia e a filosofia. Enquanto a tecnologia é algo que se usa e que por sua vez também utiliza a ciência; a filosofia é algo que se escolhe numa aposta de vontade para o futuro. Desta escolha acerta-se ou erra-se. Qualquer que seja a escolha somente aquela que acerta vinga e vence. A inteligência artificial no patamar em que nos encontramos já náo é uma tecnologia, nem uma escolha, mas uma FILOSOFIA já escolhida. A filosofia escolhida é aquela que sempre existiu em todo o Universo de que fazemos parte e que no seu rumo mestre não há algo ou alguem ao leme. O (A-M) ou a inteligencia artificial é a própria matéria e a vida a auto-organizar-se como sempre o fez desde o BIG-BENGUE. O que há de novo é a nossa relação com tal evidência. Todos sabemos que o ser humano é muitissimo limitado no seu processamento cerebral e nos recursos do conhecimento ao seu dispor para as suas decisões vitais de sobrevivência própria e da comunidade quer a humana quer de todo o complexo vivo. Sem dar-mos por isso somos com alguma boa percentagem de “operadores construtores do (A-M)” neste novo planeta digital sempre que utilizamos a net , ifhone ou qualquer outro instrumento de maior ou menor efeito no mundo digital.
Enquanto o ser humano é limitado como referi, o (A_M) não conhece limites nem mesmo nas emoções, pelo que o tema ainda é de difícil compreenção. É um tema que me interesso de extrema importância.
Rogério Gonçalves

Rogoneto disse...

Digo "Big-Bang" com as minhas desculpas.