quarta-feira, 10 de outubro de 2018

A QUEDA DA ÍNDIA PELOS OLHARES DE UMA MENINA:





Era muito criança, mas recordo- me.  Em casa dos meus avós maternos, onde, passava muito tempo, ouvia- se rádio o dia todo, as notícias, os folhetins, não tinham televisão e eu, claro ,fazia perguntas, e o querido avô Pedro lá ia explicando, mas o que me espantou mais não foram as notícias da invasão, da guerra, era algo que não entendia muito bem, porque acontecia. Procurava no mapa e via que a Índia ficava tão longe e era Portugal ? Que estranho! Mas o avô dizia que sim, e eu acreditava.

 Mas ,para mim, o mais estranho foi ter começado a ver em St Amaro um tipo de pessoas que nunca tinha visto, com umas roupas muito diferentes das que nós usávamos. Eram os primeiros retornados, não se lhes chamavam assim, como depois se chamou a quem regressou de África, depois da Independência das ex- colónias.


Eu ficava maravilhada com as roupas, eram tão bonitas, e as mulheres pareciam que dançavam, quando andavam. Quem não gostava era a minha avó Laura ", mas que coisa estranha tapam a cabeça, tapam -se até aos pés, com aqueles panos, mas trazem a barriga à mostra" ! A avó não sabia e eu ,também não, que os "panos", eram os saris. E o avô Pedro respondia " são outros costumes ".

 Histórias da Índia ouvi depois em adulta ao médico da família que lá tinha estado prisioneiro, durante muito tempo que de tanto comer feijão frade, ficou a odiar para o resto da vida, e outras histórias.

Mas só de facto um homem cruel ,como Salazar, para impedir a rendição e perseguir e castigar depois. Mas não era novidade a sua desumanidade, Aristides de Sousa Mendes tinha pago bem o facto ter sido solidário para quem fugia dos nazis. E todos aqueles que lutavam por um Portugal democrático também 

1 comentário:

andrade da silva disse...

Nazaré

também por Angola,em Lumbala Velha,Saliente do Cazombo,na Guerra, comi tanta salsicha Isodoro com arroz, que sem nunca deixar de gostar do arroz,sou achinesado, deixei de comer salsichas por muitos anos.Hoje, como mas prefiro as frescas enroladas em couves, fazem-me lembrar a 1º vez que as comi na travessia Madeira Lisboa. a bordo do navio madeirense,num temporal do fim do Mundo -MY GOD!, mas adorei aquele prato que comia pela 1º vez,e,hoje, continuo a gostar imenso. Coisas..