domingo, 18 de novembro de 2018

POEMA DE AGRADECIMENTO À CORJA.





                              Joaquim Pessoa 
 Nota: não o acompanho nos versos em que fala das nossas derrotas pessoais: perder o sono, depressões , do nosso coração e da perda da nossa alegria, tais derrotadas dão prazer aos biltres. Nego- lhes tal iguaria, da minha parte , a raiva que lhes tenho torna os meus dias um HINO de COMBATE!
                asilva

Obrigado, excelências. 
Obrigado por nos destruírem o sonho e a oportunidade 
de vivermos felizes e em paz. 
Obrigado pelo exemplo que se esforçam em nos dar 
de como é possível viver sem vergonha, sem respeito e sem dignidade. 
Obrigado por nos roubarem. Por não nos perguntarem nada. 
Por não nos darem explicações. 
Obrigado por se orgulharem de nos tirar 
as coisas por que lutámos e às quais temos direito. 
Obrigado por nos tirarem até o sono. E a tranquilidade. E a alegria. 
Obrigado pelo cinzentismo, pela depressão, pelo desespero. 
Obrigado pela vossa mediocridade. 
E obrigado por aquilo que podem e não querem fazer. 
Obrigado por tudo o que não sabem e fingem saber. 
Obrigado por transformarem o nosso coração numa sala de espera. 
Obrigado por fazerem de cada um dos nossos dias 
um dia menos interessante que o anterior. 
Obrigado por nos exigirem mais do que podemos dar. 
Obrigado por nos darem em troca quase nada. 
Obrigado por não disfarçarem a cobiça, a corrupção, a indignidade. 
Pelo chocante imerecimento da vossa comodidade 
e da vossa felicidade adquirida a qualquer preço. 
E pelo vosso vergonhoso descaramento. 
Obrigado por nos ensinarem tudo o que nunca deveremos querer, 
o que nunca deveremos fazer, o que nunca deveremos aceitar. 
Obrigado por serem o que são. 
Obrigado por serem como são. 
Para que não sejamos também assim. 
E para que possamos reconhecer facilmente 
quem temos de rejeitar.


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