sábado, 11 de maio de 2019

SALGUEIRO MAIA -PRESENTE!

3 Abril 2019 

27º Aniversário da morte de Salgueiro Maia

Caro companheiro e camarada

Capitão da Liberdade Salgueiro Maia

Presente entre nós e em muitos corações e almas de Portugueses e outros Povos. 

Povo Capitão de Castelo de Vide 
Senhor Presidente da Câmara de Castelo de Vide, permita-me que o designe, segundo a nossa divisa “todos somos capitães”, capitão da Câmara de Castelo de Vide.
Capitães da Edilidade de Castelo de Vide
Companheiras e Companheiros da Associação Salgueiro Maia (ASM)


Há 27 anos partiu para o espaço etéreo o nosso camarada e companheiro Capitão Salgueiro Maia, mas antes no Largo do Carmo em 25-04-74 designou-nos a todos e a todo o Povo de Abril como capitães e, assim será para todo o sempre.


Declarou-nos com a força da eternidade, … somos todos capitães…, para nunca permitir que destruam ou se destrua o que em Abril o Povo e os Capitães ergueram: a Liberdade, a Dignidade, a Justiça Social, a Cidadania e os Valores da Paz, da Honestidade e da Solidariedade.

EIA!!!!

No cumprimento destes direitos e deveres estamos aqui,… somos todos capitães…, para na tua presença eterna e perante a gente-povo da tua terra (Castelo de Vide), a tua esposa, assumirmos que separado o essencial, o eterno do circunstancial, da vaidade, dos orgulhos pessoais, dos sofismas e de outras coisas tais, faremos o melhor que sabemos e podemos para que Abril, a cultura dos valores, o teu exemplo de quem luta e vence, o amor ao País, aos outros e aos povos do Mundo, sejam o Norte e o porto de chegada dos nossos esforços e de todos os que, ombro com ombro, nos acompanharem e, aqui perante ti e junto á tua campa rasa, mas incandescente de verdade, assumimos este indeclinável compromisso e desonrados sejamos senão o cumprirmos! 

Mulheres e Homens de todos os tempos e lugares venceram a lei da morte pelos seus feitos, valores e virtudes, o Capitão Salgueiro Maia é um cidadão de Portugal, um Capitão de Abril e um cidadão do Mundo que mercê de circunstâncias, feitos e factos ganhou este estatuto, ao que a sua personalidade, os seus camaradas, os seus familiares, a sua mulher e filhos que aqui invocamos e aqui estão não foram estranhos, foram honrados e fundamentais cooperadores.

Salgueiro Maia nasce nesta terra e logo muito cedo, criança ainda, menino de sua Mãe quando daqui sai para ir visitar Lisboa, os insondáveis da vida, roubam-lhe naquele instante fatídico a sua Mãe, tinha 4 anos de idade.

Que injustiça e que dor! Uma ferida viva insarável para a vida inteira, mas o pequenito Salgueiro Maia um dia, cresce, faz-se adolescente e jovem adulto. A marca da dor não se apaga, mas a doçura pela vida e a coragem leva-o a ser um vencedor! 
Jovem-adulto, naqueles idos e como alguns jovens de agora quis servir o seu País e o seu Povo, e escolheu a honrosa profissão de Militar. Vai para a Academia Militar.

Sai oficial da Arma de Cavalaria e como Capitão na Guiné, o teatro da guerra colonial mais duro, e com outros camaradas capitães Golias, Otelo, Fabião ,entre outros, descobrem que é tempo de mudar o rumo à História de Portugal e da guerra, o que, outros jovens camaradas noutros territórios da guerra e no continente também pensavam que era preciso fazer – MUDAR!

Todos estes esforços se conjugaram. Nasce o Movimento de Capitães e depois do desastre das Caldas em 16 de Março de 1974 é o tempo de cumprir o desígnio de mudar a História de Portugal e mesmo do Mundo e, assim, naquele alvorecer de 25 de Abril de 1974, Salgueiro Maia comanda uma força decisiva para alcançar aquele objectivo, também já antes pensado em Novembro de 1973 numa casa em Santarém com os seus camaradas da E.P.C., E.P.A., E.P.I., C.I.A.A.C. e Para-quedistas. 

Em 25 de Abril, na arrancada da Liberdade, de Santarém sai a força que esteve nos lugares mais decisivos desta página gloriosa da nossa história. 

Um desses locais foi o Terreiro do Paço, a Praça do Comércio em Lisboa, aqui a força de Salgueiro Maia é ameaçada pela fragata Gago Coutinho, mas a artilharia da E.P.A. no Cristo Rei, está atenta, nenhuma veleidade seria permitida. 

Porém, a ação militar dos revoltosos cai num impasse grave, quando uma poderosa força de Cavalaria, afecta ao Regime, ameaça as forças de Salgueiro.

Perante o impasse – a vitória ou a derrota – Salgueiro Maia chama Maia Loureiro e ambos travam um diálogo à beira da eternidade – de um lado a vida, do outro a eternidade.

Escutemos este diálogo que nos vai narrar Maia Loureiro.
(MAIA LOUREIRO – PÁGINA DA ASM)

Caro Companheiro Maia Loureiro nas tuas conversas com Salgueiro Maia diz-lhe que procuramos honrar e seguir o seu exemplo.

Cai o Regime ali no Carmo – Somos todos Capitães. É a vitória da Liberdade. É o 25 de Abril de 1974 que se concretiza.

Depois… depois… foram muitas incompreensões e perseguições de que tantos fomos alvo.
E, finalmente, a doença contra a qual lutou e não venceu. Desta fase retenho a alegria quase traquina, como quando estando internado na Casa de Saúde Militar, o vi a querer organizar uma celebração com o grupo de enfermagem. Julguei que teria vencido a batalha da doença, assim não foi. Aparentemente partiu, mas o certo, certo, é que, de um modo imaterial, ficou mais presente entre nós. E todos os “capitães” devem fazer o melhor que sabem para que nos hojes e nos amanhãs, vençam a Verdade, a Coragem, a Honestidade, a Democracia Constitucional fundamentada no 25 de Abril de 1974, a Cultura, a Cidadania e no Futuro o algoritmo sábio da Inteligência Artificial ao serviço da Paz e do bem-estar comum.

… Somos todos Capitães… 

Capitães!

Que a todos o exemplo e a verdade da vida de Salgueiro Maia nos encha o coração e a alma e que, em seu nome e, por si, nunca nos esqueçamos do seu/nosso Povo, da sua família: a sua mulher Natércia, os filhos Catarina e Filipe, a sua neta Daniela aqui presente, e uma saudação muito especial à vida e um benvinda ao Planeta Azul à sua neta recém-nascida.

Salgueiro Maia – PRESENTE!

Portugal, Viva Herói de sempre
Presente!

3 De Abril 2019 


Cemitério de Castelo de Vide, junto à campa rasa de Salgueiro Maia

Andrade da Silva

Presidente da ASM


P.S. – Como o tempo passa tão depressa e, como quão cedo partiu!….
Um grande abraço e bem-haja ao companheiro João Caldeira que tão generosamente passou o texto da forma manuscrita para esta - que grande trabalheira , à companheira Dra. Ana Mota que logo se disponibilizou para fazer a revisão e ao incansável companheiro secretário Luís Carvalho - um mui nobre e disponível concidadão.

Associação Salgueiro Maia

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