sexta-feira, 31 de julho de 2020

Capitão Teófilo Bento Presente!

Capitão Teófilo Bento presente!

Transmontano de sete costados, o capitão Teófilo Bento, nasceu na aldeia de Picote, tendo aos seis anos de idade, por motivo de transferência de seu pai guarda fiscal de profissão, ido viver para Sendi. Embora não pertencesse a famílias abastadas, a profissão de seu pai permitia-lhe fazer parte das poucas famílias remediadas da aldeia, o que lhe possibilitou ter estudado em Bragança e Porto, onde terminou o sétimo ano do liceu.

 Numa entrevista que deu quando dos quarenta anos de 25 de Abril, manifestou a opinião que o que lhe deu consciência política para responder “sim”, quando lhe solicitaram que aderisse ao Movimento das Forças Armadas, foi o de ter acompanhado “in loco” o fenómeno da emigração das gentes transmontanas que, por falta de oportunidades e condições de vida, tiveram que emigrar para ganhar a vida honestamente e assim fugir da fome e da miséria a que estavam destinados, mais a morte extemporânea de seu pai e as consequentes dificuldades que dai derivaram reforçaram a sua consciência para as dificuldades do dia a dia das famílias portuguesas, para dignamente ganharem o seu ganha pão. 

Na sua passagem pela Academia Militar, a guerra já estava na ordem do dia, a nobreza de outrora tinha sido substituída por gentes oriundas do interior do país, que traziam na sua mala de viagem outras realidades e vivências, muito mais adequadas ao sentir do povo português perante a angústia e desconforto trazidas por uma guerra longínqua e cada vez mais sem sentido, sentimento este agravado quando do após da primeira comissão se verificou da necessidade de outorgar ao povo português a possibilidade de poder, sem pressão ou falta de liberdade, decidir o que fazer em relação à guerra e restaurar, para que tal fosse possível, o regime democrático em Portugal.


Texto do Coronel José Moreira
Associado ASM

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2 comentários:

Domingos Pimenta disse...

R.I.P.
Mais um amigo que parte.
Conheci o Coronel(então Capitão) Teófilo Bento, na madrugada do "25 de Abril", quando a 'EPAM' 'ocupou' a RTP.
Até ao ano 2000, quando me aposentei, mantivemos uma continuada relação de amizade, e de são convívio social.
À sua viúva os meus mais sentidos pêsames.
Domingos Pimenta

andrade da silva disse...

aquele abraço camarada
asilva