quarta-feira, 25 de novembro de 2020

25 NOVEMBRO 75: VISÃO PESSOAL, O FACTOR EXTERNO E JUSTIÇA MATADA!

 


                                                       1-VISÃO  PESSOAL

Pessoalmente, desde há muito, desde sempre,  que não discuto o valor de ser comunista ou socialista anti-fascista, discuto a barbaridade pidesca e totalitária de terem considerado comunistas militares que somente cumpriram com o seu DEVER de membros do MFA junto do povo.

De resto  conheço MULHERES E HOMENS- HUMANOS tanto no PCP, como no PS, e também no PSD e, sobretudo, sem serem militantes.

 Mas  sabe-se que na Revolução Agrária no Alentejo- e nada dessa treta de PREC - a minha casa, a minha 2º família,  foram centenas, milhares de Alentejanos que eram na sua maioria do PCP, e que queriam somente pão, trabalho, habitação e cidadania digna, foi nisto que os ajudei, o que, também muitos dirigentes partidários e militares   mandaram riscar de toda a parte material, resta saber se conseguiram retirar dos corações e das almas desse querido povo do Alentejo, mas muitos já partiram. logo…  (a contrapartida … ficas isolado….somos poder, logo te…)

 Todavia, esta acção ao lado povo não podia, nunca,  permitir qualquer acusação como me foi feita, para apontarem que trai o MFA, por ser  assim e  coisa  um membro/simpatizante  ou receber instruções do PCP e executá-las, o que, nunca aconteceu, nem nunca podia ter acontecido comigo, fosse qual fosse o partido, como toda a gente que me conhece e trabalhou comigo, os acusadores mesmo, eles próprios,  os militantes do PCP e dos sindicatos de então sabem, e o declaram, alguns de má fé - e  têm ganho  uma hedionda  posição, morrerão,  para aparecerem como os heróis, ou lideres do processo alentejano , mas nem todos o foram, conheço-os, eram medrosos, muito mesmo.

O 25 de Novembro na parte que  toca ao Alentejo, de um modo geral, foi contra a justiça e a liberdade de milhares de trabalhadores agrícolas portugueses, a quem o 25 de Abril prometeu uma dada liberdade e dignidade, e depois não quis cumprir. 

Esse MFA assustou-se e rendeu-se aos americanos e alemães, sem querem corrigir o que  estava errado, como o disse   em 75-  quiseram aplicar a célebre vacina anti-comunista de Kissinger em Portugal, para evitarem uma temida epidemia comunista-  dizem e mantêm de caris totalitário, como na China ou na Coreia do Norte etc e, foi, sobretudo, isto que fizeram, mas não assumem, aliás, ninguém assume nada. Para além disto,  lateralmente, corrigiram um certo/grave desnorte e anarquia por lisboas e congéneres  que podia e devia ter sido feito de outro modo, e  é este debate histórico que não é feito , e devia ser realizado, mas muitos, quase todos,  estão a fazer queda  na máscara e a besuntarem a cara com  carvão... uns....DEUSES do fingimento ,da alienação ,graças à  subjugação secular do povo .. 

GRANDES  VENCEDORES!

 

2- 25 ABRIL -25 NOVEMBRO 75

 

A  luta pela democracia, enquanto liberdade, desenvolvimento, dignidade é um objetivo do 25 de Abril,  

A Democracia não era um sonho, era um objetivo que se ia conseguindo; eleições em Abril 75, etc

 Na hipótese mais generosa,  para alguns o 25 Novembro era para pôr ordem no pais, face a uma grave desordem, muito provocada pelas acções de forças pagas para o efeito. para se criar um pré-cenário de guerra civil e, ou de golpe comunista, e, nestas manobras a diplomacia estrangeira   desempenhou um papel  muito determinante , como de seguida com António Louçâ se analisa

 

3 -O FACTOR EXTERNO

 

 

   a- Otelo ,de um modo  objectivo, referiu num referencial da A25A que  Um general americano, amigo de Vítor Alves, falou com este,  dizendo.-lhe: que a américa para ajudar Portugal queria os " comunas" fora dos quartéis, e que isto era o que Kissinger e os EUA  valorizavam - a tropa….o resto!!!... 

  Victor Alves garantiu que isso seria feito, e foi...

 

 

b- António Louçâ esclarece 

 

"Da clarificação política à viragem militar

 ....Aqui valerá a pena recuar um pouco e lembrar os dilemas que se colocavam à política das grandes potências ocidentais em janeiro de 1975, quando Kissinger substituiu o embaixador Nash Scott no seu posto de Lisboa por Frank Carlucci. Não custa crer que a decisão de Kissinger fosse ditada pela expectativa de poder bisar em Portugal o êxito obtido no Chile com a receita putschista.

 Mas, se alguém sabia apalpar o terreno e avaliar as condições para um putsch, esse alguém era certamente o experiente Carlucci. Depois de Spínola por duas vezes ter tentado golpes de Estado, de forma prematura e diletante, as condições para um terceiro do mesmo tipo pareciam definitivamente comprometidas. Não por escrúpulos democráticos, mas por realismo político, Carlucci entendeu o que se passava e não chegou, seriamente, a conspirar para uma espécie de pinochetazo português. Por isso mesmo Kissinger, como sublinha Muñoz Sánchez, se lamentava de alguém lhe ter vendido a imagem de Carlucci "como um tipo duro".

 Na impossibilidade de fazer de Portugal o Chile da Europa, Kissinger rapidamente passou a preconizar que se tratasse o país como a Cuba da Europa. E também a essa avaliação e às ilações práticas correspondentes se opôs Carlucci, mas neste caso em estreita colaboração com o embaixador alemão em Lisboa, Fritz Caspari, e com o respaldo do Governo de Bona.

 Com efeito, contra a "teoria da vacina" defendida por Kissinger, Schmidt opunha-se a que Portugal fosse expulso da NATO. Neste contexto, forçou mesmo em maio de 1975 um encontro entre o secretário de Estado norte-americano e o seu homólogo português, Melo Antunes. E, à margem deste contacto infrutífero, o Governo de Bona ia-se comprometendo com um auxílio a Portugal no valor de 70 milhões de marcos.

 Um dos méritos, e não o menor, do trabalho de Muñoz Sánchez consiste em introduzir uma nuance significativa na visão corrente até agora, que dava o "falcão" Kissinger a perder um braço de ferro contra o seu embaixador em Lisboa, Frank Carlucci. Por muito hábil que tenha sido Carlucci, e foi, ficava sempre por explicar como ele se teria imposto ao seu chefe, que nunca teve tendência para se contentar com um papel decorativo.

 Na verdade, a conhecida colaboração que mantiveram no terreno os embaixadores norte-americano e alemão não foi mero produto de uma afinidade pessoal ou de uma visão comum sobre o processo revolucionário que ambos estavam empenhados em travar. Essa colaboração contou também, do lado alemão, com o apoio do Governo Federal.

 Se Carlucci conseguiu fazer da vitória eleitoral do PS a principal alavanca para suscitar um movimento militar de restauração da disciplina castrense, como primeiro passo para controlar a dualidade de poderes no país, isso deveu-se em grande parte ao facto de ele poder colocar no seu prato da balança o peso da principal potência europeia, que partilhava dessa aposta estratégica.

 Parece, assim, credível a versão de Schmidt, apresentada em público meses depois do 25 de novembro e citada por Muñoz Sánchez, reclamando para si o crédito por ter convencido os renitentes Henry Kissinger e Harold Wilson de que a revolução portuguesa devia ser domada pelo PS e pelos seus aliados militares - não por um putsch de tipo chileno ou por uma quarentena de anos ou décadas como no caso de Cuba....."


4- A JUSTIÇA MATADA


                                                  Prisão Trafaria 

 Fui preterido por 2 vezes, tive  de reclamar e ir para tribunal. Estive a ser julgado durante 6 anos, fui deportado para a madeira para ser morto, pela flama que me conheciam e ameaçaram - era cubano comuna, e tentaram matar-me com o bando diabo à solta em 18 de Abril 76 . Estive 2 anos preso por me ter defendido  Levei o EME para o Tribunal Administrativo, foi  meu advogado o meu camarada  Gusmão Nogueira. Fui preso por 8 dias pelo sr. General Garcia dos Santos por ter pedido escusa do sr. general Alcides de Oliveira e outros que me iam julgar no Conselho Superior de Disciplina do Exército, pelos actos revolucionários (...mas...  como?..) e muito por causa destas tretas o meu camarada capitão  Miranda, a quem acompanhei, suicidou-se.

 E tudo comigo por causa do que chamaram reforma agrária, mas que foi uma revolução agrária ,e,  sequencialmente, o que tive de suportar na prisão e no interior da organização militar por actos  de bastantes, mas nunca de todos. Houve e há alguns grandes generais 

EIA!


HONRA!

CUMPRI O MEU DEVER DE DELEGADO ELEITO DO MFA,
 pelos meus camaradas oficiais do QP e Milicianos com total 
apoio confiança do GeneralCEME Carlos Fabião 
 e do  GDE ( major Golias)  até ao 25 de Novembro 75
  e da comissão coordenadora do MFA: Capitão Sousa 
Castro, Vasco Lourenço  e dos partidos do SUL: 
 PS e PCP,( homenagem ao MFA, por mim representado, 
em Mora ,Julho 75)  até Agosto 75

abraço de abril ,português e madeirense 
asilva


 PS;

 Alemanha-e-a-revolucao-dos-cravos-uma-investigação

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https://www.rtp.pt/noticias/politica/a-alemanha-e-a-revolucao-dos-cravos-uma-investigacao-s

Foto: de Joao Baptista

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