NA ESTRADA DE DAMASCO
*
As estrelas apagadas
Tantos anos depois, me interrogo:
Que desígnio fatal nos maldisse?
Nem de Deus, o supremo a quem rogo,
um sinal que eu ouvisse ou que eu visse.
Primaveras, estios, outonos
ou invernos sucedem-se iguais:
em catarses, morrendo abandonos;
em ousios, inépcias demais.
De naufrágios e de perdições
falam fartas as folhas volantes.
Vagalumes sonhando-se estrelas,
no silêncio sem luz nem pregões,
alumiam uns pés claudicantes
que se arrastam tentando acendê-las.
José-Augusto de Carvalho
Alentejo, 14 de Julho de 2022.
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