segunda-feira, 11 de agosto de 2008

GUERRA DE MUITA ELEVADA INTENSIDADE: AS ROLETAS


A ROLETA RUSSA E A IRANIANA


Desde há muito que as cartas da Guerra cruzam os oceanos e os tambores rufam.

CENÁRIO 1 – A ROLETA IRANIANA

A guerra preventiva de Israel e EUA contra o Irão já esteve praticamente dada como certa, e foi sendo sucessivamente adiada, porque as campanhas do Iraque e do Afeganistão levaram ao limite as possibilidades guerreiras dos EUA e da Nato, o que aliado ao relativo insucesso das duas campanhas militares, tornaria a invasão do Irão numa ousadia militar e politica muito grave e excepcionalmente imprevidente, mesmo desastrosa, factos que têm levado Bush a conter-se, mas em fim de mandato e se o candidato republicano não tiver hipóteses de vencer, Bush, poderá oferecer um presente de morte a Obama.

Seja como for a questão do Médio Oriente não está encerrada, está pura e simplesmente adiada, segundo os especialistas desta área geo-estratégica, ou a negociação do programa nuclear iraniano chega a bom porto, isto é, ou o Irão desiste das suas pretensões, ou Israel atacará o Irão para destruir a suas infra-estruturas nucleares (resta saber o que faria os Estados Unidos, que não podem abandonar o seu aliado, mas…)ou o programa nuclear do Irão prossegue e a hipótese deste país absolutamente fanático usar a arma nuclear contra Israel é uma forte probabilidade, que naturalmente os Israelitas, independentemente da atitude do seu aliado americano não deixarão de equacionar.

Assim a roleta Iraniana para a guerra continua a rolar, e face às novas dificuldades dos EUA e da Europa no Cáucaso, é natural que a arrogância e irresponsabilidade Iraniana cresça, o que pode levar Israel ao desespero, arrastando os EUA e O Mundo para uma guerra de ELEVADISSIMA INTENSIDADE, COM RISCOS IMPREVISÍVEIS PARA A PAZ
MUNDIAL.

CENÁRIO 2 - A GUERRA NA EUROPA

Segundo vários especialistas independentemente dos cessares de fogos das guerras no Geórgia as escaramuças de baixa intensidade vão continuar, porque isso num cenário bondoso para ambos os contendores é o que interessa a Geórgia, porque quer entrar na Nato e qualquer escalada na guerra seria um obstáculo à realização dessa pretensão, à Rússia interessará para não perder a sua influência naquelas áreas, depois da independência do Kosovo.

De qualquer modo aqui também a roleta Russa para a guerra continuará a correr naquela zona, e aqui também se a Geórgia entrar para a NATO, a guerra continuará proximamente, porque a Rússia encontrará sempre os pretextos adequados para atacar a Geórgia que se entrar na NATO invocará a clausula da solidariedade que prevê que sendo um país da aliança atacado ou estando em guerra todos estão com ele nessa guerra, pelo que a adesão da Geórgia à NATO e à União Europeia é algo de muito complexo.

Resta também saber se os EUA não vão abandonar o seu aliado georgiano para que a Rússia não corte o gás natural aos seus outros aliados europeus, nomeadamente a Alemanha, mas também os EUA, a NATO e a ONU não podem deixar a Rússia com as mãos livres para realizar na GRANDE RÚSSIA A POLÍTICA IMPERIALISTA DO NOVO CZAR – PUTIN.


Em conclusão podemos estar às portas do inferno, mas nada disto parece interessar à generalidade das pessoas que nos santuários do consumo, ou nas casas de alterne, ou nas tascas, ou visualizando jogos de futebol e telenovelas já há muito que deixaram de viver o mundo real. Todavia para estes desgraçados, escravos e cangados, como para todos os demais intelectualizoides ou não, a ameaça está aí, e se a guerra for contra um país da NATO, PORTUGAL ESTARÁ EM GUERRA E, AGORA, JÁ NÃO VALERÁ A ESPERTEZA SALOIA DE SALAZAR. NÓS IREMOS PARA A GUERRA NEM QUE SEJA PARA SERVIR “BEER” FRESCA AOS SUPER-SOLDADOS DOS CORPOS DE EXÉRCITO EURO-AMERICANO. (Para quem não sabe, morre-se nestas tarefas, sem dignidade).

A GUERRA AÍ ESTÁ. QUAL A SUA DIMENSÃO?

andrade da silva
11 Agosto 2008.

6 comentários:

Ana Daya disse...

Meu amigo,

Qualquer dos cenarios eh assustador e sao ambos realistas.
As previsoes aqui de casa vao para o primeiro cenario.

Infelizmente, e como ja disse antes, trata-se somene de um acordo. Como justificas que sendo Georgia um pais europeu nao esta a receber ajudas de nenhum parceiro europeu... esta completamente sozinho. Como justificas que num caso destes o primeiro indicio de preocupacao seria o aumento novamente do preco do barril do petroleo, e ate desceu... Ate estes sabiam do que ia contecer.

O presidente da Georgia esta a ser um fantoche nas maos dos americanos, e dos russos, que por sua vez querem mostrar aos americanos isto "ainda nao somos uma potencia como a vossa, mas pra la caminhamos, protegam-se".

Agora de manha estava o canditatdo McCainn a criticar a Russia e a dar sermoes sobre o comportamento da Russia... so fantochada!

Assim que acabar esta guerra, o Irao que se prepare, sera a seguir.
Eh assustador, em especial, porque se tratou de um acordo!

A proposito, sabias que os israelitas tem estado a formar as forcas militares da Georgia ha mais de um ano?

Meu amigo, o teu ultimo paragrafo define bem o "plastico" de vida em que os portugueses vivem - nao sabem nem querem saber o que se passa ao seu redor, nao te faz confusao uma coisa destas??
Ora pergunta o que se passou na telenovela de ontem e vais ter respostas na ponta da lingua!

Enfim, resta-nos o que ainda temos de bom, mas que fazia bem estarmos mais informados fazia...

Aguardemos e toca a torcer os dedos todos para que se algo tiver que acontecer, que o melhor do pior aconteca.

Ana Rute

andrade da silva disse...

Olá Ana

Partilho das tuas preocupações, oportunamente vou dar a minha opinião sobre a multipolaridade que se está a esboçar no Mundo, ficando a Europa à porta, aliás o Sr. Durão Barroso foi posto lá para servir os interesses da alta finança e dos americanos.

Durão Barroso é um dos apoiantes da guerra preventiva e da invasão do Iraque,o que em Portugal toda a gente já esqueceu

Os cenários não passam disso mesmo, mas contêm uma trágica probabilidade a da guerra de alta intensidade ( dito de um modo soft) bater-nos à porta, quando andamos descontraídos da vida, a comprar mais uma inutilidade chinesa,o que é bem o simbolo da quase inutilidade dos cidadãos, e, isto é um facto terrível tanto ou mais que aqueles e outros cenários, como o que farão os chineses no Futuro?
abraços
asilva,

Jerónimo Sardinha disse...

Pois é Andrade da Silva. Estamos a equacionar o já vísivel e a deixar de lado a, para mim, maior icógnita. Desde a real tomada de força e sua manifestação universal por Mao, que me interrogo sobre o que se passa naquelas cabecinhas amarelas. E sei que não é nada de bom. Têm paciência a mais para o meu gosto. Desrepeitam sem esrúpulos todos os direitos humanos e acordos feitos. Contrafazem e nisto o governo é o principal obreiro, pois é o mais forte investidor e principal interessado, sem o mínimo de respeito por ninguém. Têm um profundo desprezo pelo valor da vida, chegando ao ponto de alguns dos reprimidos em Tianamen serem hoje os disponíveis agentes repressores, se for caso disso. E só passaram 19 anos. Perfizeram-se em Junho.
O verdadeiro drama, bem o desenhas, será a coicidência de dois ou três eventos bélicos de grande envergadura, simultâneos. Aí é que quero ver ver como se resolve a coisa. E principalmente o que restará e em que condições.
Não esqueças a história do gasoduto da Geórgia/Irão, atravessando dois mares, Cáspio e Negro.
E Barroso não poderá deixar a Europa há porta de nenhum evento. Não é para isso que lhe têm pago. Nem passa por aí o seu futuro. A obediência é absolutta e cega. Opróprio grupo a que há muito aderiu o impõe e com dureza e violência.
Quanto aos cidadãos, como te disse, tive necessidade de reanalizar Spartacus e Roma. Que tristeza. Em nada diverge este povo do daquele tempo. Só vestem melhor e têm mais hipermercados do Belmiro. No resto, Tudo como dantes ...
Grande abraço.
Jerónimo Sardinha.
É difícil comentar-te sem gastar uma resma de papel.
JS.

andrade da silva disse...

CARO JERÓNIMO

A china faz parte das minhas preocupações dela falei muito no blogue calado da avenidadaliberdade. A invasão chinesa já está aí. Voltarei à China, aliás, o texto já está manuscrito, mas antes talvez fale desta Terra, onde, agora me encontro, as terras de D. Alberto João,chamada de mamadeira pelo jornal satirico garajau, e-mail ogarajau@portugalmail.pt, um verdadeiro achado.
Jeronimo
Não me adjectives muito é somente a tua amizade e bom coração a falarem, sou um normalissimo conversador, aplicado e com alguma coragem, ponto.
abraço
asilva

Jerónimo Sardinha disse...

Ó Andrade da Silva,
Conhecendo-te e conhecendo algum do teu percurso, como queres evitar a adjectivação ?
Sabes que nunca foi meu hábito esconder a verdade, ou o que penso. Em nenhuma circunstância.
Pois. Já me tem causado engulhos, (a mais das vezes), prejuízos, muitos. Mas sabes, Caro Amigo, se nascesse de novo, penso que voltaria a pensar e fazer tudo da mesma maneira. Talvez fosse mais cauteloso na oportunidade e na circunstância. No resto, tudo igual.
Portanto, não te estou a adjectivar. Interpreto e difundo publicamente o que penso e como o vejo. Ponto.
Sinto a nossa amizade, imensa, respeitosa e camarada, mas ela nada tem a ver com o que digo. Não te sintas incomodado na tua singeleza, pois, se somos assim, é bom que os outros assim nos vejam e disso dêm testemunho. E não só por palavras. São actos e factos que fazem história. As palavras fazem estória. Vês com lucidez. Nem sempre estamos de acordo no acessório, mas penso que comungamos no essencial.
Um grande abraço para ti, em terras de d. alberto joão ( em minúsculas).
Jerónimo Sardinha.

Domingos Neto disse...

Meu caro Andrade da Silva. Acho, estamos numa situação internacional perigosíssima, e acho que é o pior momento para alguém fazer previsões ou se atrever a vaticinar.
No entanto, só dois ou três comentários:
Duas das maiores potências mundiais, China e Rússia, são tudo menos democráticas.
Os Estados Unidos estão a pagar um preço caríssimo por manter o Irão fora do mercado do petróleo, e pagarão um preço ainda mais caro se eles ou o seu aliado insubordinado, Israel, se atreverem a atacar o Irão.
E a rapaziada não é parva. Pretende votar Obama porque ele representa mais realismo e mais possibilidades de negociação.
Para mim a conjuntura internacional está a mudar dramaticamente desde a subida dos preços do Petróleo (e isso a maior parte dos comentadores não vê). A Europa e os Estados Unidos, que já tinham começado a empobrecer face à globalização dos mercados, empobrecem agora muito mais rapidamente. Ou tomam medidas ou perderão muito rapidamente grande parte da influência económica, social e política que ainda têm. E sobretudo se se meterem numa guerra tonta como esta.

O mundo está farto de aventuras e de guerras petrolíferas. Creio que não iria suportar uma guerra contra o Irão. E não sei as consequências de um ataque de tipo fulminante de Israel e este país. Também seria perigosíssimo.

Israel, para mim, é o grande aliado perigoso do Médio Oriente, cuja influência também está a passar rapidamente (e que, curiosamente, a nível político, ou muito me engano ou já está a preparar a réplica moderada de Barack Obama).

Acho necessário que todo o mundo se esforce para limitar e impedir que o arsenal nuclear iraniano progrida.

Mas parece-me que não faz sentido o mundo ocidental entrar em guerra com o Irão, por um motivo de energia nuclear, sem denunciar e acabar igualmente com o arsenal ilícito de Israel, que não é, nem nunca foi um país democrático ou pacífico. É ainda menos democrático do que foi a África do Sul, no tempo do Apartheid.

Acho que Israel abusou demais, invadiu demais a Palestina, com os seus colonatos selvagens e as suas auto-estradas selvagens por essa terra adentro, para que seja mais possível uma solução de tipo dois Estados. Acredito sim num estado único Israelo-Palestiniano. Se esta intervenção política for bem feita correrá tanto sangue como correu na eliminação do Apartheid na África do Sul.

Israel é o principal beneficiário das ajudas dos Estados Unidos a outros países. Se os subsídios dos Estados ricos forem distribuídos para os povos do mundo que realmente necessitam deles, estaremos a pacificar definitivamente o Médio Oriente.

Domingos Neto