... que o que se estava a passar com algumas figuras do nosso expectro político, para além de desonroso, perigoso e ultrajante, poderia tomar foros de ofensa nacional. Não se amesquinha a memória de quem serviu a Pátria e o Povo com honra e denodo. É grosseiro, denota falta de nobreza e deixa a nú a inveja e o ciúme, pela entrega de que outros foram capazes e nós não. Os reflexos poderão ser graves e sempre negativos.
O que se segue, foi publicado no blog: www.7ze.blogspot.com, a quem, para além da referência pessoal, agradeço a gentileza da autorização de transcrição.
"Este blog foi feito (para além de outros objectivos menos confessáveis) para publicar um ataque a este lúgubre e repugnante personagem; esse ataque já deveria ter ocorrido há mais de um mês, mas circunstâncias várias foram fazendo com que fosse sendo adiado. Mas porquê esta fúria? Comecemos pelo princípio: sendo personagem que nunca me foi especialmente simpático, foi com desagrado que reparei que era a estrela das comemorações do 25 de Abril promovidas pela Câmara Municipal de Santarém (aliás, vim a saber depois, em clara «concorrência» e desafio relativamente às promovidas pela Comissão das Comemorações Populares); deveria ter desconfiado logo que vi o cartaz e folheto da «Oferta Cultural» do mês! Estava em curso uma cabala, uma tentativa de falsificação da história, um acto mesquinho para desacreditar Fernando José Salgueiro Maia, com a cobertura de um Município (o meu, infelizmente), de um importante grupo de comunicação nacional (Balsemão) e de um pasquim local. Movidos pelo despeito e pela sua mediocridade, ousaram atacar um morto, o herói que invejam e que o povo e a história reconhece, numa tentativa mal engendrada de ofender a sua memória com falsos testemunhos. Mas voltando aos factos: fiquei espantadíssimo com a chamada da capa do Mirante dessa semana e precipito-me para descobrir uma página inteira dedicada à tenebrosa mistificação. Passo o fim-de-semana irritadíssimo, e logo na Segunda-Feira dirijo-me à sede do Mirante, onde descubro que a peça fora «fabricada» ao mais alto nível (na «boa fé» jornalística, claro, de quem procura cachas e notícias bombásticas); exponho a minha indignação ao próprio e tento obter um desmentido qualquer, nem que discreto; mas qual quê, ficaram ofendidíssimos, por pouco ia sendo empurrado pelas escadas abaixo, susceptibilidade denunciando o estilo «jornalístico» e a linha «editorial». Refira-se que essa edição do Mirante saiu com o Expresso no Distrito, acompanhado pelo Livro de «Poesia»… pago pelo «artista» ou pela Câmara? Bom, mas veja-se aqui a «peça»:
idEdicao=336&id=43100&idSeccao=4896&Action=noticia
Repare-se, muito sucintamente, logo na forma de se dirigir ao Capitão de Abril: «Ele quis-me despejar, lá na sede do PS, 150 G3 e eu não quis. Disse-lhe: Ó Salgueiro Maia, desculpe lá. O único tipo que sabe mexer nas G3 sou eu que estive em Angola. E não vejo aqui nenhum inimigo à vista. Portanto não me ponha cá essa coisa.» Denuncia-se depressa! Com que então agora o herói é ele, o verdadeiro já quase esqueceu! Com que legitimidade trata assim um herói, tu cá tu lá, se é o próprio a dizer que só conheceu Salgueiro Maia depois do 25 de Abril? Muito texto a querer parecer elogioso, só para concluir: «Era muito determinado MAS demasiado radical». Mesmo que, por absurdo, fosse verdade, era claramente pouco elegante vir revelá-lo a esta distância e sem que o próprio se pudesse defender. Ora o ofendido sempre defendeu que era uma grande irresponsabilidade a entrega de armas aos civis, e não se está a ver o Fernando José com duas caras. Outra razão é simplesmente que, se fosse realmente ele a tratar disso (não estou a dizer que não era menino para essas coisas) as coisas teriam decerto acontecido! É conhecida a fúria organizativa do Fernando, que chegava a ser exasperante: ele, pura e simplesmente, não teria falhado! Logo na segunda-feira seguinte, que por acaso era dia de Assembleia Municipal, bati a cidade alvoroçado com esta fúria… se tivesse encontrado o gajo havia de ter sido o bonito: no mínimo insultado havia de ser! Tenho o direito à indignação, já que não vejo outras formas de «participação»! A liberdade de expressão tem limites! Nesse mesmo dia interpelei a Comissão das Comemorações Populares do 25 de Abril, que me garantiu não ter nada a ver com toda a cena. Com o jornal debaixo do braço, fui à sede do PS, que, por acaso, estava aberta, perguntar se já estavam esgotadas (quando perguntaram o quê? mostrei a capa)… estava um pequeno magote à entrada, que, para partidários, se mostraram pouco consistentes ao revelarem a sua total ignorância dos títulos da imprensa local referentes ao seu partido: terão confundido a sede «política» com uma agência do IEFP? Passados uns dias, executei uma expedição punitiva pela net, pesquisando todas as notícias relacionadas e colocando comentários provocadores em todas as que o permitiam, como por exemplo no site da Visão (sim, que também saiu um «artigo»: Sete Vidas, na edição de 24 Abril), no Batalhão do gajo na guerra colonial, em sites de Santarém, de poesia, etc, enfim, tudo o que apanhei... Chamei-lhe todos os nomes, do qual o mais simpático foi senil! Fiz queixa à Associação 25 Abril, em cujo blog vi um comentário meu mais agressivo ser censurado. Mas aqui deixo uma citação de um «ancião» respeitável nestas andanças da verdadeira política, Jerónimo Sardinha, homem sério e íntegro, frequentador da A25A: «Vamos ao que considero mais grave. A poucos dias do 25 de Abril, numa cerimónia pública, um personagem (José Niza. Outra vez PS), que respeito e por quem tinha alguma consideração, deixou “cair”, na sua intervenção, que Salgueiro Maia, em Novembro de 1975 quis entregar 150 G3 ao PS de Santarém e terá sido ele a recusá-las. Assim temos que: - primeiro, Maia já não está entre nós para confirmar, negar ou esclarecer. In Memorian, devia ter ficado calado; - segundo, desempenhou altos cargos de estado, políticos e partidários. O silêncio era o mais recomendado. Até porque nesta altura não só não esclarece, como pode acirrar ânimos; - terceiro, o famoso problema das armas em 1975 e não exactamente estas, não está nem de perto nem longe esclarecido.» extraído de www.avenidadaliberdade.org Quanto às armas, se os meninos do PS não mandam calar aqueles que, sem autorização ou mandato, dizem barbaridades em nome do partido ou acerca do partido (não vi nenhum desmentido ou a mínima nota de desagrado emanada do PS local, conforme tive ocasião de solicitar a vários dirigentes, inclusive publicamente, por ocasião do lançamento do livro de Mário Silvestre no Fórum Actor Mário Viegas), ter-se-á de explicar, para esclarecer as crianças mais novas, que o 25 de Novembro não foi o que o Sr. Mário Soares pintou… Armado aos pássaros, sonhando com o brumoso golpe do Napoleão, queria passar por herói da «resistência anti-comunista», tentou encenar uma deslocação da Assembleia para o Porto, mas correu-lhe mal, e ainda hoje andam a tentar mistificar as pessoas com o tema… Vão bugiar! E o melhor é o Manuel Alegre cortar ligações com este anormal, se não quiser arriscar a cair também no saco da merda!
Se alguém se sentir ofendido que pague as custas, que eu preparo melhor o dossier!
Se alguém se sentir ofendido que pague as custas, que eu preparo melhor o dossier!
25 de Abril Sempre!"
--------------------
Jerónimo Sardinha
17Setembro08
5 comentários:
MEUS CAROS
O 25 de Novembro não foi a confirmação do 25 de Abril, isto é uma mentira.
O 25 de Novembro é uma grande salgalhada também já o tenho dito. Não sei qual o papel do Salgueiro Maia naquela data, alguns dos derrotados do 25 de Novembro disseram-me que o Salgueiro Maia veio por ali abaixo, mas nunca viria contra os seus irmãos do 25 de Abril.
Para mim quero recordar para todo o sempre o GRANDE SALGUEIRO MAIA do DIA 25 de ABRIL, o VERDADEIRO HERÓI EM TERMOS INDIVIDUAIS DAQUELE DIA .
ELE ENFRENTOU A MORTE E AO FAZÊ-LO ABRIL VENCEU.
RECORDAREI O SALGUEIRO MAIA DAS REUNIÕES NA SUA CASA, ANTES DO 25DE ABRIL, ESTE É O SALGUEIRO MAIA QUE VENERO que nenhum herói de pacotilha poderá ensombrar.
Do Salgueiro Maia do 25 de Novembro, só sei o que acima digo, revelador das grandes contradições que nos dissolveram e do muito, muito que continua escondido e que de que historicamente se tem de falar.
No meu caso até porque só agora o posso fazer, claro com todas as limitações da desigualdade abissal na possibilidade do uso da liberdade de expressão e da audiência da minha voz, mas por mim as verdades que conheço não serão soterradas.
Quanto a Salgueiro Maia ele é o 2º HERÓI do 25de Abril logo a seguir ao POVO que veio para as ruas, não o POVO que ficou em casa.
Todavia aquela do regresso aos quartéis e do não regresso aos quartéis dos militares foi uma boa jogada de quem lá longe sabia que era importante legitimar democraticamente a desigualdade.
Se houver tempo e a liberdade resistir tanto irei falando destes meandros, o que, aliás, já faço há quase um ano, antes no blogue da Associação 25 de Abril que em 13 de Junho de 2008, saiu do ar.
O vírus da Liberdade de expressão para este PORTUGAL e para todos os demo-ditadores é pior que o HIV, mas eles calam-se e muitos dos outros também.
asilva
Meu Caro Andrade da Silva,
Se alguém conhece as consequências do 25 de Novembro, és tu. Tu e mais meia dúzia de camaradas teus há época.
No entanto, posso garantir sob penhor de honra, que a sociedade cívil se fragmentou irremediavelmente nessa data. Em boa verdade, os desmandos estavam a ir longe de mais. A governação à deriva (como hoje), era um facto. Mas tudo isso foi estratégia muito bem desenhada e orquestrada por quem queria a todo o custo ser «pai da democracia». Nunca explicou muito bem, de que democracia, mas com o passar dos anos e com a experìência vivida, não foi difícil perceber que era a dele e dos seus amigos e comparsas.
Toda a história que agora levanta esta celeuma, só foi possível porque militares, alguns, e políticos, muitos, se apostaram em fazer daquela data, o dia "0" da sua retoma. Num país fascizado, analfabeto, iletrado, com um povo sem personalidade e empobrecido e a quem ao longo de 800 anos foi mutilado o carácter e o brio, era fácil perceber o resultado. Tudo isso foi calculado e ajustado ao desejo. Era tempo de os "antigos", coitadinhos, já tão sofridos, voltarem e espalharem umas migalhas aos seus sedentos servidores. O resto... o resto virá seu tempo.
Quanto ao Maia, tudo o que dizes é verdade. Mas parece que a ideia dele, ao saír às ordens do Costa Gomes, era chegar a Lisboa e perceber o que se estava a passar. Porque sabes bem, que foi uma bandalheira tal, que os próprios envolvidos chegaram a ter medo uns dos outros e a contradizerem-se publicamente. Foi realmente "um tempo bonito de se ver".
Não posso, como tu, fazer afirmações em nome dele, porque só muito mais tarde falámos e de outros assuntos, também prementes na altura.
De qualquer modo, foi sem dúvida um dos poucos heróis de Abril. Outros, poucos, houve. Como aquele Tenente de Artilharia que teve pressa de estar no Cristo Rei muito cedo. Ainda bem que teve essa visão e essa pressa. A fragata e o seu comandante, poderiam ter causado um estrago danado nas intenções do Maia e dos Capitães de Abril. Sabes a quem me refiro. Foi também um acto de heroísmo e uma leitura estratégica de excepção.
Por aqui me fico.
Voltarei sempre que o assunto o justifique e os meus fracos conhecimentos permitam.
Um Grande Abraço,
Jerónimo Sardinha.
MEU CARO JERÓNIMO
Reconheço a completa falta de direcção politica e militar do verão quente, mas como todos sabem na área militar essa desagregação era mais provocada por um corpo de militares mais próximos do Copcon e de Otelo, haveria algum exibicionismo individual ao nível de alguns chamados gonçalvistas mais narcisistas, mas pelo que conhecia destes com quem de um modo maioritário a partir de certa altura mais me identifiquei, de um modo geral haveria um maior espírito de disciplina, uma vontade de fazer as coisas andarem,.
MAS NUNCA ESTEVE NESSE GRUPO QUE EU SAIBA A PREPARAÇÃO DE NENHUM GOLPE MILITAR COMUNISTA E SE ESTE ESTIVESSE EM MARCHA E NÂO SE REDUZISSE A UMA GOLPADA DE LISBOA MILITARMENTE EU TERIA DE, ALGUM MODO, SABER. NESTE GRUPO A PREOCUPAÇÂO ERA A ALIANÇA EFECTIVA ENTRE SPINOLISTAS, a DIREITA e MESMO EXTREMA DIREITA MILITAR E CIVIL E O CHAMADO GRUPO DOS NOVE QUE PLANEOU E DESNCADEOU O 25 DE NOVEMBRO SEM TER NEGOCIADO NADA COM OS CHAMADOS GONÇALVISTAS E TEREM NEGOCIADO COM OS CAMADOS OTELISTAS, SABENDO QUE PELAS CARACTISTICAS PESSOIAS DE OTELO A BAGUNÇA IA CONTINUAR, O QUE PERMITIRIA A QUALQUER MOMENTO DESENCADEAR UM GOLPE NÃO PARA REPOR O 25 DE ABRIL, MAS O MARCELISMO SEM MARCELO E AS PROVAS SÃO MUITAS E EVIDENTES.
LOGO A 27 ou 28 Novembro na reunião da vitória no QG de Évora o regimento de Estremoz, que tanto trabalho deu à EPA e a mim para os convencer a marcharem no 25 de Abril, o que fizeram a más horas, porque lá convenceram o comandante a vir comandar aquela” guerra”, transportando-se no seu carocha- coisa ridículas queria a prisão imediata do Gen.Fabião e do Gen Otelo, sem julgamento ao que se opus determinantemente o gen Pezarat e o cor Sousa Teles; depois a aplicação da lei Barreto foi feita a ferro e fogo, com ocupação militar e literal pela GNR do Alentejo com carros de assalto, armas pesadas, G3, cavalos, bastões e cães policias, tendo sido executados no Escoural dois trabalhadores.Era Ministro da Administração Interna, o antes ministro do Interior, o sr.cor. Costa Brás, era 1ºministra, o antes Presidente do Conselho de Ministros a eng. Lurdes Pintassilgo, portanto isto foi o 24 de abril e nunca o 25de Abril.
Havia bagunça, havia coisas a corrigir, mas o que se fez foi destruir tudo, nem sequer se reflectiu que por exemplo no Alentejo poderia coexistir com algum sucesso uma estrutura agrária mista como a de Israel, face ao maioritário absentismo dos latifundiários. Eu vi-o, não foram os comunistas que me disseram, foi lá ver como era e era de facto uma dor de alma, vi pomares completamente submersos por silvas, por exemplo em Cabrela, mas era por todo o lado.
Tudo é muito como o Varela Gomes diz, só se fala de todos os portugueses para pagar as desgraças, mas para as benesses só se chamam alguns. ( Refiro que me afasto de Varela Gomes por responsabilizar mais o PS pelo nosso actual estado, que tenderá a piorar muito, quando a responsabilidade é de facto do rotativismo em que vivemos entre o PS e o PSD e as suas coligações na distribuição equitativa dos cargos públicos predominantes).
De igual modo não louvo que os militares se tenham retirado para os quartéis. Pelo menos no Alentejo se isso tivesse acontecido o número de mortos podia ser elevado, o que nunca aconteceu, tendo sido sim o filho do Sr. Veiga Teixeira assassinado numa contra-manifestação na área de responsabilidade da EPC.
Todavia fui eu e os militares que comandava que tive de sair do bem-bom do Quartel, para garantir as condições normais de segurança em Coruche. Acrescento que embora voluntarioso e disponível nunca me nomeei a mim mesmo. Quem me nomeava eram os comandantes e um deles o gen Pezarat Correia, o facto de terem feito mais vezes a mim que a outros encontra-se bem expresso no louvor que me foi dado em OUT 1974, onde se refere " sempre indiferente ao trabalho e aos sacrifícios....voluntário para trabalhos de missões difíceis de grande pureza de sentimentos"... ( cor Torres de Magalhães que, que eu saiba não fez parte do MFA, nem nunca foi um "revolucionário", e não o intimidei a me louvar, ou dar o que quer que fosse, postura que mantive ao longo de 40 anos. Exigi tudo para os meus cooperadores, nunca pedi nada a ninguém para mim, e isto é imperdoável.
Em conclusão havia bagunça, havia falta de direcção politica, havia riscos, mas sobretudo o que se matou foi a cidadania pelo pavor que provocou alguma experiência de democracia directa, que obviamente trouxe muita porcaria, mas muita desta está em altos cargos nacionais e internacionais, não terá havido nada de premeditado,
de modo a que muitos dos que provocaram grandes desmandos em Portugal então, estejam em
altos cargos internacionais? Mas
será que o país cegou e, ou está surdo?
Seria bom pensar que se os que provocaram então aqueles desmandos não estão hoje a provocar outros na segurança e na economia para justificar o regresso a formas totalitárias de poder.
Portugal ainda está a viver muito acima das suas posses. A relativa riqueza da generalidade dos portugueses não tem sustentação nem nas nossas riquezas, nem nas nossasexportações, nem na nossa produtividade ou produção, nem somos como alguns pretendem o INATEL da Europa,a Espanha está bem à nossa frente.
Quando formos obrigados a viver com a nossa exiguidade vai ser difícil de conter a malta. A crise ainda está a passar ao lado da maioria das famílias que estão completamente alienadas disto tudo. Oxalá que nunca sofram o sobressalto que o choque entre a inverdade e a ficção da esfera financeira com a realidade cruel da esfera económica.provocará.
Mas para quê preocupar as pessoas se Setembro ainda vai quente?
asilva
Na minha tão distante juventude conheci uma máxima latina que rezava mais ou menos assim (cito de cor): dos mortos e dos ausentes não digas senão bem, porque eles não se podem defender.
José-Augusto e Carvalho
Caro José Augusto
Cuidado, muito cuidado com os provérbios.
Um dia fui testemunha dos trabalhadores do hotel Planície numa acção movida pelo seu patrão, então falecido há altura do julgamento, acontece que se não se demonstrasse o que era este patrão em vida, os trabalhadores seriam uns míseros saltimbancos.
Só que este homem em vida não tratava ninguém bem, e eu testemunha não estava a testemunhar o comportamento do morto, mas o do vivo, e agi em relação a este morto maldito, como a Salazar, Franco e Pinochet, dando testemunho com verdade dos seus comportamentos agressivos.
Também o advogado de defesa chamou-me a atenção para que o acusado era um morto, ao que retorqui que era preciso dizer quem era o morto, quando vivo, para se entender o processo de auto-gestão do Hotel, e que pensava, e penso, que em relação a mim também quero que os que acham que eu sou um fp que mantenham, após a minha morte, essa atitude, mas que digam porquê , se possível com verdade.
Não há entre nós coisa mais desgraçada que considerar os mortos uns coitadinhos, porque é sempre da vida deles que vamos falar, e se eles foram uns coitadinhos, desgraçados e míseros foi em vida, depois de mortos são muitas vezes meros fantasmas
Será sim, um crime mentir, ou ir buscar verdades ou semi- verdades mesquinhas para denegrir alguém que foi generoso e um HERÓI, quanto um homem pode ser.
É INACEITÁVEL SIM, QUE UM CAGÃO QUALQUER QUE SE BORRARIA TODO PERANTE UM CARRO DE COMBATE, QUIÇÁ MESMO UMA PISTOLA DE ALARME DE PLÁSTICO, SE ARME AOS CÁGADOS, SERVINDO-SE DE UM HOMEM MORTO E QUE TEVE UM COMPORTMENTO HERÓICO NUM DIA E NUMA CIRCUNSTÂNCIA PARTICULAR, E A ELE, PARA O BEM E PARA O MAL SE DEVE AQUELE 25 DE ABRIL. SE TIVESSE SIDO OUTRO O SEU COMPORTAMENTO QUER NA PRAÇA DO COMERCIO QUE DEVERIA PASSAR A CHAMAR-SE DA LIBERDADE, OU NO LARGO DO CARMO E TUDO TERIA SIDO DIFERENTE OU VENCERIA O 24 DE ABRIL, OU TERIAMOS TIDO REVOLUÇÃO A SÉRIO COMBATENDO OU NÃO FORÇAS ESTRANGEIRAS INVASORAS. O QUE TERIA SIDO O MELHOR? NUNCA SOUBE RESPONDER A ESTA QUESTÃO, NEM SEI E TAMBÉM NÃO INTERESSA NADA, TALVEZ!?...MAS TODOS SABEMOS QUE FOI MAIS CÓMODO ASSIM, QUANTOS AGUENTERIAM A REFRAGA?....
Direi que a Escola Pratica de Artilharia vinha armada até aos dentes e a vender cara a derrota, mas para isso teria de primeiro tirar o comando ao reaccionário que a vinha a comandar. Também se tivessemos de fazer fogo contra os fuzileiros navais esse reacça ia sofrer com a morte do pessoal das portagens, por não me ter permitido ir avisá-los do risco que corriam.
Foi gente desta que veio no 25 de Abril, quando antes eram considerado bufos e depois do 25 de Abril estiveram sob minha vigilância por ordem da Comissão coordenadora do MFA, na pessoa do cap. sousa e Castro. Histórias do Diabo, câncros.
Discordo do companheiro, temos muito que falar ainda de mortos que nos são queridos e de mortos cuja má memória não pode infelizmente ainda ser enterrada, exactamente porque outros branqueiam os seus comportamentos.
É doloroso ver falar para denegrir de uma determinada personagem que enquanto membro da coluna da EPC do 25 Novembro, só poderia merecer de todos os dirigentes e militantes do PS gratidão e reconhecimento por razões obviamente evidentes, para as pessoas atentas.
Da minha parte considero o Salgueiro Maia um homem bom e generoso e que se algo fez de menos generoso foi porque alguém maldoso servindo-se da criatividade da maldade o enganou, e nesta arte parece que há grandes e verdadeiros mestres entre os que conjunturalmente estiveram do mesmo lado da barricada em 25 de Abril74
Entendo que este tumor maligno resiste a ser extirpado, como não se extirpou o tecido canceroso do fascismo e o resultado é que se vai vendo. Nós somos assim.
asilva
Enviar um comentário