segunda-feira, 1 de setembro de 2008

O GRAAL DA MEDIOCRIDADE DEMOCRÁTICA: A LEI ELEITORAL


Caro José Augusto, como prometido, refiro a minha opinião sobre a actual lei eleitoral.

Discordo por completo desta lei que nos agarra às decisões geralmente incompetentes e condicionadas de 0,000. . X% dos cidadãos que são militantes dos partidos, onde, não militam, de um modo geral, os cidadãos mais dados à causa pública.

Defendo, pelo contrário, outra lei mais democrática que vincule os deputados aos eleitores, perante os quais responderiam pelo exercício do poder que o eleitor lhes delega, para, em seu nome, defenderem, o que for mais justo para a comunidade

A democracia, tal como existe, é um mero jogo entre ditadores ou semi-ditadores que tomaram o poder nos partidos e transformaram os seus militantes num mero "rebanho", quase nenhum se afasta deste padrão, pelo que as actuais eleições para deputados são uma quase inutilidade. Nas actuais circunstâncias bastava irem para o parlamento os delegados dos secretários gerais dos partidos, e a Assembleia da República cumpria o mesmo papel, com menor custos, seria uma maravilha em termos económicos que diria ainda a verdade sobre toda esta mistificação democrática.

Há muitos deputados na Assembleia da República que não fazem nada, só lá estão para votarem as leis de acordo com as indicações dos partidos, mesmo que estas sejam contrárias aos compromissos eleitorais, e naturalmente farão parte das próximas listas, isto, é, um absurdo inaceitável.

Os partidos pela sua baixa qualidade não podem ocupar todo o espaço da intervenção politica. Se não arranjarmos outras formas, ou se os cidadãos não ocorrerem em massa aos partidos, expulsando a má moeda que por lá abunda, dias negros esperam a gestão e o exercício do poder político.

É necessário melhorar a acção politica com a responsabilização dos deputados perante os eleitores. Não deve caber só aos partidos determinarem quem vai ser deputado e governante, porque infelizmente, de um modo geral, nomeiam os cidadãos que todos conhecemos, e que frequentemente não dignificam a Politica.

Creio que é preciso abrir generalizadamente o campo politico aos cidadãos, mas que para isto possa acontecer, de um modo útil à democracia, seria necessário activar, mobilizar e criar uma opinião pública critica e consciente, realidade que está muito longe de acontecer, tudo, pelo contrário, é feito para alienar cada vez mais os cidadãos, através do exercício autista do poder, do entretimento televiso e outros e da desinformação.

Apesar da actual lei ser má, se os partidos tivessem práticas democráticas voltadas para as comunidades, poderiam ouvir mais e melhor as comunidades locais na formação das listas, o que de facto não fazem, porque consideram que a legitimidade da representação esgota-se em si mesmos, cabendo aos cidadãos referendarem as listas que os mesmos apresentam, ficando o deputado cativo das directivas dos secretários gerais, com completa supressão da liberdade do deputado, mesmo a de consciência, o que não pode ser aceite como ético.

Não fará nenhum sentido também que uma candidatura independente nas eleições locais ou outra para se apresentar precise quase de tantos apoiantes como para formar um partido, isto, é - INACEITÁVEL.

Abraço

andrade da silva

PS: como seria útil e bondoso que comentassem,vão ver que custa só um pouco. Obrigado.

2 comentários:

Anónimo disse...

Boa tarde, prezado Andrade da Silva!
Como sabe, o meu texto discordava daqueles que são eleitos sob uma bandeira partidária e depois se autoproclamam «independentes».
A questão que salienta é a da Lei Eleitoral existente. E tem toda razão no que diz.
Se os partidos políticos tivessem a concorrência dos cidadãos sem partido, seriam mais criteriosos na elaboração das listas de candidatos. Aliás, o seu modus operandi provocou desânimo e repulsa em muitos e muitos cidadãos. A população, convencida de que a Política é isto, rejeitou-a. Uma nova esperança terá de surgir, em Liberdade, da área da Cidadania.
Abraço.
José-Augusto de Carvalho

andrade da silva disse...

Caro José Augusto

Julgo que é pela àrea da cidadania, que o 25 de Novembro de 75 coarctou, que devemos retomar o futuro. Vou voltar a este assunto, quando abordar a questão dos homens ridiculos, tão bem tratada por Dostoievski,entretanto, fica aqui este apontamento.

Obrigado por este diálogo e pelos seus poemas.

Que as nossas palavras encontrem ouvidos e corações que as oiçam e compreendam, no quanto de amor encerram.
abraço
asilva