sábado, 1 de novembro de 2008

DONDE, DE UM PEQUENO PONTO,SE OBSERVA O GRANDE MUNDO.




Simplesmente no compromisso com a minha consciência que procura ver a generosidade e o mérito, onde, existem, vou falar do que de muito bom, uma pequena secção do PS- a da Almirante Reis - com lideres jovens, como é o Tiago e a equipa muito generosa que o acompanha, tem feito, promovendo acções muito importantes de informação abertas a toda a sociedade civil.

Ali, já se falou do plano tecnológico, mas também da situação muito difícil que a liberdade e a cidadania vivem na Guiné a dias das eleições, são em 14 de Novembro. Que a poderosa América não nos distraia do que se pode passar de muito grave na Guiné, se as regras democráticas não forem respeitadas, risco que é elevado.

Todavia o último encontro, em que estive presente, foi para se falar da poderosa América e do Mundo, após o 4 de Novembro. Foram vários os conferencistas portugueses e americanos, sublinho, contudo, a presença do Prof. George Edwards, apoiante de Obama, mas de uma clareza excepcional quanto ao que o Mundo pode esperar, se Obama vier a ser eleito

Esta reunião foi também importante pela sua interactividade, o conferencista respondeu às perguntas que a assistência lhe dirigiu, e que apresentou por escrito no início da sessão, como tinha sido esclarecido. Foram feitas perguntas sobre os mais diversos temas de que destaco:
A crise económica Mundial
A segregação racial nos EUA
A questão de Israel – Irão
A questão do Afeganistão
O protocolo de Quioto
A questão dos impostos nos EUA
O SNS nos EUA- o emblema de Hilary Clinton que não floresceu
O quanto o americano povo gosta de ser amado pelo Mundo

O Prof. George Edwards, desde logo, esclareceu que a actual crise económica é muito profunda e que ninguém sabe muito bem como tudo virá acontecer no Futuro, porque algumas medidas que estão a ser tomadas não surtem os efeitos previstos. A metodologia é um pouco a do ensaio por tentativa e erro, a ver o que mais resulta. Todavia considera que não houve nenhuma nacionalização dos bancos e que a intervenção do Estado será passageira.

Defendeu também que a vitória de Obama terá de ser disputada até ao último segundo, porque nada está ganho. Neste momento só houve uma grande vitória simbólica. Na a América de há 50 anos atrás, um negro nem sequer podia visitar uma escola de um branco, pelo que a candidatura de Obama foi um grande salto no Futuro, de qualquer modo alertou que há ainda no americano um racismo residual que pode actuar, por parte dos brancos, de um modo desfavorável, à boca das urnas, para Obama.

Quanto às questões de segurança referiu, como Obama fez no frente a frente com Mccain, que a estratégia do democrata assenta na ponderação do uso da força e da diplomacia, havendo da parte de Obama uma intenção de evitar as guerras imperiais. Todavia também foi referido que ao Presidente Americano, face à complexidade do sistema político americano, torna-se difícil de realizar as suas promessas, conquanto Obama espere ter a maioria nas câmaras, o que facilitará a sua Governança.

Quanto ao ambiente e aos impostos foi dito que parte das aspirações de Obama vão ter de esperar melhores dias, se vier a ser presidente. Quanto ao ambiente a actual crise não permite grandes investimentos. Quanto aos impostos já mais ninguém pode ser isentado, porque 40% dos americanos não pagam impostos, irá taxar as grandes fortunas que Bush isentou.

Explicou ainda que muito do sucesso de Obama se deve ao facto de haver uma atitude muito forte anti-Bush que levou a que os americanos se sintam pouco amados no Mundo e, isto, para os Americanos será algo de muito duro.

Com muita transparência disse que Obama era de facto uma candidatura de mudança e esperança, mas que a Europa deveria ser comedida nas suas expectativas, por todos os condicionamentos, mas também porque nos EUA não há algo que se possa comparar muito com a esquerda europeia. O partido democrático seria centro mais direita que esquerda, o Partido republicano de direita e os demais muito, muito, à direita.

Deixou uma nota muito clara, quanto ao perigo que há para as democracias por parte de um número significativo de Americanos já não acreditarem, nem nos políticos, nem nas Instituições, o que tende a espalhar-se pelo mundo com uma gravidade assombrosa para os nossos modos de vida democráticos.

Para além do convívio este encontro foi importante por culminar o muito trabalho e empenho daquele grupo de jovens e idosos da secção do PS da Almirante Reis, mas também por permitir ouvir de dentro, o que alguns americanos que conhecem a realidade da mesma pensam, e que se dignaram responder às muitas perguntas da assistência, o que não é a regra em Portugal. Entre nós a regra é ouvir e calar, o que também não é o que acontece naquele espaço, tornando-o num ambiente de positiva cidadania e afectividade. Que o exemplo desta secção se multiplique e algo pode também mudar entre nós.

Para frente gente esforçada da Almirante Reis. O Mundo é pesadão move-se lentamente, mas move-se. Podeis movê-lo.

Abraço para o Tiago e seus companheiros.


Andrade da silva 31 Out. 08

PS: Embora saiba que o Mundo pode mudar muito pouco ou nada, o meu voto vai para Oboma, mas não deixo de ver na sua candidatura riscos que espero que o facto, que referiu, da sua mãe estar doente no Hospital a discutir com o seguro quem pagava o internamento, o faça olhar para o Mundo de outro modo.

Sei que isto poucas vezes acontece, porque se o Sr. Prof. Cavaco da Silva olhasse, de algum modo, para o Portugal-Boliqueime poderia incutir mais generosidade e justiça na política, o que não faz, e como ele são milhares.

CARAS AMIGAS E AMIGOS AJUDAI A PROPAGAR ESTES GRITOS, PARA QUE HAJA ECO.






1 comentário:

Jerónimo Sardinha disse...

Caro Andrade da Silva,
Bom artigo.
Análise séria e profunda, da tua parte, sobre assuntos que te são caros.
Gostei do trabalho e da metodologia.
No resto, sabes a minha opinião.
Força Amigo,
Grande Abraço,
Jerónimo Sardinha