sexta-feira, 21 de novembro de 2008

OBVIAMENTE, SR. RUI PATRÍCIO, O 25 de ABRIL FOI A AUTO-DERROTA DA NAÇÃO.



No 25 de Abril 1974 o país estava nos primeiros lugares da Europa em desenvolvimento humano, tinha a maior taxa de alfabetização da Europa, era um dos países com a economia mais sólida, maior número de doutorados por 1000 habitantes, um dos maiores graus de industrialização, a mais baixa taxa de mortalidade infantil, em todas as casas havia água, luz, saneamento básico, reinava a maior paz e portugalidade em todas as colónias, contrariamente à França não foi preciso uma guerra de libertação para se criar um espaço cultural e económico da lusofonia, englobando o PORTUGAL CONTINENTAL, O ADJACENTE E O COLONIAL, e, ainda, havia para todos proteger das maldades morais a polícia de costumes e dos comunistas a polícia política: A PIDE. Tudo gente bondosa que através da persuasão, com chocolate e doces procuravam conduzir ao redil os tresmalhados.

Tudo era paz, felicidade, luz, FUTURO E LIBERDADE. Todos veneravam e amavam o Ditador iluminado.

Com o 25 de Abril passou a haver mais fome no país, mais desemprego, iniciou-se uma guerra em África, os letrados passaram a analfabetos, fecharam-se as universidades, os transportes passaram a ser feitos de carroça, nunca mais houve eleições, a comunidade intencional sucessivas vezes tem condenado o país na ONU, ficamos completamente isolados, embora, nos últimos anos a aliança estratégica entre o Sr. Durão Barroso e o Sr. Bush tenha melhorado a situação portuguesa.

Obviamente que neste quadro o Sr. Rui Patrício tem toda a razão, e diz o óbvio. A ditadura fascista era a salvação da Pátria, como o foi durante 40 anos em Portugal e noutros países, como no Chile.

A loucura do 25 de Abril só podia ser o Alcácer-Quibir dos tempos modernos para Portugal. Só que agora nem tudo está perdido, há muitos salvadores disponíveis para governarem o país em ditadura.

Mas este Sr., onde, afinal estava no 25 de Abril 74? Será que também quer uma ditadurazinha por 3 meses?

E bugiar, não seria um bom desporto para curar saudosismos totalitários? Mas parece que acham que é melhor chatearem e dizerem que estão vivos. Agora, já não se borram de indignidade e trampa.

Daqui, do Deserto, proclamo: SE AINDA HÁ PESSOAS QUE NÃO ENTENDERAM O QUE FOI O 25 de NOVEMBRO, COMO PODERÃO ENTENDER O PRESENTE?!...

Porque será que nunca quiseram julgar o fascismo, como o General Fabião tantas vezes proclamou ser absolutamente vital, no que pessoalmente sempre o acompanhei, mas o facto é que não se julgou o Monstro, porquê?

Asilva 20 Novembro de 08, daqui a pouco é 25 de Novembro.

5 comentários:

Jerónimo Sardinha disse...

Caro Andrade da Silva,

Este "camarada", no 25 de Abril, estava ao lado do chefe amado. E enquanto o outro, mostrou alguma dignidade e se soube manter no seu lugar até ao fim, levando inclusive a que a primeira reviravolta do 25Ab. se desse nesse mesmo dia, fazendo-se substituir por outro igual, o general Spínola, este, borrava-se, com receio do resultado que os "comunistas" poderiam impor para o seu lado.
Foi ministro dos negócios estrangeiros, à sombra do amado líder. Era conhecido pelas suas trapalhices e mentiras contumazes.
Fazia parte de um rol de sobreviventes da Acção Nacional Popular ( do que eu me lembro!!!), destacados e queridos pelo regime, que logo que conseguiram, se converteram, deixando este e outros de fora e na sua mágoa.

Não está sozinho. Com ele estão, ainda, saudosistas, banqueiros, capitalistas, e muitos, muitos patrões. Nunca conseguiram ser conquistados, nem nada se fez nesse sentido, preferindo servi-los da melhor forma e mais atrativa forma, deixando que aumentassem as fortunas, desmesuradamente, há custa da sociedade e do povo, que continuam a explorar, com o aval e a benção de "pais e mães" da pseudo-democracia.
O 25 de Novembro existiu, porque na realidade os desvios e os desmandos, alguns quase de loucura, acidentais ou premeditados, prepararam o terreno e o tecido nacional, para que tal fosse possível, parecendo até necessário e/ou inevitável. Ou já não recordas que até a guerra civil esteve há porta?

A pureza de intenções, por muito que te dôa a ti, a mim, a meia dúzia de "loucos" que se julgam com mais visão e integridade, não habitava em mais de meia dúzia, que ou afastados, ou controlados, nada puderam fazer para evitar nada. Talvez até por idealismo, ingenuidade ou falta de oportunidade.

Repara, que este "ferrabrás", das poucas vezes que apareceu, coincidiu sempre com períodos conturbados ou com movimentações de emergentes ditadores/salvadores.

Não vou aqui falar do que era a beleza existêncial do regime que esse obtuso personagem defende e bem diz. Já está mais do que estafada e falada a repressão e perseguição que se fazia e a finalidade que tinha.
Limito-me a lembrar as más figuras internacionais que o senhor protagonizou, ficando, até por sinal, a falar sozinho perante uma Assembleia das Nações Unidas, que se retirou da sala, em peso, após o anúncio da sua intervenção.
Ao contrário de em Portugal, tudo isso está documentado e pode ser consultado.

Quanto ao julgamento do fascismo e dos fascistas, não foi só o Carlos Fabião, com a sua integridade e hombridade, reconhecidas, a exigi-lo. Eu, pessoalmente e por mais de uma vez, até na falecida "Avenida", o questionei e acusei.
Hoje percebo melhor porque não se fez. Nao havia conveniência e iguais não atacam iguais. Os tubarões só lutam entre si pela presa e nunca até há morte. Não se expõem, defendem-se em grupo.
Muitas são as estratégias utilizadas, mas em boa verdade, diz-me quando viste julgar e condenar internacionalmente um ditador. Por mais sanguinário que o seja. Antes de responder, lembra-te da Conferência de Lisboa. Depois responde.

Estará na altura de se iniciar um modo diferente de agir e como Jesus, expulsar os vendilhões deste "templo".

Quanto aos Patrícios que por aí andam, uns com reforma, outros com benesses, é deixá-los andar, se for oportuno, fazer algumas perguntas, mas nunca lhes dar muito valor. Não o têm. E só o falar deles, aqui, é já destacá-los.

São execráveis. Sempre o foram. Sempre o serão. Frutos pôdres de árvores pôdres, infelizmente nunca erradicadas

Obrigado por recordares este nojo. E não te vou falar aqui das suas amizades, que ainda por cá andam, para não te entediar mais.
Mas continuam a fazer maldades a esta sociedade e a este povo.

Grande Abraço,
Jerónimo Sardinha.



Jerónimo Sardinha

andrade da silva disse...

Caro Jerónimo

A resposta a este teu comentário exige um tratamento mais complexo e extenso,pelo que fica para umn texto que lá para segunda feira, dado o periodo sabático, publicarei.
abraço
bom domigo
asilva

Anónimo disse...

Companheiros, Amigos

filha de eis preso politico sobrinha de assassinado politico pela PIDE
E FAMILIAR DE TANTOS OUTROS
que pelas mãos da PIDE passaram
também eu me surpreendo que um processo justo e justificado do fascismo e seus esbirros e lacaios, não tenha tido lugar.
Teria sido um acto que outros povos viram acontecer e que permite olhar em frente com uma mais luminosa compreensão do Passado, para melhor avançar
e os saudosistas da salazarismo/Caetanismo tão falantes agora teriam tido opurtunidade de falar nesse julgamento, para tentar explicar o porquê de tanto crime de tanta afronta ao Livre Pensar, e à Liberdade Cidadã!
Agora esses gargarejos ao passado ficam muito mal a traidores de seu povo e a cobardes!

Com o meu Abraço por Abril a todos os valorosos antifascistas

Marilia Gonçalves

Marília Gonçalves disse...

Poema sobre Salazar

António de Oliveira Salazar

Três nomes em sequência regular…

António é António.

Oliveira é uma árvore.

Salazar é só apelido.

Até aí está bem.

O que não faz sentido

É o sentido que tudo isto tem.



Este senhor Salazar

E feito de sal e azar.

Se um dia chove,

A água dissolve o sal,

E sob o céu

Fica só azar, é natural.



Oh, c’os diabos!

Parece que já choveu…

… … … … … … … … …



Coitadinho

Do tiraninho!

Não bebe vinho.

Nem sequer sozinho…

Bebe a verdade

E a liberdade.

E com tal agrado

Que já começam

A escassear no mercado.

Coitadinho

Do tiraninho!

O meu vizinho

Está na Guiné

E o meu padrinho

No Limoeiro

Aqui ao pé.

Mas ninguém sabe porquê.



Mas enfim é

Certo e certeiro

Que isto consola

E nos dá fé:

Que o coitadinho

Do tiraninho

Não bebe vinho,

Nem até

Café



Fernando Pessoa



P.S.: Este poema, mostra bem o desprezo que Fernando Pessoa sentia por Salazar.

Marília Gonçalves disse...

UMAS COISAS TRAZEM OUTRAS
Há muitos anos, eram meus filhos mais velhos pequeninos, houve em Portugal uma epidemia de Cólera, nesse período anterior ao 25 de Abril, eu meu marido e as crianças vínhamos inevitavelmente
Passar o Natal com meus pais a Paris já que meu pai aqui se exilara por motivos políticos.
Ora acontece que aqui em França e provavelmente noutros países também, era-nos exigido à entrada com a apresentação dos passaportes o certificado de vacina contra a Cólera
Ora nós vivíamos nesse tempo em Faro, e as vacinas contra a Cólera eram-nos administradas na Delegação de Saúde que ficava no Largo de S. Pedro. Pois bem, quando aguardava a vez para ser vacinada, puz-me a ler o que havia pelas paredes e fiquei surpreendida com um Cartaz de tamanho regular, nem muito grande nem muito pequeno onde em letras que sobressaiam do todo se falava da taxa de analfabetismo que ultrapassava os 40% . Estes eram os números oficiais, numa Delegação de Saúde sob controlo do regime de Caetano nessa altura. É de crer que a taxa fosse mesmo mais elevada já que as verdades por mais evidentes eram mascaradas censuradas, diminuídas.
Por isso aqui fica o meu testemunho que por certo deve constar em arquivos dessa época.
Não nos venham agora com patranhas, porque felizmente ainda há cérebros pensantes em Portugal
E cantilenas ao papão conosco não pegam, porque papão são os que nos acenam com época de fome de miséria de exploração abusiva de terror que trazia o povo mudo e lá devia saber o que lhe ditava tal silêncio: o MEDO que os governantes fascistas e seus esbirros e seus bufos inspiravam
E aos quais nos tentam acorrentar de novo!~
Mas não nos venham com balelas!
E olhe Sr R Patrício que de meu patrício nada tem, que patriota e filho da Pátria dá a vida pelos seus
E põe a sua HONRA ao serviço da Verdade e da Justiça (justa)!!!!
OLHE TENHA PACIËNCIA QUE EU VOU PERDENDO A MINHA E POR ENQUANTO :
Vá à fava, é a época, se for à praça já por La deve haver novidade!
Mas um dia noutra Praça talvez encontre o POVO DE PORTUGAL!

Marília Gonçalves